Em 1988, pais de alunos do município de Posse, interior de Goiás, se organizaram e foram até o prefeito exigir uma escola de qualidade. Assim nasceu o Colégio Municipal Castro Alves que, desde o dia 9 de março de 1989, data de sua inauguração, é referência de boa educação no estado.
A escola é simples. O pátio é estreito e apenas nove salas de aula comportam quase 500 alunos em três turnos letivos. À primeira vista, o colégio Castro Alves é uma escola comum de uma cidade de interior. Entretanto, as paredes do pequeno recinto escondem o segredo de uma tradição que há 18 anos faz da escola um sinônimo de qualidade. “O que justifica o nível que alcançamos é o comprometimento de professores, pais e alunos”, explica a diretora pedagógica, Mailsa de Oliveira Neves Costa.
Professores capacitados e pais atuantes levaram o desempenho da Castro Alves, como a escola é conhecida, a ser superior à média nacional. O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) do colégio é de 4,8, quando a média nacional nas séries finais do ensino fundamental é de 3,5. “As escolas de Goiás que pedem prova de qualificação para a entrada dos alunos dispensam os estudantes dessa escola da exigência”, garante o presidente da Associação de Pais e Mestres, Oliveiro dos Santos.
Uma das imposições dos fundadores do colégio, que atende alunos desde a 5ª série do ensino fundamental até o terceiro ano do nível médio, é que todos os professores fossem graduados. A exigência é cumprida até hoje e os 30 professores da escola são reconhecidos pela competência. A professora Célia Morales dá aulas de inglês na escola desde 1990. Ela diz que procura se atualizar para manter a qualidade de suas aulas. “Não só eu como todos os professores daqui vestimos a camisa, nos dedicamos e procuramos saber de todas as novidades da área”, relata.
APM – A Associação de Pais e Mestres da escola participa ativamente. A APM foi formada inicialmente pelos mesmos pais que exigiram a fundação da escola em 1988. Unida à direção, ela faz parte da administração da escola. Os gastos são submetidos à associação, que promove festas e eventos para angariar fundos. Com o dinheiro das festas, a escola já comprou televisão, aparelho de DVD, máquina de xerox e datashow. Mas para Oliveiro dos Santos, ainda há muito a ser feito. “Precisamos aumentar o número de salas e comprar mais livros para a biblioteca”, ressalta.
De dois em dois anos, há uma eleição para a escolha do diretor da associação. Mais conhecido como Oliveirinha, o atual presidente foi aluno da escola. Seus dois filhos são ótimos alunos e, por esse motivo, ele foi eleito o presidente da APM. “Os filhos dele nos mostraram que ele é um bom educador”, aposta o diretor da escola, professor Luiz Bezerra.
Letícia Fernandes Novas é aluna da 8ª série D e estuda na escola desde a 5ª série. Ela já ficou de recuperação, mas hoje é destaque na redação. Para a estudante, a boa vontade de pais e professores é o que traz qualidade à escola. “Aqui todos são amigos e estão dispostos a ajudar”, diz. Letícia sabe que está estudando em uma boa escola. “É a melhor das redondezas”, garante.
Ana Guimarães
Fonte: Portal do MEC