Comunismo e fascismo: dois irmaos diabolicos - Vladimir Tismaneanu
O diabo está nos detalhes, se costuma dizer. Mas, no caso do comunismo e do fascismo, as duas ideologias, os dois regimes, os dois males mais mortíferos do século 20 (talvez de toda a história humana, incluindo as hordas de bárbaros da Idade Média), o diabo está não só nos detalhes, mas no conjunto.
De fato, o diabo figura nas propostas, nas intenções, nos atos feitos e malfeitos desses dois sistemas, que devem ter provocado, conjuntamente, mais de cem milhões de mortos, matados e morridos (ou seja, direta e indiretamente) no que foi esse "breve" século 20, que segundo um marxista não arrependido, Eric J. Hobsbawm, teria durando apenas de 1917 a 1989, para todos os efeitos práticos. Na verdade, o fascismo (clássico, pelo menos) foi bem mais curto, entre 1922, ou 1924, desde a conquista e consolidação do poder por Mussolini, e 1945, quando Hitler se suicida, deixando atrás de si uma Alemanha em ruínas e mais de 20 milhões de mortos, pelo menos...
O bolchevismo, em sua feitura lenino-stalinista, durou bem mais, e matou muito mais, embora em doses menos concentradas do que o fascismo italiano (mais "ameno) e o nazismo hitlerista (mais "mortífero", em sua sanha assassina e absolutamente brutal). Ele foi de 1918 a 1953, quando o ditador assassino morre. Junto com o comunismo da coexistência pacífica, a partir de Krushev, e os diversos experimentos ao redor do mundo, o comunismo, em sua longa história de mais algumas décadas (foram setenta anos, no total), matou mais alguns milhões, em surtos esporádicos de loucura e de resiliência. Na Coreia do Norte, por exemplo, que é um regime stalinista-surrealista, a matança continua, ao passo que em Cuba, as mortes de um sistema nefando, que conseguiu o notável feito, jamais igualado na história, de expulsar mais de um décimo da população da ilha, foram comparativamente menores (mas não menos desculpáveis, pois sempre advindas não por "acidente" do sistema, mas por atos deliberados dos dirigentes delinquentes).
Este autor romeno, da geração pós-guerra, instalado nos Estados Unidos, examina a interface diabólica dos dois sistemas assassinos, na resenha publicada no Times Literary Suplement.
Vou comprar o livro, para ler com atenção, não que eu tenha muito a aprender historicamente com o que se passou, mas porque eu acho que certos elementos das ideologias dos dois sistemas assassinos ainda estão presentes entre nós, aliás muito presentes entre certos companheiros...
Blog Diplomatizzando
O diabo está nos detalhes, se costuma dizer. Mas, no caso do comunismo e do fascismo, as duas ideologias, os dois regimes, os dois males mais mortíferos do século 20 (talvez de toda a história humana, incluindo as hordas de bárbaros da Idade Média), o diabo está não só nos detalhes, mas no conjunto.
De fato, o diabo figura nas propostas, nas intenções, nos atos feitos e malfeitos desses dois sistemas, que devem ter provocado, conjuntamente, mais de cem milhões de mortos, matados e morridos (ou seja, direta e indiretamente) no que foi esse "breve" século 20, que segundo um marxista não arrependido, Eric J. Hobsbawm, teria durando apenas de 1917 a 1989, para todos os efeitos práticos. Na verdade, o fascismo (clássico, pelo menos) foi bem mais curto, entre 1922, ou 1924, desde a conquista e consolidação do poder por Mussolini, e 1945, quando Hitler se suicida, deixando atrás de si uma Alemanha em ruínas e mais de 20 milhões de mortos, pelo menos...
O bolchevismo, em sua feitura lenino-stalinista, durou bem mais, e matou muito mais, embora em doses menos concentradas do que o fascismo italiano (mais "ameno) e o nazismo hitlerista (mais "mortífero", em sua sanha assassina e absolutamente brutal). Ele foi de 1918 a 1953, quando o ditador assassino morre. Junto com o comunismo da coexistência pacífica, a partir de Krushev, e os diversos experimentos ao redor do mundo, o comunismo, em sua longa história de mais algumas décadas (foram setenta anos, no total), matou mais alguns milhões, em surtos esporádicos de loucura e de resiliência. Na Coreia do Norte, por exemplo, que é um regime stalinista-surrealista, a matança continua, ao passo que em Cuba, as mortes de um sistema nefando, que conseguiu o notável feito, jamais igualado na história, de expulsar mais de um décimo da população da ilha, foram comparativamente menores (mas não menos desculpáveis, pois sempre advindas não por "acidente" do sistema, mas por atos deliberados dos dirigentes delinquentes).
Este autor romeno, da geração pós-guerra, instalado nos Estados Unidos, examina a interface diabólica dos dois sistemas assassinos, na resenha publicada no Times Literary Suplement.
Vou comprar o livro, para ler com atenção, não que eu tenha muito a aprender historicamente com o que se passou, mas porque eu acho que certos elementos das ideologias dos dois sistemas assassinos ainda estão presentes entre nós, aliás muito presentes entre certos companheiros...
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