Por Gilrikardo
Nem lembro a primeira vez que ouvi a palavra urubu. Lembro e muito bem que tal ave se alimenta de carne podre, de carniça. Assim para sobreviverem dependem da morte. Fato que parece natural ao nosso entendimento, pois a vida na terra se ajeita e se transforma desde milhões de anos. O que fica impossível de engolir é determinadas emissoras de televisão dedicando horas e centenas de comentários a respeito de uma tragédia ocorrida em São Paulo esta semana. Um garoto de treze anos matou pai, mãe, tia, tia-avó, após cometeu suicídio. A polícia diante das provas técnicas reforçadas pelo histórico médico do garoto que possuía uma doença degenerativa (fibrose cística) e isso, no caso específico dele, lhe dava uma sobrevida de até dezenove anos aproximadamente, sinalizou num primeiro instante que tudo apontava para o jovem que segundo comentários de vizinhos, passava o dia todo da internet. Isso na opinião de um psiquiatra talvez tenha o levado a pesquisar e se inteirar da gravidade e da falta de perspectivas de cura para quem possui fibrose, é certo a morte! Diante de tal futuro o adolescente surtou e deu no que deu. Diante disso, surgiram bandos e bandos de urubus sentindo o cheiro da morte... e assim as emissoras (nem todas) com seus “especialistas” e “palpiteiros” tornam-se peritos, investigadores, psicólogos a questionarem o trabalho da polícia, não para resolver o caso, mas para simplesmente somarem alguns “pontinhos” na audiência.
P.S. “Só existe audiência quando alguém liga a tevê”