terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A tragédia da Língua Portuguesa

Por Dad Squarisi, formada pela UnB, é escritora.

Analfabeto

Tornou-se lugar-comum falar na baixa qualidade do ensino. Em testes nacionais, comprova-se, ano após ano, o mau desempenho dos alunos, sem domínio das habilidades de ler, escrever e fazer as quatro operações.
Em exames internacionais como o Pisa, os estudantes brasileiros figuram na rabeira dos concorrentes.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013 chama a atenção para o resultado da língua portuguesa. Mais de 5 milhões de jovens se submeteram à avaliação para concluir o ensino médio, entrar em universidade pública, participar de programas de intercâmbio, obter bolsa de financiamento em instituições privadas. No total, 14.715 escolas compõem o ranking.

Pouco mais de um terço (33,87%) obteve nota abaixo de 500 na redação. Foram reprovadas. Levando-se em consideração o desempenho individual, mais da metade dos alunos de 3.900 colégios tiraram nota vermelha.
O fracasso na produção de texto implica soma de incompetências. Entre elas, falta de domínio da norma culta; incapacidade de leitura e compreensão de enunciados, de organizar e interpretar informações, de argumentar, de transitar de uma ideia para outra.

Avaliar a redação vai além de analisar a habilidade de escrever. A língua funciona como pré-requisito para as demais disciplinas. Antes de resolver um problema de matemática, por exemplo, o estudante precisa entender o enunciado. Ele pode até saber o raciocínio para chegar à resposta, mas é incapaz de perceber o que a questão pede. Limitação similar se observa em geografia, história, biologia. O jovem estuda, mas não aprende.

Ele é vítima de uma a escola que não ensina. Currículos desatualizados, material didático de má qualidade, bibliotecas mortas, laboratórios decorativos aliam-se a professores desmotivados e sem a qualificação necessária. Espaços assim funcionam como castigo para rapazes e moças que vivem em universo tecnológico povoado de atividades desafiadoras.

Sentar-se calado, um atrás do outro para ouvir o professor que repete o que está nos livros, ou copiar matéria do quadro é cena do século 19, quando estabelecimentos preparavam os empregados exigidos pela revolução industrial. Não condiz com a sociedade do conhecimento, que exige profissionais proativos, empreendedores, aptos a responder a desafios com criatividade.

Como chegar lá? O ponto de partida é o professor. A carreira do magistério deve atrair os melhores talentos. Para tanto, além de formação acadêmica, impõe-se carreira top. Os brasileiros ambiciosos devem saber que vale a pena ser docente. Não só pelo salário, mas também pela progressão profissional e pelo respeito da sociedade.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Vinte anos depois da queda do muro de Berlim, ainda há no Brasil quem defenda o comunismo

O Brasil não tem cura mesmo. Nestes dias, após meio século de ditadura em Cuba, em que o ditador Raúl Castro anuncia que vai “flexibilizar” as viagens ao Exterior e que finalmente os cubanos terão direito a comprar um imóvel, ainda há quem pretenda defender o comunismo. Duas décadas se passaram desde a Queda do Muro e o desmoronamento da União Soviética e, neste país incrível, ainda há gentes que parecem não ter tido notícias do ocorrido. Em função de minha recente crônica sobre Cuba, me escreve um leitor:

Após ler o seu artigo, fiquei com vontade de lhe fazer a seguinte pergunta: será que o comunismo implantado na URSS é o mesmo de Marx? Vou mais além: será que existe diferença entre o nosso atual "glorioso" capitalismo e o "mal falado" comunismo que existia na URSS???

Desculpe incomodar, mas preciso expressar a minha opinião: sinceramente, não consigo ver diferenças, pois os dois possuem as mesmas falhas. Prova disso é que temos diversos exemplos vivos de ditaduras comunistas e capitalistas.

O que precisamos é que as pessoas mudem internamente para que a sociedade resultante seja baseada na liberdade, igualdade e fraternidade.


Qual é o comunismo de Marx? Por comunismo de Marx entendo o que foi implantado na URSS, China, Cuba, Coréia do Norte. Não conheço outros. Se você se refere ao Brasil quando fala em “o nosso atual glorioso capitalismo”, confesso que nele nada vejo de glorioso. Mas na Europa as economias funcionam bem. Isso de crise é cantiga para ninar pardais. Diziam que a Irlanda estava falida. Estive em Dublim em dezembro passado e tinha de ombrear para entrar num pub, às cinco da tarde.

