Em frente a onde moro existia um “pequeninozinho” buraquinho, antes de vê-lo crescer e tornar-se um adolescente, ligamos para a secretaria regional do bairro, não apenas uma, mas várias vezes. Isso foi há mais de trinta dias, hoje aquilo que era “pequeninozinho” está adulto, e próximo, muito próximo de se tornar uma cratera.
A cada estrondo de roda que cai ali, me remexo, e me remexo muito, na cadeira, na cama, ou em pé, não tem como não reagir a algo tão indignante. Todos sabem que ali não é lugar de buraco, todos sabem o órgão responsável pela eliminação e pela manutenção daquela via.
Mesmo assim, de ninguém é cobrada a responsabilidade. Aquilo que era “zinho” fatalmente se tornará um buracão. E o poeta que reside em mim, ao por ali passar, nem mais lembrará das pedras, e sim, cantará:
No meio do caminho tinha um buraco
Tinha um buraco no meio do caminho
Caí no buraco
Caí no caminho
Era um buraquinho
No meio do caminho
De que adianta reclamar
Se o buraco é no meu caminho
De que adianta reclamar
Nesta luta estou sozinho
Opa, também meu vizinho.
No meu caminho continua um buraco
Continua um buraco no meu caminho
Carlos Benack 386
PS: Incrível, após publicar este post, no outro dia, acabaram com o buraco no meio do caminho. Não creio que tenha sido meu apelo, mesmo assim, agradeço aos responsáveis.