segunda-feira, 27 de maio de 2013

Diplomatizzando

Roberto Civita: uma licao de sabedoria, em tres letras: LER

Roberto Civita cita Thomas Jefferson: “Se uma nação espera ser ignorante e livre ao mesmo tempo, espera ser algo que nunca existiu e que nunca existirá”

Em 2008, quando Roberto Civita completou 50 anos na Abril, uma publicação comemorativa trazia uma entrevista constituída de respostas que tinha dado ao longo de sua vida profissional a algumas questões centrais que dizem respeito à imprensa, ao Brasil e ao mundo, hauridas de discursos, palestras, depoimentos etc.
VEJA.com, 27/05/2013

Como o senhor definiria o Brasil?
O Brasil é um fascinante, exasperante e bendito país!
Qual a razão do otimismo?
Nasceu em casa. Conto uma historinha para ilustrar o que aconteceu pouco antes do golpe militar de 64. Um jantar na casa do meu pai com uns oito ou dez amigos dele e os caras dizendo: “Eu estou tirando o meu dinheiro do Brasil…”, “Estou vendendo a minha fábrica…”, “Vou voltar a viver na Europa…”. O tom era esse. Eu calado porque eram todos de outra geração. Então, meu pai disse: “Pois eu estou comprando uma nova rotativa que custa 5 milhões de dólares”. Os amigos reagiram: “Você está maluco?”, “O que é que deu em você, enlouqueceu?”, “Você não está vendo o que é que está acontecendo neste país? O Brasil vai virar comunista…”, “Acabou tudo e você está investindo…”. A resposta do meu pai foi: “Se tomarem a minha empresa, pelo menos vão tomá-la com uma gráfica decente… É melhor que fiquem com uma gráfica grande”.
O comunismo não veio, o Brasil não acabou e passou até a se modernizar mais rapidamente…
É como dizem os hindus: a sorte é metade do sucesso. Mesmo assim, o que não falta é exasperação, certo? Era agosto de 1983. Eu dava uma palestra na Abril e dizia: “O Brasil está cansado e frustrado com a crise, com a corrupção, com a falta de perspectivas e com um governo que não governa”. Felizmente, concluí a palestra com uma nota otimista, e da qual muito me orgulho. Disse então: “Da mesma maneira que reencontramos os caminhos da democracia e soubemos mergulhar na abertura sem perder o equilíbrio, tenho a certeza de que — muito antes do que se possa imaginar — reencontraremos o caminho do crescimento econômico. Para isso, vai ser preciso repensar e mudar muitas coisas. Mas não tenho dúvida de que, juntos e com muita inteligência e ainda mais trabalho, saberemos fazê-lo”.
Existe uma fórmula mágica para o sucesso?
Sim. Eu a conheço e já registrei com o nome de A Fórmula Mágica da Sorte e do Sucesso (ou — pelo menos — da Sabedoria) em Alguns Minutos por Dia ou Seu Dinheiro de Volta.
Nossa! O senhor pode nos contar como ela funciona?
Trata-se, muito simplesmente, de LER.
Isso é uma sigla?
Verbo. Ler o quê? Tudo o que cair em suas mãos! Folhetos, folhetins, fascículos, panfletos e literatura de cordel. Jornais (grandes, pequenos, nanicos e alternativos), revistas (gerais, profissionais, técnicas… até da concorrência), boletins, fichas de receita, anúncios, embalagens, bulas, enciclopédias, circulares, relatórios, o manual de proprietário do seu carro, quadrinhos, dicionários, programas de teatro, discursos, cartas de amor e — se possível — até alguns livros… Em qualquer lugar. E especialmente no trânsito, no banheiro, no ônibus, no avião, na praia, no elevador, no metrô, no intervalo do jogo no Estádio do Morumbi e — naturalmente — na sala de espera do médico ou dentista. Onde quer que você esteja. Em qualquer momento disponível. Quando não conseguir dormir, quando se encontrar em qualquer fila, no café-da-manhã, na hora do almoço (ou — se estiver de regime — no lugar do almoço), entre duas partidas de tênis no clube, durante os comerciais… até em vez de assistir a uma novela! O importante é reservar tempo para ler. Escolha a hora que quiser. Acorde mais cedo. Durma mais tarde. Mude algum programa. Mas… leia!
Mas funciona mesmo?