Não existe ditadura capitalista. Se há ditadura, não há capitalismo. Capitalismo é economia livre, imprensa livre, pensamento livre e livre expressão desse pensamento. Numa ditadura, não há nada disso.
Quanto ao comunismo “mal falado” da URSS, aqui vão algumas diferenças: quando estive na Rússia, em 2000, o salário de um professor universitário era equivalente a 15 dólares. Coisa que um mendigo tira por dia aqui em São Paulo. Isso que a URSS já havia desmoronado. A imprensa continuava manietada. Jornais estrangeiros só em hotéis de luxo, e olhe lá. Os russos já podiam sair do país, mas com restrições. O turista, ao chegar a qualquer cidade, tinha de entregar o passaporte no hotel, para registro na polícia. Mas que tem a ver a polícia com turistas?

Minha filha acaba de voltar de Moscou e São Petersburgo. Me conta que lá a situação continua sendo mais precária que a do Brasil. Comunismo é como praga de gafanhoto, arrasa tudo por onde passa. Com uma diferença: no caso do comunismo, a lavoura leva décadas para se recuperar.

Em São Petersburgo, na visita ao Peterhof, dei 15 dólares de gorjeta a meu guia, que era professor universitário. Numa tarde, ele ganhou o seu salário de um mês. Acontece que são raros os russos que têm essa chance. Ao voltar da Rússia, encontrei em meu boteco dois professores russos que lecionavam na USP. Ganhavam algo entre 4 e 5 mil dólares. Sentiam-se no paraíso.

Escreve um outro leitor:

A queda dos blocos ideológicos é um debate superado depois da épica batalha entre Samuel P. Huntington e Francis Fukuyama, nas páginas da revista de debates Foreign Affairs no início dos anos 90. Marxismo é sectário e está fora de moda, ao menos na política. Porém, o capitalismo, o lucro e a competição continuam criando mortes, pobreza, fome, tráfico de influência, corrupção e dignos representantes da classe capitalista vitoriosa que não tem o menor pudor em roubar dinheiro de ambulâncias, hospitais, asilos e escolas.

O capitalismo, essa máquina de destruição também financiou a prisão de Guantanamo, que fica num curioso pedaço de terra em cubo onde os americanóides, pais da democracia e da liberdade, cometem suas atrocidades. Mas formular os seus ideais baseados somente no que você assiste na TV ou lê na orelha de algum almanaque pode resultar nisso: um ser humano frustrado por não conseguir compreender o pensamento daqueles que poderiam ser os seus pares, tornou-se parte fisiológica do lado oposto. Um senhor de mídia, que acena com meias verdades e recordações, celebrando um tempo que já passou, mas insuficiente para compreender que o inimigo ainda é o mesmo, mas felizmemte está com os dias de fartura contados.


Não, meu caro, eu não formulo meus ideais baseado no que assisto na TV ou leio na orelha de algum almanaque. Quase não assisto TV e não leio almanaques, muito menos orelhas de almanaques. Conheci a Alemanha Oriental antes da Queda do Muro. Como também a Tchecoslováquia, a Hungria, a Romênia e a Iugoslávia. A viagem à Romênia foi a pior viagem que fiz, e ao mesmo tempo a mais pedagógica. Vi gente brigando à tapa mal chegou uma paleta bovina em um daqueles supermercados sinistros de longas gôndolas vazias. Cerveja, só da China, morna e de péssima qualidade, isso quando ocorria o milagre de encontrar-se um bar que tivesse cerveja, onde clientes cheios de medo falavam baixinho e se empapuçavam com aquele xarope sem graça.

Estive em Mangália, cidade balneária às margens do rio Negro, a sete quilômetros da fronteira com a Bulgária. Hospedei-me em hotel de luxo, onde como cardápio só havia duas opções, carne de frango ou de porco. Se você pedia porco, tudo bem. Mas se pedisse frango, só vinha porco mesmo, afinal frango era apenas uma abstração do cardápio. Se em hotel de luxo, pagando em dólares, assim era tratado o turista, fiquei imaginando o que comeriam os romenos.

