Por Gilrikardo
-Minha leitura de Machado de Assis deu-se em duas fases. A primeira, naquela famosa obrigatoriedade colegial, já a segunda, muitos anos depois, pela simples curiosidade de comparar-me intelectualmente em diferentes épocas da vida. Disso restou-me um Machado que fez tudo para agradar a elite e com isso se livrar do anonimato ou talvez imortalizar sua vaidade à sombra dos donos do poder. Ao reler sua obra, a sensação que me invadiu é a mesma alcançada ao se comer açúcar até regurgitar.
-Minha leitura de Machado de Assis deu-se em duas fases. A primeira, naquela famosa obrigatoriedade colegial, já a segunda, muitos anos depois, pela simples curiosidade de comparar-me intelectualmente em diferentes épocas da vida. Disso restou-me um Machado que fez tudo para agradar a elite e com isso se livrar do anonimato ou talvez imortalizar sua vaidade à sombra dos donos do poder. Ao reler sua obra, a sensação que me invadiu é a mesma alcançada ao se comer açúcar até regurgitar.
-Em comparação, um autor contemporâneo de Machado, fomos brindados com a existência do velho Nietzsche cuja obra permanece latente em meu ânimo autodidata e põe-me ainda na platéia não só para aplaudir, vaiar ou silenciar, mas entusiasticamente louvar a memória dum homem de ousada coragem que nos torna otimistas frente aos destinos.
-Entendo que este contraste, Machado versus Nietzsche, define muito bem dois horizontes sinalizados aos jovens que fatalmente estarão no futuro. Portanto, temos de um lado o comodismo egoísta em salvar a própria pele, nem que para isso deva-se cultivar o espírito submisso. Ou para os aguerridos, o entusiasmo de romper alguns véus e chegar a se fazer o ser humano feito de sangue, de suor e de lágrimas a desfrutar os prazeres advindos dessa luta.