Não lembro direito quando foi que eu soube que meu status não dependia unicamente de minha vontade e sim da posição que me encontrava na pirâmide das classes sociais. Ao ouvir tal definição, imaginei-me escalando e à medida em que subia ou descia mirava os horizontes... que ao subir logicamente ampliavam-se as possibilidades a serem experimentadas. Por outro lado, quanto mais baixo, notei que nem sonhar fazia sentido. Pois a realidade nua e crua estava a um palmo de meu nariz, alijando-me de almejar qualquer outra coisa que não a sobrevivência exclusiva daquele dia. Manter-me de olhos abertos era minha única tarefa naquele estágio.
Isso me leva a traçar um paralelo com minha atividade de escrever. Pois como o status é inerente, também é a capacidade de nos comunicar com certa facilidade dentro do horizonte comum. Assim, minhas palavras para alguns pouco ou nada significam além de bobagens sem importância... já para outros, algo interessante a ser conferido... e para outros mais, algo a ser refletido ou a partir dali, quem sabe, transformar-se em alguma experiência de aprendizado. É dentro deste raio de ação que devo me movimentar. Pouco ou quase nada significa meu desejo de sensibilizar alguém que se encontre longe do meu degrau... tanto para cima quanto para baixo. Lá em cima estará o gênio, o cientista, o profissional da área e tantos outros especialistas... e lá embaixo aqueles cuja literatura não enche barriga, e lhes dou razão.
Eis o conforto que encontro ao escrever, acreditar que em algum lugar alguém “captou a mensagem”...
P.S. Status quo: estado em que se encontra
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