Por Gilrikardo
Sabe-se lá onde escutei alguém dizer que a nossa vida é aquilo que conseguimos lembrar. De fato, se lembramos reconhemo-nos, a aí entram aquelas boas e mágicas de nossa infância. Eu pelo menos até os nove ou dez anos só recordo das alegrias e felicidades vividas. Não existiam pessoas ruins nem maldades praticadas. Mas será que é isso mesmo? Ou é algum mecanismo de defesa que nos inibe dos desprazeres e sofrimentos naquela fase da vida?
Até pouco tempo quando ouvia de minha família que éramos pobres e que alguns parentes até fome haviam passado, não me foi possível acreditar... em sã consciência tal condição não cabia em mim... porque não havia lembranças que aludissem. Isso levou-me novamente a buscar o entendimento e não estava em mim, e sim naqueles que naquela época viveram. Em função de depoimentos confirmando nossas origens, desloquei-me para lá, onde registro minhas primeiras memórias deste mundo e o choque foi real... minhas memórias foram seletivas... selecionaram somente minhas alegrias, digo isso, porque parece-me impossível que alguém não passe privações e dificuldades morando num cantão daqueles... sem energia... sem saneamento básico... e sem mais um monte de não sei o que.
E em meio a isso, posso orgulhosamente citar que achar uma folha de jornal aos quatro ou cinco anos, para mim (segundo minhas memórias) era uma festa. Um alegria de descobertas sem fim. Recortava imagens. Brincava com as letras. Ficava olhando as propagandas de enlatados, de refrigerantes... tentava copiar em um pedaço de caderno que alguém me presenteara. Já daquela época a minha felicidade parecia atrelada à eterna busca do aprendiz. Estas são as primeiras memórias que resgato ao voltar-me às origens... Em meio à pobreza material parece que o espírito mantém a nossa dignidade aos nos privar das doloridas imagens enquanto não somos fortes o suficiente para carregar a nossa cruz.
Sabe-se lá onde escutei alguém dizer que a nossa vida é aquilo que conseguimos lembrar. De fato, se lembramos reconhemo-nos, a aí entram aquelas boas e mágicas de nossa infância. Eu pelo menos até os nove ou dez anos só recordo das alegrias e felicidades vividas. Não existiam pessoas ruins nem maldades praticadas. Mas será que é isso mesmo? Ou é algum mecanismo de defesa que nos inibe dos desprazeres e sofrimentos naquela fase da vida?
Até pouco tempo quando ouvia de minha família que éramos pobres e que alguns parentes até fome haviam passado, não me foi possível acreditar... em sã consciência tal condição não cabia em mim... porque não havia lembranças que aludissem. Isso levou-me novamente a buscar o entendimento e não estava em mim, e sim naqueles que naquela época viveram. Em função de depoimentos confirmando nossas origens, desloquei-me para lá, onde registro minhas primeiras memórias deste mundo e o choque foi real... minhas memórias foram seletivas... selecionaram somente minhas alegrias, digo isso, porque parece-me impossível que alguém não passe privações e dificuldades morando num cantão daqueles... sem energia... sem saneamento básico... e sem mais um monte de não sei o que.
E em meio a isso, posso orgulhosamente citar que achar uma folha de jornal aos quatro ou cinco anos, para mim (segundo minhas memórias) era uma festa. Um alegria de descobertas sem fim. Recortava imagens. Brincava com as letras. Ficava olhando as propagandas de enlatados, de refrigerantes... tentava copiar em um pedaço de caderno que alguém me presenteara. Já daquela época a minha felicidade parecia atrelada à eterna busca do aprendiz. Estas são as primeiras memórias que resgato ao voltar-me às origens... Em meio à pobreza material parece que o espírito mantém a nossa dignidade aos nos privar das doloridas imagens enquanto não somos fortes o suficiente para carregar a nossa cruz.