Por Gilrikardo
UMA APRESENTAÇÃO
Peça em quatro atos
Um banner gigante (mínimo 30m2) fixado defronte o
palco, para ser lido antes do início do evento, (com o objetivo de já criar o
clima) agradecendo a presença e de como a colaboração de todos é fundamental
para o desenrolar da apresentação. Assim pede-se para manter o silêncio e
procurar ouvir, principalmente com a alma.
“Dizeres do banner:
Agradecemos a sua fundamental presença cuja
colaboração é imprescindível no desenrolar da apresentação. Almejamos neste
ato, resgatar a gratidão e bom intento adormecidos em nós “humanos” que há
milhares de anos trilhamos nesse planeta deixando marcas, entre tantas, a
escrita.
(Causadores de
barulhos extremos serão convidados a deixar o recinto)
I ato – Carvão e Caverna 15min
A
sala toda escura, no palco uma leve penumbra leva-nos ao personagem homem das
cavernas em suas primeiras incursões no mundo dos “rabiscos”:
-
Som de natureza (volume mínimo – o suficiente
para diferenciar os tons)
“Ele
esta deitado, dando a entender que está dormindo e à medida que a pequena luz
começa a definir sua figura, surgem seus primeiros movimentos, acorda parecendo
assustado/impressionado pelos pensamentos ou sonhos e num impulso criativo
põe-se a traduzi-los com pedaços de carvão na parede da caverna e quando acaba
o carvão continua no solo com dos dedos... são rabiscos sugerindo formas de
animais e humanos...após a conclusão ele fica admirando com a cara de quem esta
tentando lembrar mais algum detalhe”....
Segunda Luz:
Neste
momento, um segundo holofote, com a luz mínima, começa a direcionar-se ao lado
oposto do “caverna” e aos poucos vai deixando aparecer a figura de outro
caverna, estava com a cara de “bobão”, apontando para o caverna e gesticulando,
dando a entender que o caverna era doido ou maluco por estar fazendo aqueles
rabiscos...
Ironia: E já naquela época ao fundo
um semelhante com cara de “bobão” ironizando àquela iniciativa com gestos
insinuando que o seu parceiro é meio doido.
Som: noturno (aves, insetos e
outros bichos noturnos – grilos, corujas, macaco, tigres, relâmpagos, etc)
criando um clima de homem e natureza.
O Narrador: Relata fatos relevante
dessa época (por exemplo a data das primeiras escritas), e após pede a platéia
que permaneçam em silêncio por dois minutos em total escuridão e ouvindo
somente seus pensamentos.
(Aqui é retirado o cenário caverna)
II ato – Pena e Tinta 25min
O ambiente deve estar em total escuridão, ao centro
do palco uma mesa, uma cadeira, uma vela, um livro e uma pena para escrever e
nosso personagem. Ele representará vários escritores clássicos, desde
Aristóteles até final do século XVIII
Som: música clássica (volume
mínimo)
Personagens: David Hume (entendimento
humano – o filósofo), Descartes (penso logo existo) Shopenhauer (a leitura),
Nietszche, Pascal, Voltaire, Comte, Montagne
Narrador: Dando ênfase ao “ato de
filosofar”, desmitificando em poucas palavras o exercício do livre pensar...
livre criar... e de como essas grandiosas criaturas situavam a leitura em suas
vidas (prazer, entreterimento, etc)
Narrador: Encerra solicitando os dois
minutos de silêncio em total escuridão em companhia exclusiva dos pensamentos.
Ironia: Entre os vários trechos de
escritores apresentados, o bobão reaparece novamente para ironizar a iniciativa
de pessoas iluminadas. O personagem bobão veste-se de forma semelhante ao
personagem, pois são da mesma época, no entanto nesta fase o bobão terá as mãos
gigantes para amplificar os gestos acusatórios de loucura de seus contemporâneos.....
(Alteração do Cenário)
III ato – Máquina datilográfica 20min
Inicio do século XIX até o fim do século XX, no auge
da máquina de escrever, barulhos de máquinas fazem o fundo musical, algumas
como uma sinfonia demonstrando o delírio de certos escritores e em outras o
ritmo pausado, como se tivessem sendo dedilhadas com um único dedo.
Sartre (que é literatura) - Machado de Assis
(crônica como escrever uma) – Lima Barreto (diário íntimo) – Fernando Pessoa
(tabacaria)
Ironia: aqui o nosso bobão acrescenta uma
máscara onde refletira um enorme sorriso (estilo coringa do batman) que em
conjunto com as mãos vão lhe dando uma aparência ironicamente ridícula....
IV ato – Computador e Multimídia 20min
No telão criar um arquivo onde as palavras vão
surgindo ao som de teclas, e um convite aos presentes “navegar” em busca de
alimento para o espírito. São milhões de informações, decidir quais “formam”,
quais “informam” e quais “deformam” é nossa maior aventura e se de fato
encontrarmos o bom sustento. Importante, fotos com imagens de pessoas e seus
livros em seus locais de leitura prediletos. (sofá, cozinha, área de serviço,
na rede, no carro, no trabalho, na cama, na escola, na biblioteca)
Ironia: Início do século XXI, a
aventura continua, ao fundo o personagem irônico com cara de “bobão” continua
em sua sina; e acrescenta um enorme óculos fundo de garrafa... reforçando a idéia
de que o feitiço virou contra a feiticeiro....
Heitor: Ler a
história do Heitor o Leitor e dizer que hoje ele era a personagem do dia.
Mar Português: Encerrar a peça com a
clássica: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” Fernando Pessoa (verificar
a possibilidade de alternar os pensamentos lidos neste ato de encerramento)
Bobão: Na saída entrega aos
participantes um pequeno livreto com pequenos trechos das obras dos escritores
citados.... e agradecimento aos patrocinadores (não será o mesmo texto da peça)
Cenário:
1 mesa
1 cadeira
1 livro volumoso
1 castiçal e vela
1 máquina de escrever
1 Notebook
1 Projetor
1 Telão
1 Banner (30m2)
Som:
Sons de animais e efeitos naturais (chuva, relâmpagos,
etc)
Música clássica
Personagens:
01 Narrador (estudar a possibilidade de utilizar uma
gravação)
01 Bobão
01 Escritor/Leitor/Apresentador
Material
Auxiliar:
01 Livreto com trechos de textos dos autores
apresentados e respectivas biografias; agradecimento aos patrocinadores.
Cuidado: Somente citar
trechos de obras com mais de 75 anos de falecimento do autor, tempo para cair
em domínio público.