A “fórmula mágica” deve ser testada ao longo de, digamos, 23 anos. Até lá não aceitamos reclamações. Falando sério, estou convencido de que a leitura é a receita mais simples para o conhecimento, a atualização permanente, o acesso ao mundo das idéias, a compreensão e a sabedoria. Quanto mais você ler, mais surpresas como estas terá: “Em vez de ser a condição natural do homem e da sociedade, a liberdade é algo que poucos alcançaram, em poucos lugares, através de esforço, dedicação, autodisciplina e engenhosidade social. A liberdade é a exceção da História, não a regra; é aquilo que os homens buscam, não o que possuem”. (Arthur Schlesinger) Ou, ainda, sobre liberdade: “Se uma nação espera ser ignorante e livre ao mesmo tempo, espera ser algo que nunca existiu e que nunca existirá”. (Thomas Jefferson) Ler não envolve apenas a busca de verdades eternas ou receitas universais. Ler é também diversão, entretenimento e bom humor. Alexandre Dumas escreveu sobre o matrimônio: “A cruz do casamento é tão pesada que são necessárias duas pessoas para carregá-la, às vezes três”. E, finalmente, um velho provérbio chinês, aplicável a todos os nossos planejamentos: “É muito difícil fazer profecias, principalmente com relação ao futuro”.
Mas haja memória…
Se me permitirem acrescentar mais uma recomendação àquela básica, eu lhes diria: sempre que possível, leiam com um lápis ou caneta na mão. Marquem os trechos que acharem importantes. Recortem artigos de jornais e revistas. Colecionem as frases ou parágrafos de que gostarem, como outras pessoas colecionam selos, figurinhas, autógrafos, conchas ou chaveiros. Classifiquem seus achados, arquivem-nos, troquem-nos com seus amigos… E voltem, sempre, para saboreá-los. Descobrirão que a sua coleção através dos anos revelará muitas coisas importantes a respeito de si próprios. Bem, se isso não trouxer sorte e sucesso, garanto que — no mínimo — trará sabedoria e muita satisfação.
As revistas podem competir com esses autores fabulosos que o senhor citou?
Podem porque elas são o mais seletivo, segmentado, regionalizado, brilhante, íntimo, aproveitável, portável, rasgável, eficiente, dramático, inteligente, lindo, duradouro e maravilhoso veículo de comunicação que existe.
E com as novas tecnologias?
A revolução iniciada por Gutenberg foi tão importante que ainda não terminou, já passados 500 anos. E, na essência, o que fazemos hoje em matéria de imprensa obedece aos mesmos propósitos que levaram o nosso patriarca a construir a sua primeira prensa: levar informação relevante (no caso dele, os ensinamentos da Bíblia) a um número maior de pessoas, por um custo mais acessível. Na Era da Informação — e apesar de tanta velocidade e diversidade — não podemos deixar de lado a fundamental importância da verdade, da honestidade, da objetividade, da solidariedade, e da “inteligência sensível”. Ou seja, daqueles princípios fundamentais que alicerçam a civilização desde os seus primórdios e sem os quais todo o resto será em vão.
Certas coisas não mudam, não é?
O mundo das publicações está mudando muito rapidamente (e vai continuar mudando ainda mais rapidamente). E a Abril pretende não apenas acompanhar mas liderar essas mudanças.
O que não muda?
Nossa credibilidade continua sendo nosso principal ativo. Daí a fundamental importância da rígida separação entre editorial e publicidade. É o certo a fazer, moral, ética e filosoficamente, como também (e felizmente) o que convém fazer pensando a longo prazo. É o que, afinal, transformou cada uma das nossas publicações na revista líder do seu setor. E é o que vai mantê-las nessa posição e fazê-las crescer e continuar contribuindo para o desenvolvimento do país no futuro.
O que mais não muda?
