À imprensa cabe o dever de informar, pelo menos teoricamente, ao cidadão sobre os acontecimentos. Relatar os fatos e suas consequências dentro de uma ótica de utilidade pública, onde o bem maior é o todo, o público, a comunidade, a nação. E não com o viés da audiência pela audiência como é de simples constatação em nossos dias.
Hoje por exemplo, em Santa Maria RS, a 300km da capital do estado – Porto Alegre, ocorreu uma tragédia. Uma boate lotada incendiou-se e provocou a morte de mais ou menos 230 pessoas até o presente momento – doze horas após o fato. Acredito que isso já é suficiente para provocar dor e constrangimento em qualquer pessoa com um mínimo discernimento sobre a vida.
No entanto, recorrer à televisão em busca de informações é se deparar com um festival de bobagens. Repórteres fingindo preocupação, mentindo, inventando o que não sabem. Inclusive alguns vão mais longe, já iniciam ali mesmo o tribunal de julgamento daqueles que supostamente seriam os culpados.
Em nome desse estapafúrdio argumento vomitam as mais variadas besteiras que se possa imaginar. Um verdadeiro desfile de achismos e "se isso" "se aquilo" "se se". Se misturam às datas de outras tragédias, se descrevem dados sem origem, pois precisam manter a audiência... custe o que custar. Eta mundinho miserável esse nosso!