quarta-feira, 2 de maio de 2012

A verdade de cada um

Nr.278-18/2012
Porque somos indiferentes?
Renato Holz*

Relembrando fatos  ocorridos em nosso país há não muito tempo,  que ficaram conhecidos como: - Celso Daniel - Prefeito de Campinas ,  Toninho do PT,  quebra de sigilo bancário de caseiro em Brasília,  Lina Vieira - Secretaria da Receita Federal e seu choque com a direção maior da Casa Civil da Presidência da Republica em outubro de 2008, o não julgamento até esta data dos envolvidos no mensalão, o escândalo do momento - Cachoeira/Delta, só  para  citar  alguns, vejo  que nós brasileiros pouco ou nada aprendemos  com  o que a história recente - os 2 último séculos - registrou e com ensinamentos que várias personalidades legaram para a humanidade.
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Refiro-me à autofagia da revolução francesa, que executou alguns de seus principais  mentores e líderes, às lições deixadas por poetas, filósofos e pensadores como  Vladimir Maiakoski, poeta quando se referiu a fatos da Revolução comunista de 1917,  Martim Niemoeller que 1933  registrou seus sentimentos em relação ao que ocorria na Alemanha.Nazista e de Berthold Brecht - confessando seus erros durante  o movimento nazismo na Alemanha. No âmbito brasileiro, as causas e os efeitos da revolução Farroupilha,o desastre que os custos da Guerra do Paraguai representaram para o desenvolvimento brasileiro, as graves conseqüências para o país da revolução de 1930 e do "Estado Novo", além de muitos outros fatos mais recentes.
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E nós brasileiros das primeiras décadas do século XXI ?
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É tão pequena a nossa capacidade para exercermos o maior poder que a constituição deste país nos assegura, já em seu artigo primeiro, cujo parágrafo único estabelece: " todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta constituição."
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Uma grande parcela do povo brasileiro  desconhece todos os fatos acima, assim como desconhece em todo, ou em parte, o que a constituição federal vigente estabelece - segurança pública (art 144), primado no trabalho (art 196), saúde (art 196), Educação (art 205) só para citar alguns aspectos.
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O desconhecimento de muitos é por sua incapacidade de ler e entender o que a Constituição estabelece. Já outros só tomam conhecimento daquilo que lhes convém.
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Aqueles brasileiros que dispõe dos conhecimentos necessários para entender e interpretar tanto suas obrigações como seus deveres, assim como os acontecimentos que dizem respeito a todos, tem a obrigação cívica de atuarem como multipli- cadores, tanto de seus conhecimentos, como das interpretações dos fatos do dia a dia do país.  
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Como?  Há inúmeras maneiras de sermos portadores de amizade, paz e de votos de prosperidade. Podemos começar conversando com as  pessoas de nosso convívio diário - colegas de trabalho, as pessoas que trabalham em nossas residências, prédios, escola de nossos filhos, e assim por diante.
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È uma tarefa árdua, sem dúvida, assim como o foi a daqueles que  trabalharam duro para nos legar o estado de direito e as instituições sadias das quais hoje desfrutamos.
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E nós, vamos legar o que a nossos filhos e netos?
Um Estado fiscal e policialesco?
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Os problemas do país não são do governo, da justiça ou de qualquer outra entidade. Os problemas do país são do povo brasileiro, de todos como nação, e individualmente de cada brasileiro,  e, de acordo com as habilidades de cada um, temos o dever de trabalhar com sabedoria, com toda a nossa força e traduzindo nossas ações em beleza na forma de solucionar os problemas nacionais, tanto os grandes, como os pequeninhos, no seio de nossas comunidades.


Para encerrar sugiro a  cada um que se questione:
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E eu, vou fazer a minha parte ou vou continuar a ser um espectador indiferente?
Pensem nisto enquanto desejo a todos
uma ótima semana
renatoholz31@gmail.com
Horizonte CE 30 de abril de 2012
(*)Renato Holz
bacharel em ciências econômicas, e articulista catarinense
P.S.Para reproduzir parcial ou totalmente, favor citar a autoria.

OBS: Abaixo as obras citadas, 
de Vladimir Maiakoski, Martim Niemoeller e Berthold  Brecht.


Não dizer nada
MAIAKOSKI,  Vladimir Vladimirovich (*)

Na primeira noite eles se aproximaram
e colheram uma flor de nosso jardim.
E, não disse nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E, porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada
(*) Poeta e dramaturgo  russo
*1.893+1930


Não se Importar
BRECHT Berthold (*)

Primeiro levaram os negros,
Mas eu não me importei com isto.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Eu também não me importei.
Eu não era operário.
Depois prenderam uns miseráveis.
Não dei atenção, porque
Eu não era miserável
Depois prenderam uns desempregados.
Mas, como tinha emprego,
Eu também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas, já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
ninguém se importa comigo.

(*) Médico, Poeta e Dramaturgo alemão
*1898+1956
  

Me calei
NIEMOELLER, Emil Gustav Martim (*)

Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas,
mas, como eu não era comunista,
eu me calei.
Depois, vieram buscar os judeus,
mas, como eu não era judeu,
eu não protestei.
Então, vieram buscar os sindicalistas,
mas, como eu não era sindicalista,
eu me calei.
Então, eles vieram buscar os católicos
e, como eu era protestante,
eu me calei.
Então, quando vieram me buscar...
Já não restava ninguém para protestar.

(*) Teólogo, filósofo e poeta alemão
Ferrenho opositor ao regime nazista em seu país
*1.882+1984

Um comentário:

  1. Sem apelar para o pessimismo, imagino que estamos uns dois séculos atrasados na história, é o tempo que deveremos ainda lutar para nos aproximar daquilo que desfrutam hoje, países do dito primeiro mundo, Suécia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra, França, entre outros. Mesmo estando além de minhas futuras gerações, não me eximo em lutar no dia de hoje pelos ideais de amanhã, também sei que não sou o único. Sou mais um idealista sonhando acordado, é assim que o mundo gira. Boa sorte a todos nós.

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