domingo, 31 de agosto de 2014
sábado, 30 de agosto de 2014
O PT que a maioria não vê...
Quando os petistas falam que a crise é mundial... só acredita quem quer...
confiram no gráfico abaixo o nosso espetacular desempenho
Das antigas e a tecnologia
Tem coisas que não mudam na vida da gente, por exemplo aqui nestas fotos a minha curiosidade de menino ao deparar-me com um celular que tem câmera acoplada.... foi uma festa... confira...
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
Blog Diplomatizzando
Eduardo Campos, RIP: uma perda para o pais; e agora, uma ameaca terrivel no seu lugar Nunca fui admirador desses ecologistas neomalthusianos; a grande maioria não é de pesquisadores cientificos, ou racionais, como o grande Malthus. Ele estava errado, mas procedeu pelos métodos científicos da sua época, o que os ecologistas atuais não fazem. Eles são sonháticos, como essa deusa da floresta, que não fala coisa com coisa. Ela só supera a outra coisa, que não consegue falar coisa nenhuma. Grande Eduardo Campos: ele sabia falar, e se expressava claramente, mesmo sem que precisássemos concordar com ele. Agora, com exceção do Aécio e do pastor do PSC, o resto é de uma tristeza terrível: não dalam porque não pensam, e não pensam porque não conseguem.
Paulo Roberto de Almeida
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sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Mais Mendigos
Por Gil Rikardo
Para breve, o governo continuará em sua saga de salvar Cuba e através do programa "Mais Mendigos" importará numa primeira leva 20mil legítimos... pois todos já vem com cheiro de mijo (urina) e mais uma garrafa de cachaça para os dias de frio e de fome... O governo garantiu que existem belas acomodações nas principais capitais do país. Acima a imagem de um local muito cobiçado pelos portadores do "Bolsa Mendigo"!
PS. O Bolsa Mendigo garante-lhes o direito de deitar, mijar e defecar em qualquer lugar do território brasileiro, além de algumas moedas para comprar cachaça, crack ou outra droga que melhor lhe apetecer. E o que parece triste, está longe de sê-lo, pois triste mesmo é eu e milhões de brasileiros ralando de sol a sol, lutando para acreditar no mérito do esforço individual, lutando para pagar taxas, impostos e tantas outras contribuições e ter nossa fé abalada, nossa esperança humilhada pela inversão de valores apregoada pelos pseudos comunistas de meia pataca que se encontram no poder. E para não largar o osso, segundo a nossa presidente Dilma, fazem o "diabo"... de fato, é isso que se percebe!
PS. O Bolsa Mendigo garante-lhes o direito de deitar, mijar e defecar em qualquer lugar do território brasileiro, além de algumas moedas para comprar cachaça, crack ou outra droga que melhor lhe apetecer. E o que parece triste, está longe de sê-lo, pois triste mesmo é eu e milhões de brasileiros ralando de sol a sol, lutando para acreditar no mérito do esforço individual, lutando para pagar taxas, impostos e tantas outras contribuições e ter nossa fé abalada, nossa esperança humilhada pela inversão de valores apregoada pelos pseudos comunistas de meia pataca que se encontram no poder. E para não largar o osso, segundo a nossa presidente Dilma, fazem o "diabo"... de fato, é isso que se percebe!
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
O PT que a maioria não vê.
Do blog Jornalista Polibio Braga
Governo de Israel bate de frente com o governo do PT
Por tais razões e muitas outras, causa estranheza profunda a ingerência brasileira nos assuntos internos do Estado de Israel, que, sabedor de gravíssimos fatos envolvendo o governo do Brasil, ainda assim não comete ingerência, em relação a este país, mas apenas vem a público externar seu repúdio e apontar alguns fatos de tamanha gravidade, que tornam inviável ao governo do Brasil querer ser juiz de quaisquer questões externas, com uma situação interna tão deteriorada, legal e moralmente.
Governo de Israel bate de frente com o governo do PT
Assinado pela Chancelaria de Israel, Luciano Levinzon
-Resposta da Chancelaria de Israel ao governo do Brasil.
O Governo de Israel, que vem exercendo seu legítimo direito à autodefesa, expressa profunda estranheza face à postura crítica do governo do Brasil, por sua ingerência, indevida e ilegítima, em seus assuntos internos, tais como o são a proteção à sua população, vítima de ataques terroristas diários, pelas razões a seguir expostas:
1) O governo do Brasil tem aliança com governos autoritários, totalitários e repressivos, que não permitem eleições nem o pluripartidarismo, chegando inclusive a financiá-los, e por consequência financiando a repressão e morte de opositores a tais governos;
2) O governo do Brasil tem contra si inúmeras denúncias de atos de corrupção comprovados, o que atenta contra seu próprio povo, em última análise;
3) O governo do Brasil é exercido por um partido que tem membros fundadores hoje na prisão, envolvidos diretamente em escândalos de corrupção mundialmente conhecidos;
4) Se o governo do Brasil supostamente preocupa-se tanto com vítimas de conflitos, que atente para os milhões de brasileiros mortos, vítimas de roubos, assaltos e de uma criminalidade fora de controle.
domingo, 10 de agosto de 2014
sábado, 9 de agosto de 2014
Professor Paulo Roberto de Almeida
Sou além de leitor, grande admirador do professor PRA cujo texto abaixo surrupiei para arquivar em meu blog, pois ó conteúdo é para ser lido e relido "ad infinitum".
