No. 281 - 21/2012
Nós e a Crise
Renato Holz (*)
Certa vez, em entrevista publicada na revista veja, o rabino
Sobel afirmou:
religião e para com o mundo.“
Estas afirmações me levaram a refletir sobre a nação
brasileira.
Nós brasileiros vivemos em um ambiente de muita
tranqüilidade, somos tolerantes ao extremo, e pouco nos envolvemos com os
problemas de nossa comunidade, de nossa cidade, de nosso país. Somos
especialistas em transferir todos os problemas para os governantes, os quais
escolhemos com pouca ou nenhuma reflexão, e passadas as eleições, com sensação
de dever cumprido, nos afastamos totalmente de qualquer assunto que diga
respeito ao coletivo, do qual somos parte.
Vemos uma ou outra manifestação de parcelas da sociedade organizada na exigência de direitos muito individualizados como salários, vantagens pecuniárias e outros que tais, e nunca se vê qualquer manifestação sobre nossas obrigações como cidadãos.
Vemos uma ou outra manifestação de parcelas da sociedade organizada na exigência de direitos muito individualizados como salários, vantagens pecuniárias e outros que tais, e nunca se vê qualquer manifestação sobre nossas obrigações como cidadãos.
No Brasil colônia, quando a coroa portuguesa elevou os
impostos sobre a mineração de ouro para em torno de vinte por cento ouve uma
revolta que resultou em prisões e morte - A Inconfidência Mineira. Já no
decurso do segundo reinado, o aumento de impostos sobre a produção de charque
resultou em sangrenta luta fratricida – A Guerra dos Farrapos.
Na atualidade somos informados constantemente que
trabalhamos em torno de cinco meses a cada ano para manter o Estado em seus
três níveis de governo, sobre corrupção ativa e passiva envolvendo governantes
e representantes legislativos, sobre a má distribuição de renda e tantos outros
problemas e dos poucos eventos que nos levam a empunhar a bandeira brasileira e
como nação nos unirmos em torno de uma causa é o futebol – copa do mundo.
A participação da seleção brasileira em uma copa do mundo é
um acontecimento que merece envolvimento e união, sem sombra de qualquer
dúvida. Mas... e a educação, a saúde e a segurança pública
são menos importantes? Ah, esqueci,
isto é problema do governo.
Basta um
aquecimento qualquer na economia brasileira, e conseqüente aumento da atividade
industrial que vemos manchetes “gritando aos quatro ventos” falta mão de obra
qualificada. A qualquer momento que
abrirmos um jornal ou ligarmos um aparelho de televisão somos informados da
legião de semi-alfabetizados que a grande maioria do povo brasileiro integra.
São motivo de piada pela rede mundial de computadores as placas de sinalização
e anúncios comerciais expressas em um português deformado, bem como “pérolas”
que surgem às milhares nas redações das provas de vestibular que ocorrem em
todo o país.
“ ... quando não
existe crise, existe pouco envolvimento ...”
Concluindo pergunto: o que é necessário para tirar o povo
brasileiro da letargia em que vive ante os grandes problemas nacionais?
Será que ser assaltado em cada esquina, esperar meses por um exame de saúde, ver nossos filhos concluírem o primeiro grau escolar sem capacidade de interpretar e entender um texto de jornal não são crises de gravidade suficiente?
Ou será que alcançamos o ponto onde a todos nós falta capacidade de entender o que se passa à nossa volta, e identificar as sucessivas crises que vivemos.
Será que ser assaltado em cada esquina, esperar meses por um exame de saúde, ver nossos filhos concluírem o primeiro grau escolar sem capacidade de interpretar e entender um texto de jornal não são crises de gravidade suficiente?
Ou será que alcançamos o ponto onde a todos nós falta capacidade de entender o que se passa à nossa volta, e identificar as sucessivas crises que vivemos.
É hora de darmos a nossa contribuição efetiva na luta pelo
bem da humanidade, pelo aperfeiçoamento dos costumes e pela tolerância sem
conivência.
Pensem nisto enquanto desejo a todos
uma ótima
semana
Renato Holz
<
renatoholz31@gmail.com >
Horizonte CE 21 de
maio de 2012
(*)Renato Holz
bacharel em ciências econômicas, e articulista catarinense
Caro Senhor Renato,
ResponderExcluirsomos uma nação conhecida pelos contrastes e abismos entre as classes sociais. Eliminar tais diferenças é missão para séculos. Por exemplo, aqui agora, neste momento e neste blog, somos dois idealistas partilhando sonhos em nome de uma melhor sociedade, em contraponto, quantos milhões nem tomam conhecimento dessas ações ou como dizem os jovens atuais: TÃO NEM AÍ. Apesar disso, não devemos nos entregar, devemos sim perseverar neste apostolado e torcer para que mais pessoas se sintam também responsáveis pelo desempenho da humanidade. Obrigado pelas palavras sempre oportunas. Sinta-se a vontade para deixar aqui o registro de tua opinião.