terça-feira, 27 de agosto de 2013

O emblemático Marcos Q.

Por Gilrikardo

_Quando se fala em justiça, sistema judiciário, leis, ordenamento jurídico, “puliça”, autoridade, cidadão e ladrão, se tem a impressão de que tudo está de acordo como deveria estar e nos damos por satisfeitos pelos resultados advindos dessa “mistureba” de conceitos que teriam, sobretudo, a missão de garantir o mínimo, desde o mínimo cidadão até o rei, se por acaso existisse. 

_Entretanto, basta um paraquedista chegar em nossas terras, e aqui se travestindo de mega empresário, para nos depararmos com o fruto da dúvida, ou com a certeza de que algo nessa conta não fecha. 

_Vejamos. O senhor Marcos Q. aplica o famoso um-sete-um (estelionato) em centenas de pessoas e parece não se abalar muito com o fato de estar numa segura cela. E com razão. Nestes primeiros dias, restou a dor de centenas de miseráveis ludibriados em busca de reaver aquilo que nunca será como dantes, pois o golpista já sinalizou que não tem nada e que tudo não passou de uma série de eventos fora de controle que o levaram a sucumbir diante das dificuldades. Isto é, não tenho nada a ver com isso, tenho dois advogados para dizerem isso por mim, justifica-se (nunca faltarão palavras a quem a lábia privilegia). 

_E aí se traduz a lógica do que representa a justiça entre nós. Para o bandido, para o delinquente, para o meliante, enfim, para o transgressor do código tudo se apresenta mais fácil e com mais poder de prontamente fazer valer suas vontades e garantir seus “direitos”. E ai daquele que não respeitar tais preceitos, pois apesar de uma cidade inteira, ou 500 mil pessoas, compartilharem dos ocorridos, não se pode nem supor que o “falastrão” é estelionatário, só podemos sim, imaginar que se trata de um suspeito, e até se julgar e transitar em julgado, é inocente e digno de nosso respeito. 
_PODE um troço desses?!?!? É lícito o direito de um picareta consagrado sobrepor-se a centenas de vítimas e centenas de testemunhas afetadas pelas práticas ilegais dum pintor de paredes?!? 
_SIM, aqui em nosso meio, aqui onde a justiça parece ser cega, surda e muda, os valores sofrem mutações incompreensíveis (só legível para a lei) cujo teor os levam para o rol das anedotas do Brasil, tais como aquela que só mandamos para a cadeia ladrão de galinha. 
_Noutros termos, apesar das acusações e da cadeia em que se mantém seguro, é emblemática, é significativa, é EXEMPLAR a superioridade e confortável estratégia legalmente proporcionada ao ladino Marcos Q. FRENTE aos naturais despreparo e desamparo moral das vítimas cujas chagas sangrarão por “long time”. Coisas vida, diriam!