sábado, 9 de agosto de 2014
Declaração de voto: um manifesto pessoal - Paulo Roberto de Almeida
Declaração de voto: um manifesto pessoal
Paulo Roberto de Almeida
Dez pequenas regras eleitorais
sábado, 9 de agosto de 2014
Declaração de voto: um manifesto pessoal - Paulo Roberto de Almeida
Declaração de voto: um manifesto pessoal
Paulo Roberto de Almeida
Dez pequenas regras eleitorais
Não! Contrariamente ao que diz o título, não vou declarar o meu voto nas próximas eleições, para qualquer candidato que seja dentre a dezena de pretendentes ao cargo supremo na nação. Não é esse o objetivo a que aspira este texto, cuja única intenção é a de fixar alguns parâmetros pelos quais eu vou decidir o meu voto, independente de qual seja ele. Não vou definir quais são meus candidatos preferenciais, nem pretendo influenciar os leitores ou lhes sugerir um nome ou outro dentre os candidatos em liça. Trata-se apenas e tão somente de uma declaração de cunho moral.
Os que me leem habitualmente, neste espaço ou em outro qualquer, e os que por acaso passarem por aqui ou vierem a tomar conhecimento deste ensaio, podem ficar seguros de que não faço, nunca fiz, jamais farei propaganda para alguém, para qualquer candidato, de qualquer partido, tanto porque nunca pertenci a qualquer um deles, jamais pretendo ingressar em algum, nem milito por alguma causa política institucional. Meus poucos objetivos na vida cívica são: os de querer a política da verdade e o simples respeito à lógica; de manter um compromisso intransigente com a honestidade – acima de tudo intelectual, mas também política –, metas que podem ser complementadas pelo engajamento na causa das liberdades democráticas e pela luta sem qualificativos pelos direitos humanos, sem qualquer concessão a ditaduras, ou a ditadores, caudilhos, líderes populistas, aos embromadores políticos habituais e outros patifes eleitorais. Pode parecer antiquado, mas é o que me basta.
Sendo assim – certo de que o que vai acima ficou muito claro – devo talvez começar por dizer, não exatamente quais são os meus parâmetros de escolha eleitoral (pois existem muitas variáveis envolvidas), mas quais são os padrões concretos e quais são as situações políticas que rejeito absolutamente, pois esses elementos já fornecem uma base de julgamento sobre o quê, exatamente, vai determinar o meu voto e as minhas escolhas eleitorais no próximo escrutínio. A rejeição de certos “pecados” políticos já representa um começo razoável para o estabelecimento ulterior de uma plataforma de acolhimento do que eu chamaria de “boas virtudes” na vida cívica.
Pretendo, portanto, oferecer uma lista negativa do que entendo serem os critérios que me guiam na recusa de vários candidatos e na escolha de um, preferencialmente a todos os demais, numa espécie de coleção de reflexões de ordem geral sobre o que me parece importante no jogo eleitoral. Sabendo exatamente o que eu não desejo que continue na política brasileira posso assim descartar o que me parece inconveniente desse ponto de vista. Que fique claro que estou sendo o mais realista possível. Partilho, como muitos de meus leitores, ou com todas as pessoas de minha condição – ou seja, classe média bem informada, incluída digitalmente – o sentimento de rejeição a tudo o que vemos de errado na política brasileira. Mas não sou ingênuo, ou desinformado, a ponto de acreditar que o meu voto de protesto contra isso que vemos se expressaria melhor por uma das três formas de “negatividade” que muitas pessoas tendem a escolher: a abstenção, ou ausência do processo eleitoral, ou o voto nulo ou branco.
Esse tipo de atitude só consegue fortalecer o péssimo sistema já existente, ao ser um protesto absolutamente inconsistente. A abstenção ou os votos nulos ou brancos podem favorecer quem já está na frente – que é usualmente quem detém o poder e pode assim distribuir favores – e o “protestatário”acaba elegendo quem ele menos pretendia que continuasse, pela diminuição do quociente eleitoral. A minha negatividade, expressa nas regras que agora exponho, se destina a uma boa escolha eleitoral, não a uma omissão do processo político.
1. Sou contra os simplismos eleitorais
1. Sou contra os simplismos eleitorais
Muitos políticos pensam que os eleitores são, de modo geral, idiotas, ou então ingênuos. Embora muitos possam sê-lo, em virtude do baixo nível educacional da maioria de nossa população, em particular de uma débil educação política, que nada mais é do que o reflexo da primeira, os brasileiros costumam ser espertos, capazes de captar de modo relativamente rápido se alguém é sincero ou não. Acontece que a grande massa dos cidadãos eleitores carece de informações fiáveis e suficientes, de modo a poder formar uma opinião fundamentada sobre as origens dos problemas sociais – e todo mundo sabe que eles abundam – e sobre os meios para resolvê-los.