Quanto mais reflito, e quanto mais tempo sou editor, mais me convenço de que jornalista não precisa de diploma de jornalista, mas sim de uma boa e sólida formação que começa em casa, passa pela escola básica, e pode até chegar à universidade. Um jornalista precisa de escolas, sim — escolas sem rótulos, que ensinem história, literatura, economia, ciência, filosofia, direito… o universo! Um jornalista precisa aprender a pensar, analisar, questionar, usar a cabeça. Um jornalista precisa ler muitos livros, precisa ser curioso, querer saber sempre o porquê das coisas, todas as coisas. E precisa gostar de contar o que descobre, de contar histórias…
Além de querer tem de saber também…
Alguém com esse perfil acima vai ter apenas de aprender o ofício, a técnica, o “como fazer”. Eu não apenas acredito nisso, como pratico há mais de trinta anos.
Quando o senhor sabe que uma publicação está no caminho certo?
Existem muitas variáveis, mas a infalível é quando os jornalistas de uma revista acreditam que o leitor é o seu verdadeiro patrão. Quando eles trabalham unicamente para atender às necessidades desses leitores, por meio de um jornalismo sério, bem pautado, bem apurado, bem escrito, bem editado — resultando em revistas honestas, bonitas, úteis e surpreendentes.
Talvez nunca a imprensa tenha sido tão mal avaliada como agora, o senhor concorda?
Imprecisão, arrogância parcialidade (decorrente da defesa de interesses próprios em detrimento do interesse público), desprezo pela privacidade, insensibilidade, glorificação do bizarro, trivial e banal são queixas mais ou menos comuns atribuídas à imprensa em todos os tempos. Mais do que um elenco de pecados capitais da nossa imprensa, esses itens constituem um roteiro dos males a evitar, um vade mecum do que não deve ser feito.
Como evitá-los?
Primeiro, e principalmente, é preciso respeitar o público leitor. O público não é burro. No máximo ele é mal informado, ocupado com outras coisas, facilmente distraído, muitas vezes por culpa nossa. Os jornalistas devem conhecer melhor seu público. Temos a obrigação de entender que o processo de comunicação envolve não apenas transmitir mas também verificar o que foi captado e entendido do outro lado. E que a compreensão das notícias pelo público é parte essencial do processo. Ou seja, devemos prestar muita atenção no que nossos leitores pensam, acreditam, sentem, escrevem e dizem. Nesse contexto, vale a pena considerar a declaração de William Broyles Junior, ex-editor de Newsweek, quando disse: “Todo jornalista deveria ser entrevistado, analisado e dissecado por outros jornalistas durante certo tempo. Essa simples experiência contribuiria mais para melhorar o jornalismo do que todas as escolas de jornalismo juntas”.
O senhor mesmo gosta de dizer, citando Thomas Jefferson, que apesar de todos os defeitos é melhor ter imprensa imperfeita do que nenhuma, certo?
Aos críticos, nunca é demais repetir: não criamos os fatos, não inventamos a natureza humana, não somos deuses com o poder de alterar o curso dos acontecimentos. Não podemos mudar por muito tempo a verdadeira imagem de personagens ou sufocar as naturais repercussões dos eventos. Não podemos passar as 24 horas do dia ao lado de todas as figuras importantes ou acompanhar a evolução de todos os eventos significativos e significantes; por isso, somos obrigados a selecionar e trabalhar esse material com uma lente de aumento. Nesse processo de seleção, síntese e magnificação, tornam-se mais gritantes certos traços que, de outra forma, ficariam diluídos se porventura tivéssemos o dom da onipresença, ubiqüidade e onisciência — e nossos leitores não fizessem outra coisa que não nos ler o dia inteiro. Nosso Rui Barbosa definiu bem a necessidade da imprensa ao afirmar que ela é “a vista da nação. Através dela a nação acompanha o que se passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça”.
Para finalizar, se fosse preciso escolher um único indicador de qualidade da imprensa, qual seria?
Quanto mais independente do governo, maior será a contribuição da imprensa e da livre-iniciativa ao desenvolvimento do país.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Blog do Janer Cristaldo

