Em décadas de vida, já residi em várias localidades. Algumas por força do trabalho, outras por livre iniciativa, além daquelas cuja escolha dos pais determinaram o destino. Essa experiência levou-me a compreender porque o melhor lugar do mundo é “aqui e agora". Pois além de minha sobrevivência, partilho todos os sonhos, as conquistas, as derrotas e os aprendizados que somados à herança cultural tornam-me um vivente inserido no cotidiano da maior cidade do estado de Santa Catarina.
Por isso quando ouço pronunciamentos bairristas separando as pessoas em dois grupos, entre os que são de fora e os daqui, causa-me perplexidade. Já que sou filho da nação brasileira e como tal livre para circular dentro dos oito milhões e meio de quilômetros quadrados sem ser um forasteiro - (vide Constituição Federal Art. 5º XV). Também surpreende-me determinadas palavras, especialmente de alguns formadores de opinião, que se arvoram privilegiados por nascerem aqui, de certa forma é verdade, pois a terra é maravilhosa. De outro modo não significa que seu amor a Joinville, como insinuam, seja melhor ou maior do que o meu ou de outros de fora. Tais colocações parecem contaminadas pelo ranço da discriminação e passariam despercebidas caso estivessem restritas a conversas ou piadas banais que circulam pelos bares da vida. Entretanto, ocasionalmente surgem na mídia com o imoral propósito de disfarçadamente desqualificar personagens envolvidos publicamente em questões locais.
Ora, somos onde estamos. Portanto, existe aqui gente que joga papel na rua, gente que não respeita o patrimônio público frente a quem luta pelo bem comum, quem contribui para edificar o coletivo. Enfim, constituímos uma população (uns-de-fora-outros-de-dentro) rica em virtudes e defeitos cujas atitudes, elevadas ou não, revelam-se através da educação imbuída de valores vindos desde o berço e não pelo local de nascimento.
P.S. Ref. artigo foi publicado no Jornal ANotícia de Joinville SC em 30/01/2010
P.S. Ref. artigo foi publicado no Jornal ANotícia de Joinville SC em 30/01/2010
Concordo com voce Gil, somos aquilo que vivemos e se moramos e estamos em Joinville, somos Joinvilenses por vivência.
ResponderExcluirO maior patrimônio de um povo é o seu lar e comentando o seu parágrafo sobre "patromônio público..." Joinville esta muito mal cuidada.
Imagino que qualificar ou desqualificar alguém com o simples argumento da origem é falta de respeito à inteligência das pessoas. Obrigado pela participação. Volte sempre.
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