A prática habitual dos candidatos, em época de eleição, é prometer desenvolver ações contra isso e mais aquilo, e a favor de todos os brasileiros, dizendo que vão criar programas para isso e mais aquilo, eventualmente através de um novo órgão estatal ou ministério. Nunca vi um político dizendo claramente: “para resolver o problema ‘x’ são necessários ‘y’de recursos; examinando-se o orçamento brasileiro constata-se que não há mais espaço para aumentos da tributação; cumpriria portanto diminuir os gastos com a rubrica ‘z’ para liberar recursos para esse programa”. Ou então, dizer simplesmente: “não creio que cabe ao governo resolver esse problema, que pode ficar a cargo da própria sociedade, por meio da iniciativa privada; para isso, vamos eliminar essa tributação absurda que pesa sobre os empresários, e abrir espaço para o investimento privado, o único capaz de criar renda e riqueza para a sociedade”.
Invariavelmente, todos prometem aumentar a oferta de empregos, embora poucos o fazem de verdade. Nunca vi nenhum deles reclamar da alta carga que pesa sobre os salários no Brasil – sobre os lucros também – ou dizer que a legislação laboral (e sindical) é anacrônica, e que com elas vamos continuar exibindo baixas taxas de emprego formal e altas taxas de desemprego aberto e disfarçado; jamais algum deles vai dizer que a rigidez do salário mínimo simplesmente impede o emprego de milhões de trabalhadores de baixa qualificação técnico-profissional.
De modo geral, a simplificação do debate político no Brasil é extrema e os candidatos continuam se esforçando para torná-lo ainda mais simplista e enganador. Talvez seja por recomendação dos responsáveis da campanha, que tendem a nivelar por baixo; mas o fato é que os discursos e as propostas estão sendo veiculadas como se destinassem a crianças da quarta série, ou a pessoas incapazes de compreender o modo de funcionamento de uma economia moderna. As campanhas eleitorais deveriam justamente servir para educar o eleitorado, não para idiotizá-lo ainda mais.
2. Sou contrário aos reducionismos políticos
2. Sou contrário aos reducionismos políticos
O que leva um político a responsabilizar a falta de ação do Estado, a ausência de “vontade política” ou o descaso dos antecessores pela existência de um problema qualquer em determinada área? Provavelmente essa mesma atitude que estava presente no comportamento indicado no item anterior: a tendência ao simplismo, que caminha de mão dada com o reducionismo, ou seja, a atribuição de um problema qualquer a uma causa única, geralmente equivocada, mas que passa a servir de motivo presumido para a falência em questão.
O desemprego, por exemplo, já mencionado acima, costuma ser atribuído à ausência de investimentos. O que faz então o político candidato? Ele promete a criação de um programa qualquer, no âmbito do ministério setorial, para “estimular” a criação de empregos, com algum anúncio de apelo popular. Tal foi o caso, por exemplo, do programa “Primeiro Emprego”,lançado pelo governo Lula desde o primeiro ano de seu governo: definhou até que ninguém mais mencionasse sequer a sua existência. Por que falham esses programas voluntaristas? Porque justamente tendem a atribuir a uma causa simples a inexistência de empregos, deixando de focar no conjunto de condições do mercado de trabalho que simplesmente desestimulam os empresários a empregar mais jovens: ausência de educação profissional e capacitação técnica, excesso de tributação e de regulamentação sobre o mercado de trabalho, rigidez das normas trabalhistas e tendência da “justiça trabalhista” – uma excrescência brasileira que nem deveria existir – a sempre dar ganho de causa ao trabalhador, penalizando a cada vez o empregador.
Não me lembro de ter ouvido qualquer candidato, em qualquer época, discutir esse conjunto de problemas que afeta milhões de brasileiros e impede o crescimento do emprego e, portanto, da renda. O mesmo tipo de reducionismo figura em várias outras questões da mesma espécie: candidatos preferem encontrar uma causa simples, geralmente equivocada, em lugar de se munir de análises técnicas isentas, e baseadas em dados fiáveis, para expor o problema em toda a sua complexidade.
3. Sou contra populismos e demagogias
3. Sou contra populismos e demagogias
“Soluções” de grande apelo popular são comuns em épocas eleitorais, geralmente com a transferência dos custos para o conjunto da sociedade, mais diretamente contra os empresários. Um exemplo típico, aliás, já em curso de utilização no Brasil, é essa tendência de prometer algum benefício social para categorias específicas, jovens ou velhos, por exemplo. A multiplicação dos benefícios para idosos – como passagem reduzida nos ônibus interurbanos ou gratuita em ônibus urbanos – ou para estudantes – com a disseminação de meias entradas, inclusive para professores, nos ingressos de espetáculos – apenas transfere para o conjunto da sociedade os custos de uma medida demagógica que os políticos querem empurrar para os empresários e os trabalhadores, de modo geral.
No mesmo sentido vai a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, o aumento da licença-maternidade para trabalhadoras grávidas, ou a promessa de transporte gratuito para mulheres no transporte coletivo: o único resultado só pode ser a diminuição da empregabilidade para o conjunto de trabalhadores, em especial para as mulheres em idade reprodutiva. Ocorre, também, o aumento preventivo – e a corrupção, como é previsível – no sistema de transporte coletivo em zonas urbanas, o qual, aliás, já funciona em condições inaceitáveis de cartelização e de deformação dos regimes de concorrência e de concessão (o mesmo parece acontecer no caso da coleta de lixo).
Os maiores abusos dos candidatos se prendem geralmente a promessas de aumento do salário mínimo, de construção de escolas e hospitais, de ampliação dos serviços públicos e compromissos do mesmo gênero. Não existe, obviamente, qualquer correspondência dessas promessas com a existência de estudos técnicos vinculados aos anúncios efetuados, em típicas atitudes de palanque.
