Ontem alguém surpreendeu-me ao dizer que sou um sujeito sortudo e que desejava fazer as coisas da maneira que eu faço. Isto é, sem perguntar nada a ninguém, na hora que bem entende e da maneira que imagina ser oportuna. Longe de afetar o humor ou o fígado.
Repliquei dizendo que isso tudo não é questão de sorte, muito pelo contrário, tem um preço a pagar muito alto. Pois quando as massas se deslocam, quase que automaticamente pessoas assim se apercebem sozinhas. É o preço de não se deixar levar pela opinião da maioria. O mercado não perdoa quem não está disposto a mantê-lo, ou o sistema tem suas próprias regras e se alguém as viola fatalmente se encontrará em dificuldades. Pois nada é mais politicamente incorreto que eximir-se do consumo. Isso elimina vagas de trabalho, elimina parcelas de lucros e elimina parcelas de impostos...
Em compensação, na maioria das vezes, os livra dos penduricalhos e das ansiedades de se manter em dia com o imaginário coletivo, assim terminei minha explicação. A pessoa me olhou de cima em baixo, soltou um sorriso maroto e disse que certas atitudes não se aprende, se nasce com elas, talvez seja o meu caso.
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