Mas não sejamos injustos, há bons vinhos na Romênia. Eu os degustei, pois era estrangeiro e pagava com divisas fortes. Os romenos, que plantam a vide, colhem a uva e elaboram o vinho, estes ficam chupando o dedo. Nunca é demais repetir que nos paraísos socialistas, onde o proletariado derrotou a burguesia, existem as berioskas ou dollarbutiques, onde se pode encontrar os mais sofisticados bens de consumo que o Ocidente malvado e capitalista produz. Mas a esses requintes só tinha acesso o turista provido de dólares, marcos ou francos.

Foi na Romênia, creio, que senti pela primeira vez o absurdo e a desumanidade de uma fronteira intransponível. Meu interlocutor privilegiado era um garçom do hotel. Com ele eu trocava meus dólares por lei (plural de leu, a moeda lá deles). Ao saber que eu iria a Varna, na Bulgária, devolveu-me meus dólares e outros mais. Queria que eu lhe comprasse "o que fosse possível" nas berioskas búlgaras, mais baratas que as romenas. Era um homem de meia idade e ocorreu-me perguntar se não tinha alguma vez atravessado aquela fronteira, a sete quilômetros do hotel. Não, jamais a atravessara. A polícia lhe exigiria razões muito graves para ultrapassar aquela linha, sem falar que, tal pedido, já o colocaria na lista dos suspeitos de conspirar contra o Estado. O garçom teria uns quarenta anos e jamais lhe fora permitido dar uma espiadela no país ao lado.

Nas praias, observei mais um daqueles fatos que nos exigem algum tempo de reflexão para serem entendidos. Turistas estrangeiros e internos tiravam fotos ao lado de maquetes de veleiros. Veleiro mesmo, que é bom, nem pra remédio. Muito menos barcos. Fui consultar meu interlocutor.

- É simples - disse o garçom -. A Turquia fica a apenas dois dias de navegação. Seria tentador demais para quem sabe velejar ou remar.

Nas ruas, se pedia informação a um romeno, logo após saltava do nada um soldado com uma metralhadora de baioneta calada e um cão policial ao lado, para interrogar o romeno. Na Romênia, não era salutar falar com turistas.

Não falo de ouvir dizer. Eu vi a merda de perto. Na Hungria e Tchecoslováquia, que há muito vinham se afastando do comunismo, a vida era bem melhor. Mesmo assim, a sombra da sombra da economia de qualquer país capitalista.

A propósito, a prisão de Guantánamo, “que fica num curioso pedaço de terra em cubo onde os americanóides, pais da democracia e da liberdade, cometem suas atrocidades”, se não me falha a memória, fica naquela ilha que era financiada por Moscou, onde os soldados de Castro, imbuídos dos ideais comunistas, cometiam suas atrocidades. Honestamente, companheiro, não entendo como você consegue viver neste horrendo sistema, que “felizmente está com os dias de fartura contados. Vá para Cuba. O futuro e a fartura estão lá.

Só para concluir: Não me tornei “parte fisiológica do lado oposto”. Sempre estive no lado oposto.

Um terceiro leitor escreve:

Essa ameaça comunista é uma fantasia que só existe na cabeça de gente que não conhece a história. A ditadura foi criada para impedir a modernização do país. Durante esse período, o país tinha uma economia mais fechada e atrasada que a dos países do leste europeu. Ou seja, ela interessava mesmo era para os que não queriam que o país se modernizasse. Até os americanos queriam que fizéssemos reforma agrária e nossos militares achavam que isso era coisa de comunista.

A guerrilha era tão insignificante que os militares tentaram falsificar um atentado no Rio Centro para inflar uma ameaça que não se sustentava. Meia dúzia de estudantes no Araguaia só constituem ameaça na cabeça dos mais paranóicos.

Ameaça comunista existiu, sim senhor. Os guerrilheiros do Araguaia não eram meia dúzia de estudantes. Mas cerca de oitenta. As esquerdas pretendem que a guerrilha surgiu como reação a 64. Nada disso. Em janeiro de 1961, Francisco Julião foi a Pequim e recebeu o apoio do PC chinês para a luta armada. Em maio do mesmo ano, foi a Cuba e teve apoio e armas de Castro. Em julho, já havia militantes brasileiros sendo treinados para luta armada no quartel de Manágua, 30 kms ao sul de Havana. Guerrilheiros também foram treinados na finada União Soviética.