4. Sou contra os exercícios de mistificação política
4. Sou contra os exercícios de mistificação política
A mistificação política, muito associada à mentira, ocorre quando o candidato deforma as políticas dos adversários, se atribui feitos que não lhe são de direito (ou seja, se torna um usurpador), se arvora em criador de todas as coisas e patrono de todas as bondades a serem promovidas pelo Estado (ou seja, com o dinheiro de todos nós). Mistificação política ocorre quando o candidato divide a sociedade em “membros da elite”, de um lado – à qual ele diz, obviamente, que não pertence, mesmo sendo manifestamente parte da tropa, qualquer que seja o seu nível de renda – e, de outro, essa categoria mítica que se chama “povo”, que são todos os que votam, de preferência em favor do candidato. Mistificação existe sempre e quando o candidato pretende encarnar todas as virtudes e seus opositores possuiriam todos os defeitos. Mais ainda: apenas ele e suas políticas têm o poder de satisfazer os desejos e as necessidades do “povo”, sendo que os adversários –ou “inimigos” políticos, como esse tipo de personagem vê seus concorrentes eleitorais – trabalhariam em favor das “elites”. O bom mistificador vem de uma longa carreira de enganação, inclusive no sentido de se iludir a si mesmo e seus companheiros de luta política, tendo construído uma carreira quase toda na base da embromação e da enganação. Ele começa por apropriar-se de tudo o que lhe parece conveniente, mesmo de propostas e realizações de seus adversários, aos quais e às quais antes criticava e se opunha, mas que se apressa em adotar na nova conjuntura, por puro oportunismo político.
5. Sou contra os imitadores e falsificadores de todo tipo
5. Sou contra os imitadores e falsificadores de todo tipo
Imitar é um recurso de quem se inicia numa nova atividade, sendo muito comum nos processos de industrialização e de modernização tecnológica. Ou seja, está muito afeto ao mundo empresarial, à concorrência entre ofertantes de produtos no mercado. Pode ser que o jogo político também seja regido pelas leis da oferta e da procura, onde tem sucesso quem consegue entregar aos “clientes”, ou eleitores, aquilo que eles demandam como “bens ou serviços”: obras, segurança, empregos, maior renda, perspectivas de um futuro melhor, etc. De fato, o jogo eleitoral se dá geralmente numa arena aberta, com poucas barreiras à entrada, embora algumas sejam necessárias, como a lei da “ficha limpa”, por exemplo, que equivaleria a cassar o registro da empresa que frauda sobre a sanidade dos produtos ofertados ou pratica mentira deliberada sobre suas qualidades intrínsecas.
No jogo político, como na vida empresarial, é inevitável alguma imitação do que faz sucesso, embora eu seja contrário a esse tipo de apropriação indébita. Ruim mesmo é a falsificação de qualidades que pertencem manifestamente a outrem em benefício próprio, o que se aproximaria de roubo consciente. Pior ainda quando o candidato se utiliza do legítimo sucesso conquistado em outra esfera da vida pública – um radialista muito escutado, por exemplo, um artista muito admirado de novelas ou do cinema, um cantor campeão de vendas – para tentar vender a imagem de que também seria estupendo no parlamento ou em algum cargo executivo. É muito frequente a imprensa consultar um prêmio Nobel qualquer – geralmente das ciências ou da literatura – para saber sua opinião sobre um aspecto qualquer da vida política ou social: o resultado costuma ser um completo desastre, com raras exceções. Se até prêmios Nobel em economia costumam abusar de sua condição para oferecer “soluções”arrevesadas aos problemas econômicos de um país distante ou para dar a sua“receita” para “acabar com a crise”, por que personalidades públicas de outras esferas que não a política não poderiam tentar sua sorte nessa arriscadíssima profissão? O resultado costuma ser medíocre, o que justifica minha oposição a esses imitadores e falsificadores de uma nova espécie. Mas atenção: eles também existem, e em abundancia, no próprio meio que lhes é costumeiro, dai meu alerta para se ficar vigilante.
6. Sou contra a lei dos benefícios imediatos, sem pesar os custos no futuro
6. Sou contra a lei dos benefícios imediatos, sem pesar os custos no futuro
Um dos efeitos mais tenebrosos da atividade política está justamente no conceito central desta frase: as consequências que essa atividade provoca como resultado de ações pensadas no plano imediato, tendentes a produzir resultados eleitorais em dois ou três anos apenas. Candidatos sempre prometem mais do que podem cumprir, mas algo da plataforma eleitoral eles têm de atender, sob risco de descrédito nas próximas eleições: geralmente são obras vistosas, aumento de salário mínimo ou de pensões e aposentadorias, construção disso e mais aquilo, enfim, tudo o que for mais visível e propriamente físico, como são costumeiramente as obras de infraestrutura.