JUÍZA QUER DEVOLVER PASTA DE DENTE PARA O TUBO
A juíza Camila Castanho Opdebeeck, da 3ª Vara Cível de Indaiatuba (SP), ordenou à Folha de São Paulo e a seu colunista José Simão a retirada imediata de sua coluna de 22 de agosto de 2012 na "Ilustrada" de qualquer forma de veiculação eletrônica. Este é o texto censurado:
 
"E agora não sei se voto na Verinha Capeta, na Regininha Drag Queen ou na Alzira Kibe Esfiha! Vou votar na Alzira Kibe Esfiha, do PPS! Pra prefeita do Habib’s. Olhando a foto, o kibe e a esfirra dá pra comer numa boa. Já a Alzira..." 
 
Postei o texto no Facebook. Será que a juíza vai proibir a publicação neste blog? E no Facebook? Divulgue para reptar a juíza. Está na hora de mostrar que depois da Internet censura é utopia de neoluditas.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Se contar... então veja


Fail atrás de Fail - EMBRULHA.com por Embrulha

20/05/2013

ESTOU HÁ EXATOS TRÊS ANOS LONGE DO CIGARRO (2010). Está sendo uma batalha e tanto. Sim, ainda sou acometido pela crise de abstinência, só que os sintomas se manisfestam em menor frequência e em menor grau de intensidade. Assim parece que vou tirando de letra, mas sem baixar a guarda. Sempre alerta para não me deixar levar pela falsa ideia de que já estou curado. Não, essa doença é incurável e o preço a pagar é a eterna vigilância.

Abaixo minha decisão por escrito:


Joinville SC, 20 de maio de 2010.

Parece que foi ontem. Nos conhecemos através de amigos comuns. No início cultivei pequena antipatia por ti que logo dissipou-se, pois nossos confrades vieram interferir e citar as peculiaridades que nos levaram ao empenho duma relação que prometia ser duradoura. E foi, desde os primeiros instantes, mostrei-me fiel aos extremos. Quando em dias de frio, muito frio, lá ia eu, com os pés encarangados e o queixo batendo, ao teu encontro. Não havia como te esquecer, não havia como deixar de te querer. Era muito mais do que desejava em meus curtos pensamentos. Por ti, posso dizer até que perdi a cabeça, e não foram poucas vezes, a pé, de bicicleta, ou mesmo de carona, partia em busca do consolo que somente a nós em silenciosa intimidade era permitido.

E assim, com o passar dos anos, juntos construímos nossa história. Pouco importa o que irão dizer ou pensar. Pois o que resta são inegáveis instantes partilhados sob os mais variados pretextos. Meros conceitos ou ilusões de época, onde os modismos grassam ao sabor dos ventos. Nuns dias a favor, noutros contra. Lembro-me. E lá estavas junto a mim e de meus motivos quando era somente eu e eu a festejar à vontade ao exercer um papel... apenas meu... mesmo que tal soe ridículo. Pois o lado humano dessa relação entre a razão e a emoção determina os limites do vício. E hoje o meu extrapolou. Adeus Plaza king size filter... daqui em diante restarás apenas nas lembranças de um ex-fumante: eu.

sábado, 18 de maio de 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Boquinha ou tetinha

Por Gilrikardo

Se pararmos e deixar de lado tanto os interesses quanto as emoções ao analisar como funcionam as ações em nosso país, facilmente constataremos um mundaréu de gente pensando numa maneira fácil de ganhar a vida, e nada mais cômodo que uma boquinha no governo, pouco importa a esfera. Assim é montado o circo onde os palhaços ficam na arquibancada aplaudindo os truques do mágico ou sofrendo com a enganação dos pseudo domadores de bichos quaisquer. É triste para os ingênuos que imaginam ser o mundo além da fachada que representa. Nada está longe dos interesses pessoais daqueles que alçam o poder. Nada os detêm na busca e expansão de benefícios advindos de uma tetinha.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mais uma "bola fora" de nossos governantes

Gilrikardo: Já ganhei, e já dei muita gorjeta. Nunca me senti obrigado a dar como também recebê-la. Aquilo sempre foi algo "inerente" à satisfação, ao bom atendimento, e às vezes a simples simpatia pelo atendente. Assim levei por cincoenta anos e nunca conseguiria imaginar que tal tema seria matéria para o governo "meter o bedelho", mas infelizmente em busca de votos e / ou a simpatia do eleitorado  os "homens" trocam os pés pelas mãos e conseguem macular uma relação nutrida pela boa vontade de duas pessoas em sã consciência. É o fim da verdadeira e honrosa relação toma lá e dá cá dos honestos: a gorjeta. A partir de hoje infelizmente e graças à tal regulagem governista, deixarei de contribuir com a caixinha de algumas pessoas. É uma pena, mas o senhor governo assim deseja, fazer o quê? Fui.

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CAE aprova projeto que regulamenta gorjetas

Ideia é acrescentar seis parágrafos à Consolidação das Leis do Trabalho para garantir a medida
14 de maio de 2013 | 14h 04

