sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Pirâmide

Por Gilrikardo

Era a tal pirâmide social explicada numa aula de geografia ou história. Apresentaram o tal “status quo”. A base é larga, onde está a maioria, e à proporção que segue em direção ao cume, torna-se estreita já que o número de participantes nas escalas também diminuem. Lá no alto as minorias das minorias... quem sabe, em alguns casos, abrigando apenas um indivíduo, e lá embaixo o resto, ou seja, a grande massa, a grande maioria. O desejo de subir é inerente ao ser humano, o desejo de superar, o desejo de ir além, o desejo da imortalidade, e também o desejo de “status”, isto é, subir na escalada social. Talvez por isso seja tão comum presenciarmos pessoas se “fazendo” mais do que realmente representam, pois o “status quo” é um parâmetro que auxilia na administração de nossa convivência. Nesta escada é que os acontecimentos fazem história, é onde as pessoas avistam o horizonte, ou fogem qual diabo da cruz ante a possibilidade de descer algum degrau. Isso significa meros conceitos para nos orientar entre as possibilidades de escolhas para nossas vidas. Serão as conseqüências que nos movimentarão no “status quo” e não o que imaginamos ou fingimos ser. Tai um esforço inútil. Agora, trocando de saco pra mala, uma analogia com meu ato de escrever. E verifico que também insiro-me na escala do “status quo”, diria que em algum degrau entre a base e o cume, está reservado a mim. Lembrando que somente existo como escrita no momento em que alguém ler minhas mal traçadas linhas. Esse é meu devir*...


*Devir é um conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo ou alguém. Surgiu primeiro em Heráclito e em seus seguidores; o devir é exemplificado pelas águas de um rio, “que continua o mesmo, a despeito de suas águas continuamente mudarem.” Recebe também a acepção nietzschiana do "torna-te quem tu és", usada em um dos seus escritos.Traduz-se de forma mais literal a eterna mudança do ontem ser diferente do hoje, nas palavras de Heráclito:
"O mesmo homem não pode atravessar o mesmo rio duas vezes, porque o homem de ontem não é o mesmo homem, nem o rio de ontem é o mesmo do hoje."