O problema desse tipo de imediatismo eleitoral e político é duplo: por um lado ele compromete o equilíbrio das contas públicas, caso a soma das promessas seja superior às disponibilidades orçamentárias (e ela sempre é, por definição); por outro, ele atua sobre o visível e imediato, justamente, em detrimento do que é menos vistoso ou de longo prazo. Exemplificando o segundo aspecto: não existe dúvida de que políticos oportunistas adoram inaugurar obras – em alguns casos exagerados, se “inaugura”até pedra fundamental ou anúncio de um novo programa – deixando de lado obras menos visíveis como saneamento básico ou a melhoria da qualidade da educação, que é uma tarefa de longo prazo e notoriamente difícil de ser realizada (por envolver categorias corporativas como podem ser os sindicatos de professores, sempre atentos ao nível de seus salários nominais, mas bem menos em relação à qualificação de seus associados, ou à sua produtividade).
No primeiro aspecto, também é notório o crescimento da dívida pública e da carga tributária, sem falar dos juros nominais, elementos vinculados entre si, quando não provocadores de uma quarta consequência que é a erosão do poder de compra da moeda, caso o governo decida incorrer no pecado emissionista. Exemplificando com o caso brasileiro, a carga tributária vem aumentando continuamente, desde a promulgação da Constituição de 1988 – pela esquizofrenia garantista de direitos que perpassam quase todos os seus artigos -- e de forma consistente desde 2003, em termos reais, ou seja, acima da inflação e acima do crescimento do PIB, e isso independentemente dos níveis de déficit fiscal (primário ou nominal, isto é, final) e do tamanho da dívida interna. Não se pode dizer, por outro lado, que os juros brasileiros, sendo em média o dobro ou o triplo dos níveis mundiais, tenham sido reduzidos significativamente, devendo ocorrer justamente o contrário, a partir da elevação da dívida bruta total. Estas são as “heranças malditas” a serem deixadas ao próximo governo, qualquer que seja ele.
7. Sou contra a embromação, a mentira, a propaganda enganosa
7. Sou contra a embromação, a mentira, a propaganda enganosa
Toda propaganda é, por definição, enganosa, destacando as qualidades de um produto qualquer, escondendo aspectos eventualmente menos interessantes. Governos não deveriam fazer propaganda, apenas prover informações; e mesmo assim não por meios próprios e, sim, utilizando-se dos canais habituais do mercado. Em épocas eleitorais, a propaganda fica ainda mais enganosa, chegando ao nível da desfaçatez. Governos desprovidos de valores democráticos consistentes abusam da sua capacidade financeira em encomendar e fazer suas própria propaganda, tanto quanto candidatos sustentados por fortes interesses econômicos. Exageros são esperados em campanhas eleitorais, até as mentiras habituais. Mas existem, obviamente, diferenças de grau.
A combinação de candidaturas oficiais com governos sem princípios oferece a oportunidade para a exacerbação da propaganda maciça, feita de recursos públicos, com a utilização descarada da máquina pública para a consecução do objetivo principal. Uma legislação eleitoral mais consistente e a circunstância de juízes eleitorais atentos poderiam representar algum constrangimento; mas, como sempre, a justiça eleitoral é tarda e falha: ela não age por motivação própria, apenas quando provocada. Na ausência, portanto, de fortes contrapesos institucionais ou de freios morais – o que, contudo, pode ser raro em personalidades megalomaníacas –, todas as características indicadas no título desta seção podem ser levadas ao seu ponto máximo de abuso continuado. A rigor, elas poderiam ser hipóteses meramente plausíveis da presente conjuntura política; inexistindo, porém, os contrapesos institucionais, elas se tornam não apenas possíveis, como inevitáveis.
8. Sou contra paternalismos e pretensas familiaridades
8. Sou contra paternalismos e pretensas familiaridades
Sistemas políticos pouco evoluídos podem apresentar essa característica de suposta familiaridade entre os candidatos e seus eleitores, com mensagens de cunho pessoal sendo veiculadas pelos candidatos e líderes políticos. Nessa visão, os eleitores são tratados, não como cidadãos dotados de direitos e deveres correspondentes aos dispositivos constitucionais, mas como seres dependentes de favores públicos, num esquema primitivo de vínculos afetivos que mascara o sentido republicano do relacionamento político. Numa versão exagerada dessas falsas intimidades, o candidato diz pretender ser um “pai”, ou uma “mãe” para todos os “filhos” do país, e tratá-los com todo o “carinho” que um pai ou uma mãe dispensaria aos seus próprios filhos. Trata-se, obviamente, da mais pura hipocrisia política, ou então reflexo, mais uma vez, de personalidades megalomaníacas, que pretendem ser donos dos desejos e vontades dos cidadãos e eleitores do país. O que se espera de um candidato não são gestos hipócritas de quem pretende afagar a cabeça de eleitores ingênuos, com palavras mentirosas denotando essa falsa aproximação e intimidade, mas a exposição clara de quais são suas propostas de governo e como pretende implementá-las. Adotar a atitude paternalística significa infantilizar todo um povo.
9. Sou contra políticos de duas faces e que praticam ambiguidades
9. Sou contra políticos de duas faces e que praticam ambiguidades
Atitudes muito comuns, também, em candidatos camaleões: como o eleitorado de uma sociedade complexa, multicultural e religiosamente diversa, é feito de diferentes estratos sociais, com comportamentos opostos e até conflitantes, candidatos “espertos” pretendem ficar bem com todas essas correntes de opinião, adotando a atitude que mais lhes convém para ser aceito por um grupo específico de opinião. Não é raro um candidato ateu, ou simplesmente descrente, fazer profissão de fé e até cortejar adeptos de uma dada religião que, por acaso, possui certa expressão política no parlamento; as bancadas “confessionais”, aliás, apresentam tendência à expansão no cenário político, como a própria “indústria religiosa” que lhes serve de motor e de alavanca eleitoral. A mesma hipocrisia se revela, com os tons da ambiguidade, em relação a assuntos controversos como podem ser o aborto ou o casamento gay.
