terça-feira, 30 de agosto de 2011

Navalha na carne

PALAVRAS SÃO COMO NAVALHAS, PODEM SER ÚTEIS OU QUANDO MAL DETERMINADAS CAUSAR ESTRAGOS MUITAS VEZES IRREMEDIÁVEIS.

Como leitor e ouvinte atento dos meios de comunicação da cidade, percebo que a navalha nem sempre produz aquilo que se almeja ao bem comum. Alguns programas mantêm a prática da audiência fácil. Lidar com o lado negro do ser humano, exibindo as mazelas e limites de degradação sem compromisso algum: fulano matou à paulada, três foram esmagados, e assim por diante. Outros apelam para a caridade pública, expondo miseráveis em todos os sentidos a revelarem suas desgraças e dessa forma comover para  quem sabe lucrar algum. Audiência pela audiência.

Já entendi a facilidade de atirar para os lados. Criticar tudo e todos parece ser o caminho. E o melhor é atingir órgãos públicos, pois sabemos que não têm patrão. Observamos que vários especialistas têm necessidades ou interesses que desconhecemos ao bombardearem sistematicamente tais órgãos. São tão enfáticos, tão cheios de argumentos, que o mesmo empenho não se vê ao criticarem qualquer entidade privada.

* Será que somente órgãos públicos são merecedores de críticas?
* A iniciativa privada é isenta ou imune?

Não creio que seja isso, parece é que os críticos de plantão não conseguem peitar o patrão de uma empresa privada e manter a mesma sina frenética de seus reclames. Pois ali, fatalmente esbarraria em muitas dificuldades que no espaço público inexistem.

Assim, temos uma tropa de gente utilizando-se do Estado (seja em cargos públicos, pendurados em alguém politicamente, e na sombra - criticando dia e noite) tentando sobreviver de qualquer maneira. Em outras palavras, duas faces da mesma moeda. E nós, a comunidade anônima, mais uma vez, na arquibancada, massa de manobra para manter a turba em seus confortáveis cargos e empregos através dos tão almejados índices de audiência ou cobiçados votos eleitorais.

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