segunda-feira, 16 de julho de 2012

A verdade de cada um - Renato Holz


A VERDADE DE CADA UM
N º.  289 - 29/2012

PLANEJAMENTO – e a falta de.
Renato Holz (*)

O sucesso de qualquer empreendimento está diretamente vinculado à profundidade e o esmero com que se faz o seu planejamento. Toda e qualquer organização, da célula familiar à amplitude de um país, que norteia as suas ações na seriedade, precede as suas ações com um sério e profundo planejamento.

Afinal, o que é este tal de planejamento?


Entre outras tantas definições podemos dizer que planejamento é a elaboração de planos e programas, que quando na esfera pública contemplam especialmente as áreas econômica e social. Em outras palavras, planejamento é um conjunto de projetos, cuidadosa e continuamente elaborados, que buscam a solução de problemas e o desenvolvimento de uma coletividade.
Sempre que vemos autoridades se manifestando um dia sobre um determinado assunto, e alguns dias ou meses depois se desdizendo ou afirmando o contrário, temos flagrante a falta de planejamento e de projetos específicos para aquele assunto.
Referindo-se a esta temática no Brasil, em recente programa de entrevistas em um canal de televisão , o ex-ministro Ciro Gomes afirmou que o grande mal dos governos deste país é a absoluta falta de projetos.
Tomemos como exemplo vivo a crise econômica internacional que assola os países desde 2008. 
Primeiro o governo brasileiro afirmou ser “uma marolinha” e que não afetaria o Brasil. É claro que muita gente não acreditou, pois o Brasil não é uma economia hermeticamente fechada no cenário mundial.  Mais recentemente, quando a crise recrudesceu na Europa, ouvimos a atual presidente da República e seu ministro da fazenda afirmarem que a situação européia não afetaria o Brasil pois “ estamos preparados “ para enfrentar a situação.
Nos Estados Unidos e na Europa o nível de consumo baixou, os países produtores que abastecem estes países - entre os quais Brasil, China e India – diminuíram suas atividades fabris, o Brasil passou a vender menos matérias primas no mercado internacional, e a economia brasileira mostrou sua dependência da economia global com forte queda em suas atividades econômicas.  Não estamos e nunca estávamos preparados para enfrentar a situação pois no cenário mundial, não há economia extra conjuntura global. O que afeta alguns, por efeito dominó, terá conseqüências em todos.
Aí vemos, como aliás sempre vimos, o governo federal lançar mão de medidas paliativas - redução de impostos e ampliação do crédito para o consumidor, no intuito de aumentar a atividade econômica e garantir postos de trabalho. Atuação igual à de uma mal preparada e equipada  guarnição de bombeiros diante de um incêndio que se alastra.
Há anos sabemos que o Brasil precisa de reformas estruturais, especialmente nas áreas fiscal, política e da estrutura administrativa. Inúmeros foram os políticos que em suas campanhas eleitorais prometeram realizar estas reformas. Até esta data nenhum o fez, ou porque não sabia como, ou porque não havia interesse político em fazê-lo.
De outro lado, em qualquer organização, independente de seu tamanho, quando não há um colegiado capacitado e sério que ininterruptamente se dedica a pensar o futuro dessa organização – planejar – não haverá sucesso.
O general Olympio Mourão Filho, em seu livro MEMÓRIAS: A verdade de um Revolucionário, editado pela L&PM Editores Ltda no ano de 1978 afirma: “ O estado, quando a conjuntura entra em recesso, faz obras. É o meio de injetar moeda na circulação.”  ( Pag 37 ). 
            Para enfrentar crises, é necessário dispor de um plano estratégico de longo prazo, que em seu bojo traga projetos capazes de enfrentar exitosamente as situações que se apresentarem. Aliada a um bom planejamento é também necessária a firmeza de propósitos
            Hoje em dia o governo federal devem ter em seus quadros a elite intelectual e técnica deste país, pois os candidatos que se apresentam nos concursos públicos são em número infinitamente maior que o número de vagas oferecidas, e os aprovados e consequentemente contratados são os mais preparados. Além desta força, existe neste país um grande número de experientes executivos, com larga vivência em suas áreas profissionais, que podem reforçar as fileiras de planejadores  Porque não aproveitar essa massa pensante, que está à disposição dos governantes, e com ela compor colegiados com a função de interpretar os cenários, presentes e futuros, e desenvolver projetos que somados componham planos regionais e nacional de desenvolvimento ?   O mesmo vale para as esferas estadual e municipal.
A criação e a garantia de bom funcionamento de grupos de planejamento, que analisam o presente e pensam a sua área de atuação a médio e longo prazos, para assessorar os administradores é sem dúvida um caminho seguro para o sucesso de uma administração pública.  Há, em alguns poucos municípios brasileiros “ conselhos “ – órgãos colegiados formados por representantes das mais diversas áreas destes municípios, que oferecem soluções e projetos aos prefeitos para que estes possam realizar suas gestões de forma profícua.
            Em Santa Catarina nos anos 60 e 70 existia um colegiado coordenado por uma Secretaria de Estado com a identificação de Plameg – Plano de Metas do Governo, cuja função era pensar Santa Catarina a médio e longo prazos, e desenvolver projetos e metas a serem alcançadas. O resultado é conhecido. Santa Catarina alcançou, já há anos, uma louvável situação de equilíbrio em seu desenvolvimento econômico e social.
            Exemplos a serem seguidos há em fartura.
Vontade e disposição para seguir bons exemplos com firmeza de propósitos, ah, isto é um outro assunto.
Este assunto só terá seu rumo corrigido pelo povo brasileiro, através da escolha de seus governantes nas eleições vindouras.

Pensem nisto enquanto desejo a todos
           uma ótima semana

                     Renato Holz

             < renatoholz31@gmail.com >
 Horizonte / Ce 16 de julho de 2012
        (*) Renato Holz
bacharel em ciências econômicas, articulista catarinense

P.S. – Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a autoria.

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