Mesmo em assuntos estritamente políticos, candidatos camaleões pretendem conservar apoios regionais ou setoriais, mantendo um discurso para cada público, ou fingindo “raízes” ou “influências”sabe se lá de que vertente cultural popular ou regional, ou desta ou daquela categoria profissional. Muitas vezes, essas tentativas são apenas patéticas, mas também podem se aproximar do ridículo, quando não da desonestidade política, pura e simples. Em outras ocasiões, a dupla face tem uma dimensão diacrônica, que é representada por alianças correntes que eram consideradas impróprias ou imorais, em épocas anteriores; ou então pela defesa atual de posições que o candidato atacou ou abominou no passado, ou vice-versa, não importa: não existe a mínima preocupação em se explicar ou se escusar, basta seguir em frente.
10. Sou contra a utilização de símbolos populares para fins de exploração política, inclusive a religião, supostos artistas populares, figuras do passado, etc.
10. Sou contra a utilização de símbolos populares para fins de exploração política, inclusive a religião, supostos artistas populares, figuras do passado, etc.
Pode ser apenas oportunismo político, esperteza conveniente, ou ainda cálculo utilitário, mas é muito frequente essa“promiscuidade” com figuras, símbolos, imagens dotados de certo apelo popular, não importando muito a trajetória anterior do candidato. Procissões, dias consagrados, templos e memoriais, falsas amizades, tudo serve para tentar contabilizar mais alguns votos a favor. Ar compungido, sorriso amarelo, falso interesse naquele “milagreiro” criado pelas crendices locais, todos os trejeitos são esperados do candidato convertido oportunamente ao primitivismo das tradições populares para fins imediatistas. Muitas vezes é preciso deixar o cérebro descansando enquanto se frequenta o novo (e desconhecido) ambiente, já que dificilmente o candidato possui a familiaridade com o tal “ícone popular”que sua propaganda mentirosa diz que ele tem.
Voilà, já alinhei as minhas rejeições ou objeções de natureza política (na verdade, bem mais de ordem moral) quanto aos perfis ou condutas que possam ser adotados pelos candidatos, e que me fazem rejeitá-los por princípio. Não preciso, portanto, declarar minhas preferências eleitorais. Qualquer cidadão medianamente educado politicamente pode fazer suas escolhas em total autonomia de pensamento.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 9/08/2014
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Voilà, já alinhei as minhas rejeições ou objeções de natureza política (na verdade, bem mais de ordem moral) quanto aos perfis ou condutas que possam ser adotados pelos candidatos, e que me fazem rejeitá-los por princípio. Não preciso, portanto, declarar minhas preferências eleitorais. Qualquer cidadão medianamente educado politicamente pode fazer suas escolhas em total autonomia de pensamento.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 9/08/2014
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Difícil entender... pior ainda engolir
Em julho do ano passado (2013) teci alguns comentários sobre a morte do tal Mc Daleste, imaginei que dali algumas semanas o assunto seria mais um daqueles que fogem da memória nacional. No entanto, parece que me enganei, pois durante o transcorrer desse período muitas matérias foram exibidas com apelos a se encontrar solução para o caso. Vou insistir novamente aqui neste reprise de meu post, leiam abaixo a letra de uma das músicas cantadas pelo vulgo McDaleste... é difícil engolir...
Tá tudo dominado
Por Gilrikardo
Parece que perdemos a noção das coisas, ou de acordo com certas "melodias": tá tudo dominado. De fato, após a morte do tal Mc Dapeste, aliás Mc Daleste, certos programas televisivos insistem em enaltecer a figura do jovem rapaz, inclusive com depoimentos e imagens daqueles que lhe eram próximos. Pintam um quadro que transforma um ignorante cujas letras são verdadeiras apologias ao crime em verdadeiro herói.
E a tristeza maior é ver que o "artista" tem milhares de seguidores que em outras palavras aprovam as babaquices ali descritas e cantadas.
Digo então que não me surpreende a maneira em que morreu o jovem cantor, pois é só conferir as letras das músicas e imaginar na companhia de quem e com quem compartilhava pensamentos e opiniões. Como ele mesmo cantou, ... o crime chegou... uhu é o terror, sente, sente o poder... E FINALMENTE experimentou o veneno produzido pelas suas letras, é só conferir abaixo:
O Crime Chegou
Mc Daleste
Mão na cabeça que o crime chegou,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Uhu, é o terror,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Uhu, é o terror,
É o terror que tá chegando,
Sente sente o poder
Na produçao e na mp6 dj gá bhg
Sou guerrilheiro de tipo guerrilha
E quem é eu exauto,
Quem não gosta de verme pega e dá um grito bem alto
Uhu, é o terror
Rítmo da apologia,
Rítmo que contagia,
Na blazer atira,
No águia atira,
Na rota atira,
Rocam tu atira,
No ka atira,
Descolar do primeiro c3
Aula de criminologia,
Primeiro engatilha,
Depois você mira,
Se tiver no alvo,
Você extermina,
Quando meu chefe deixar,
Vou colecionar cabeça de polícia,
Nosso armamento é pesado,
Tem ak g3 vazando
Tem sub-uzi 7.62,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Assassinaram o ozama
Toma cuidado barack obama
Por que o bonde da al-quaeda
Não tá querendo fama,
Queremos guerra de origem,
E atentados,
Quem é soldado do ozama joga o fuzil pro alto.
