__Em muitas ocasiões a gente fica vendo a banda passar. Percebi ao acompanhar os ditos movimentos sociais. De uns tempos para cá, em nome da diversidade, grupos surgem a empunhar bandeiras das mais variadas cores, sabores e odores.
__Foram tantas combinações que praticamente fui obrigado a redefinir alguns conceitos, além de reavaliar a utilidade ou perigo de certos relacionamentos tidos como normais dentro da realidade em que acreditava existir.
__Feito isso, senti-me parte do outro mundo que abriu-se à minha frente. E aí a vaca foi para o brejo. Pois dantes vivia tranqüilo na condição de ser apenas mais um na luta para desfrutar dessa vida sem me atrelar a nada ou na falta de ampla liberdade, sucumbir o mínimo possível perante as forças estranhas à minha vontade.
__E agora, a que minoria devo pertencer? Em que bandeira deverei me abrigar? Talvez a dos indignados com a política, será? Indignar-se é fácil, e aí, qual o sentido da indignação, que fazer para sair da indignação... é parece que não existe ainda a bandeira dos indignados pela política. Ou quem sabe o movimento dos sofredores do ensino, também só escuto resmungos e choradeiras, de concreto nada.
__É..., não está fácil situar-me nesse "neoparadigma" diversidades. E o movimento daqueles sedizentes anarquistas ou contra todos os governos, ou ainda adoradores da iniciativa individual, donos do nariz, altamente responsáveis pelos próprios atos, assumidamente construtores do próprio destino... cadê? Onde encontrarei meus pares?
__É..., pelas que tremulam, dificilmente uma que defenda os libertários ascenderia mais que meio mastro.
__E agora josés, joãos e eus desta vida. Como eu disse, também sou minoria, e parece que serei mesmo, eu e minha cara, eu e minhas idéias sentado à beira do caminho a contemplar o desfile, pois já dizia alguém em algum lugar: antes só, do que mal acompanhado.