terça-feira, 2 de abril de 2013

Papo-furado

Por Gilrikardo

Hoje pela manhã, no trânsito, ouvia um programa de uma rádio local. Não peguei o início da conversa, mas era um vereador se justificando, não consegui captar toda a conversa, só me fixei em sua despedida e na forma que esses caras fazem "política":

--Eu não queria ser vereador, só aceitei para defender os mais humildes, só para ajudar. Mesmo porque o meu trabalho sempre foi o rádio, a comunicação, isso sim é minha cachaça. Por isso continuarei no ar. E se eles falam mal é porque estão incomodados e querem me tirar da política. Mas não adianta, vou continuar porque essa gente pobre que não tem nada precisa do nosso trabalho.

Abaixo, leitura e comentário das entrelinhas:

Esse papo de dizer que não queria, já é antigo. É a famosa justificativa para as futuras ações cujo resultado tanto faz, já que ele não queria ser vereador. O que fizer estará bem feito. Mesmo que não faça nada. E o pior de tudo que esse raciocínio dá certo, pois no próximo pleito será reeleito.

Seguindo, defender os mais humildes sempre dá voto, pois são os detentores da maioria dos títulos eleitorais e esse papo é para quem o elegeu. Cá para nós, quem não gosta de poder e dinheiro, pelo menos entendo assim, se aceitou foi pelas vantagens que o cargo dá. Fora disso, é hipocrisia. 

Se o rádio e a comunicação é o que interessa, por que não ficou no rádio. Na verdade essa questão nada tem a ver com gostar ou não gostar... acontece que no próximo ano ocorre a eleição estadual e o dito nem esquentou a cadeira e precisa do rádio/televisão para continuar em campanha na mira dum cargo estadual... (me engana que eu gosto) 

E por favor, não critiquem o menino, se não ele apela para o chavão mais antigo da política: é intriga da oposição. Essa é a resposta para toda e qualquer crítica cujo candidato não tem justificativa ou resposta. (E faz de conta que no Brasil existe oposição. Nossa política é um PARTIDÃO DOS POLÍTICOS e o resto.)

Finalmente, ratificou mais uma vez o pedido de votos aos pobres em geral (pois são maioria e são de fácil convencimento). É a famosa política do coitadismo ou paternalista, ou esmoleira, ou da compra de votos, ou enganação... tudo que não represente inteligência e conscientização... se eu não pagasse imposto em hipótese alguma estaria aqui perdendo tempo, mas infelizmente meu suor ajuda a mantê-los, assim pelo menos me dou o direito de berrar e espernear,   já que o minha opinião pouco ou nenhuma diferença fará. Essa é a Joinville que roubou meu coração. E acreditar que têm gentes de montão que não estão nem aí para tais questões. Talvez por isso somos dominados por uma classe dessa "catigoria". Cheia de vícios... e principalmente, cheia de papos-furados.