E libera o grito de guerra que é assim ó:
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Porque nois atira no peito,
Porque nois atira e não erra,
É só maluco boladão,
Treinado pra guerra
Assassinaram o ozama
Toma cuidado barack obama
Por que o bonde da al-quaeda
Não tá querendo fama,
Queremos guerra de origem,
E atentados,
Quem é soldado do ozama joga o fuzil pro alto.
Libera o grito de guerra:
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Confira:http://letras.mus.br/mc-daleste/
Tá tudo dominado
Por Gilrikardo
Parece que perdemos a noção das coisas, ou de acordo com certas "melodias": tá tudo dominado. De fato, após a morte do tal Mc Dapeste, aliás Mc Daleste, certos programas televisivos insistem em enaltecer a figura do jovem rapaz, inclusive com depoimentos e imagens daqueles que lhe eram próximos. Pintam um quadro que transforma um ignorante cujas letras são verdadeiras apologias ao crime em verdadeiro herói.
E a tristeza maior é ver que o "artista" tem milhares de seguidores que em outras palavras aprovam as babaquices ali descritas e cantadas.
Digo então que não me surpreende a maneira em que morreu o jovem cantor, pois é só conferir as letras das músicas e imaginar na companhia de quem e com quem compartilhava pensamentos e opiniões. Como ele mesmo cantou, ... o crime chegou... uhu é o terror, sente, sente o poder... E FINALMENTE experimentou o veneno produzido pelas suas letras, é só conferir abaixo:
O Crime Chegou
Mc Daleste
Mão na cabeça que o crime chegou,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Uhu, é o terror,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Mão na cabeça que o crime chegou,
Uhu, é o terror,
É o terror que tá chegando,
Sente sente o poder
Na produçao e na mp6 dj gá bhg
Sou guerrilheiro de tipo guerrilha
E quem é eu exauto,
Quem não gosta de verme pega e dá um grito bem alto
Uhu, é o terror
Rítmo da apologia,
Rítmo que contagia,
Na blazer atira,
No águia atira,
Na rota atira,
Rocam tu atira,
No ka atira,
Descolar do primeiro c3
Aula de criminologia,
Primeiro engatilha,
Depois você mira,
Se tiver no alvo,
Você extermina,
Quando meu chefe deixar,
Vou colecionar cabeça de polícia,
Nosso armamento é pesado,
Tem ak g3 vazando
Tem sub-uzi 7.62,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Mais palmiou fazendo,
Hã, hã, hã, hã,
Assassinaram o ozama
Toma cuidado barack obama
Por que o bonde da al-quaeda
Não tá querendo fama,
Queremos guerra de origem,
E atentados,
Quem é soldado do ozama joga o fuzil pro alto.
E libera o grito de guerra que é assim ó:
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Porque nois atira no peito,
Porque nois atira e não erra,
É só maluco boladão,
Treinado pra guerra
Assassinaram o ozama
Toma cuidado barack obama
Por que o bonde da al-quaeda
Não tá querendo fama,
Queremos guerra de origem,
E atentados,
Quem é soldado do ozama joga o fuzil pro alto.
Libera o grito de guerra:
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Ú ê ô, nois é o terror
Confira:http://letras.mus.br/mc-daleste/
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Pensamentos meus
Por Gil Rikardo
Solto por aí
nem tanto ao dever
tampouco ao lazer
Numa espécie de vã filosofia
cantarolava nos dias de sol
resmungava nos dias de chuva
o idealismo reinante em mim
Era em cada não
Era em cada sim
as respostas diluídas em meus apelos
as respostas absorvidas pelo idealismo
Solto por aí
nem tanto ao dever
tampouco ao lazer
Solto por aí
a lubrificar meus pensamentos
nem tanto ao dever
tampouco ao lazer
Numa espécie de vã filosofia
cantarolava nos dias de sol
resmungava nos dias de chuva
o idealismo reinante em mim
Era em cada não
Era em cada sim
as respostas diluídas em meus apelos
as respostas absorvidas pelo idealismo
Solto por aí
nem tanto ao dever
tampouco ao lazer
Solto por aí
a lubrificar meus pensamentos
O tigre, o menino e o trânsito
O tigre, o menino e o trânsito

Como um acidente pode explicar o comportamento humano.
Por Geraldo Tite Simões*
O Brasil ficou chocado nos últimos dias de julho quando um garoto de 11 anos teve o braço direito dilacerado por um tigre. O “acidente” ocorreu em um zoológico de Cascavel, PR, quando o garoto, acompanhado do pai, pulou uma cerca de proteção, ignorou os avisos de manter-se afastado e provocou primeiro um leão e depois o tigre. O desfecho todo mundo viu: teve o braço amputado na altura do ombro e terá a vida inteira para refletir sobre esse ato “corajoso”. Esse acidente é exemplar, em todos os sentidos.