Débora Álvares - Agência Estado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nessa terça-feira, 14, o projeto de lei que regulamenta o pagamento de gorjeta para funcionários de bares, restaurantes, hotéis, motéis e estabelecimentos similares. A ideia é acrescentar seis parágrafos à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para garantir a medida.
A proposta define gorjeta como adicional ou taxa de serviço pagos espontaneamente pelo cliente ao empregado ou cobrada diretamente pelo estabelecimento. O texto estabelece, ainda, meios de destinar essa remuneração adicional aos empregados e assegura a incorporação da gorjeta na aposentadoria do trabalhador.
As empresas poderão descontar até 20% do valor extra pago aos garçons para cobrir encargos sociais e previdenciários. O restante será revertido ao empregado. Caso a gorjeta seja cobrada por mais de 12 meses, ela será incorporada ao salário do empregado.
Hoje, a CLT já considera como gorjeta valores pagos espontaneamente pelo cliente ao empregado, bem como aqueles cobrados pelo estabelecimento na forma de taxa adicional das contas. Contudo, o repasse da gorjeta acaba ficando a critério exclusivo do patrão. Além disso, o recolhimento à Previdência Social sobre os valores recebidos deixa de ocorrer, o que leva a um decréscimo nos rendimentos dos funcionários quando param de trabalhar.
O projeto deveria passar pelas Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA); Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e Assuntos Sociais (CAS). No entanto, esta manhã na CAE, os senadores aprovaram um requerimento de urgência que leva a matéria direto para votação em plenário.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Desculpas

Estou há uma semana sem postar devido a problemas técnicos com meu teclado somados a outros afazeres que "roubaram" minhas  horas ociosas. Espero que a partir de hoje consiga normalizar minhas escritas.

Aproveito para reforçar a opinião de que somos "escravos" de nossos hábitos, assim sendo deixo a sugestão de que então procuremos bons e saudáveis meios de praticar tal dependência. Ler, escrever, estudar, por exemplo. Ao invés de fumar, beber, jogar, entre outras nada recomendadas. 

Gilrikardo

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Pai e filho na estrada

Por Gilrikardo
 
Aproveitamos o feriado para percorrer a região. Saímos de Joinville numa verdadeira volta olímpica, isto é, Guaramirim, Jaraguá do Sul, Schroeder, Corupá, São Bento do Sul, Campo Alegre e finalmente retorno à Joinville. Ao nos aproximar de Campo Alegre (a 50km de casa), o relógio apontava dezoito horas, a temperatura baixa, um pouco de neblina e para piorar uma fina garoa. 
Seria a segunda vez que passaria por ali, na primeira ocasião era meio dia e verão de sol a pino, serviu para apreciar a paisagem, além de conferir o potencial perigo daquelas curvas. Com tais lembranças iniciei o último trajeto de nossa “aventura” já imaginando possíveis dificuldades que talvez enfrentaria.
E não demorou, pois em determinados trechos era impossível se enxergar a estrada. Não havia demarcação nem os providenciais olhos de gato. Em duas ou três curvas, praticamente reduzi a dez por hora com medo de descer alguma ribanceira. Ao lado meu filho “curtindo” a doideira, achando graça e rindo sem parar, reações típicas de adolescente, além de marinheiro de primeira viagem. 
Por outro lado, eu apreensivo e temeroso. Pedi-lhe que ficasse de olho no velocímetro que não poderia ultrapassar os quarenta quilômetros por hora,  velocidade que considerei segura para qualquer eventualidade, e assim fomos em direção à descida da serra. Até que num determinado momento fomos ultrapassados por duas camionetes, meu filho sugeriu que seguisse atrás, comentei em tom de brincadeira, mas falando sério, que esse negócio de seguir é perigoso, pois se aquele que vai na frente descer um abismo a gente vai junto. Ele achou a maior graça, riu tanto que lhe alertei para continuar de olho do velocímetro. Tinha essa preocupação pelo fato de toda minha atenção estar voltada para a pista que às vezes desaparecia à minha frente. Até que chegamos ao trecho crítico, ali encontramos uma fila de veículos descendo. Ufa!... respirei aliviado pelo simples fato de ter alguma noção de direção a nos conduzir. E próximo ao mirante, na primeira curva (parece um cotovelo), constatamos aquilo que havia dito instantes atrás sobre seguir quem vai na frente. Dois veículos, na curva seguiram reto, pegando o barranco, um atrás do outro. Sorte que era um matagal e terra fofa, assim tão logo sairam da pista perderam a velocidade e ninguém se machucou. Meu filho observou que eles tiveram sorte, pois se fosse no precipício mais à frente o final seria outro. Suspiramos ao nos aproximar da última curva que anunciava trechos planos pelo resto do caminho. 
-Puxa pai! Não sabia que você dirigia tão bem, você é braço hein!
-Não meu filho, dirigi com medo e preocupação, por isso não perdi a atenção nem a noção do perigo. Esse dia é daqueles que você guardará para sempre.