Quem acompanha minhas colunas sabe que há décadas eu insisto no declínio na qualidade do ser humano em sociedade. Especialmente no Brasil, país que parece caminhar ladeira abaixo no campo das relações humanas.
Felizmente alguém filmou e mostrou uma imagem que retrata o que vem acontecendo em uma sociedade desacostumada a respeitar uma autoridade. O garoto ficou por cerca de seis minutos atiçando dois felinos de grande porte, conhecidos por qualquer ser vivente como predadores. Até as pedras sabem que esses animais se alimentam de outros animais desde que o mundo é mundo.
Imediatamente após a divulgação das imagens começaram os julgamentos, principalmente os do “contra” e “a favor”, seja do tigre, do garoto, do pai, do zoológico, de Deus etc. No atual modus operandi social de palpitar sobre tudo houve a esperada distribuição de culpa para todos os envolvidos, alguns até tentando amenizar o lado do garoto sob a alegação de que era “incapaz” de avaliar os riscos. Será? Com 11 anos você não sabe a diferença de um gato para um tigre?
Deixando um pouco o tigre de lado, vamos lembrar um pouco das histórias da Bíblia. Sem a menor conotação católico-cristã, mas apenas como exemplo. Muita gente atribui o pecado original ao sexo, fazendo uma analogia direta da mordida na maçã com rala e rola entre Adão e Eva. Mas Deus não poderia castigar pelo sexo, senão inviabilizaria a reprodução humana e jogaria por terra o famoso “crescei e multiplicai”.
O pecado original que condenou Eva e seu amasio ao mundo terreno foi a DESOBEDIÊNCIA. Deus deixou bem claro: não coma a fruta dessa árvore! E quando virou as costas lá foi ela e nhoc! Não tinha uma placa na macieira do tipo “fique longe, não coma”. Por trás da desobediência está o conceito que quero chegar: o desrespeito!
Voltando ao zoológico, qual o padrão de comportamento dos visitantes: enfiar o braço na jaula ou manter-se afastado? Se uma criança violou o padrão é preciso olhar para esse caso isolado e tentar entender melhor de onde vem o comportamento tão prepotente.
Hoje em dia existe uma enorme confusão aqui em terras brasileiras com relação à educação. Também já escrevi sobre isso. E é um tal de pais entregarem seus filhos às escolas na crença cega de que o pimpolho sairá de lá um lorde inglês e com conhecimento de filósofo alemão. Mas em casa o filho faz o que quer, passa o dia no videogame, desobedece os pais e eventualmente despreza a autoridade dos empregados.
Educação é aquele conjunto de regras transmitidos de pais para filhos como uma carga genética. O que a escola transmite é conhecimento. Portanto, escola não educa, quem educa é o convívio familiar. Já defendi mais de um milhão de vezes a mudança do nome de ministério da Educação para ministério do Ensino.
Pergunto, que tipo de pai pode gerar um filho tão incapaz de entender a regra mais elementar, bíblica e basilar da educação que é a obediência? Que tipo de exemplo esse garoto tem em casa para ignorar tão descaradamente os perigos que envolvem o enfrentamento de um animal feroz? Uma criança que atiça descaradamente um animal selvagem como o tigre respeita seus professores? Obedece seus pais?
É o reflexo da falta de cuidado na educação, não da escola, mas aquela da formação do caráter. Quem enfrenta um tigre não é corajoso – como escreveram alguns – ou simplesmente desobediente?
Chamou-me a atenção o comentário de vários jornalistas que reforçaram o fato de no momento do acidente não ter nenhum vigia, embora o zoológico tenha se defendido alegando que a área é monitorada por quatro fiscais.
Ora, jornalistas são pessoas esclarecidas, viajam e normalmente voltam do exterior sempre com uma história de civilidade na ponta da língua. Ficam impressionados que nos museus americanos o visitante deposita o valor em uma caixa que fica ali, ao alcance de qualquer um, mas ninguém pega. Contam – impressionados – que na Áustria as padarias deixam o leite fora e as pessoas pegam e depositam as moedas em um pote, sem ninguém vigiando.
Mas cobram o fato de naquele local do zoo não haver um vigilante. É ISTO que quero chamar a atenção: educação não é um comportamento expresso diante de fiscalização, o nome disso é obediência. Educação é o comportamento do indivíduo quando não tem NINGUÉM olhando!
Por isso a Prefeitura de SP instalou mais uma centena de radares e câmeras de vigilância, porque o motorista só consegue se manter educado sob constante fiscalização. Porque não foi educado. Os motoristas/motociclistas mal e porcamente foram instruídos, quando foram… E os ciclistas nem isso!
Pela visão do jornalismo sensacionalista podemos perder a esperança em trânsito solidário sem que haja uma fiscalização opressiva e constante, como no zoológico. Não basta uma placa de proibido estacionar, precisa ter um fiscal. Não basta investir em passarela ou ciclovia, tem de fiscalizar. Não basta avisar que o leão é bravo, precisa colocar o braço lá dentro!
*Com larga experiência acumulada em mais de 25 anos como jornalista e piloto de teste, Geraldo Simões, o Tite, reuniu material didático em cursos realizados no Brasil e exterior, além de sua vivência como piloto de motovelocidade. Sua imagem é respeitada entre os motociclistas e é considerado formador de opinião graças à prática de um jornalismo independente e profissional.
domingo, 3 de agosto de 2014
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