A ameaça comunista nem é dos anos 60. Mas dos anos 30, quando um iluminado como Luís Carlos Prestes achou que já existiam as famosas "condições objetivas" para instalar uma república soviética no Brasil. Derrotados em 35, os comunistas voltaram ao ataque trinta anos depois.

O Brasil nunca teve economia mais fechada e atrasada que os países do Leste europeu, onde até o turismo era controlado pelo Estado. O Brasil, mesmo em seus piores momentos, jamais viveu a escassez dos países soviéticos. Nunca morreram no Brasil sete milhões de pessoas, pela Holodomor, como é conhecida a fome imposta por Stalin à Ucrânia, em 32 e 33. Tampouco ninguém no Brasil matou 20 milhões de pessoas, como fez Stalin. A guerrilha no Brasil era tão insignificante quanto a guerrilha em Sierra Maestra. Que também tinha, coincidentemente, 80 guerrilheiros. Como faltou em Cuba um exército que a desbaratasse, deu no que deu: a mais longa tirania da América Latina.

E reforma agrária também é coisa de comunista. Até hoje. Nos assentamentos do MST, são cultuados Mao, Castro e Che Guevara. Não fossem os militares, seríamos hoje mais uma republiqueta comunista. Com graves conseqüências para todo o continente. Caído o Brasil, cairiam também os países vizinhos. A tirania de Cuba talvez tivesse mais anos de sobrevida.

Janer Cristaldo  às 6:56 PM 

segunda-feira, agosto 08, 2011

domingo, 28 de dezembro de 2014

Janer de bem com a vida

Por Gilrikardo
 
A minha admiração pelo Janer deve-se pela forma que ele me tratou, além de sua espetacular inteligência e verve literária. Todas as vezes em que me comuniquei (através emails) obtive respostas, orientações e dicas.
 
Estou lendo, relendo e trelendo (ops!) os escritos disponibilizados na internet (blog, ebooks e artigos encontrados através google) com o intuito de reproduzí-los aqui em meu blog para ser mais uma fonte de preservação e disseminação das escritas deste autêntico pensador brasileiro.
 
PS. Ele sempre dizia que seu deus era o acaso, e parece ter razão, pois foi o acaso que nos trouxe aonde iremos ainda.
 
Janer de acordo com perfil: alguém de bem com a vida.

O silêncio dos vendidos

Por Janer Cristaldo (in memoriam)

Triste sina a da direita no Brasil. Em países mais civilizados, ser de direita é apenas não concordar com as propostas da esquerda, direito legítimo de todo cidadão. No Brasil, direita significa portar toda a infâmia do mundo. Que o diga Clóvis Rossi. Em recente crônica, afirmou: "É um caso de estudo para a ciência política universal. Já escrevi neste espaço uma e outra vez que o PT fez a mais radical e rápida guinada para a direita de que se tem notícia na história partidária do planeta".

Isto é: se o PT se revela corrupto, ele não é mais esquerda. É direita, porque só a direita é corrupta. Mesmo que o PT seja hoje o mesmo desde que nasceu, mesmo que os grandes implicados na corrupção - Genoíno, Mercadante, Zé Dirceu, Lula - sejam seus pais fundadores. Segundo Rossi, o PT guinou para a direita. E por que guinou para a direita? Porque suas falcatruas foram trazidas à tona. Permanecessem submersas, o partido continuaria sendo de esquerda.

É o que os franceses chamam de glissement idéologique. O conceito de esquerda sempre muda, à medida em que se corrompe. A direita é a boceta de Pandora, o repositório de todos os males do mundo, inclusive os das esquerdas. Pois quando as esquerdas cometem crimes - ou "erros", como preferem seus líderes - é que não eram de esquerda, mas de direita.

O PT, partido que nasce do ventre de uma mentira secular, mesmo ao tentar reerguer-se continua mentindo. Em recente sabatina organizada pela Folha de São Paulo, Tarso Genro, o novo presidente do partido, foi buscar situações análogas em outros partidos de centro-esquerda no mundo, como os democratas cristãos italianos e o partido socialista espanhol. "Isso tem algumas explicações que são de natureza histórica e que diz respeito a questões filosóficas, teóricas, profundas e questões relacionadas com responsabilidades individuais", disse o mago das palavras. Em verdade, não disse nada, sua explicação e explicação nenhuma são a mesma coisa. Mas conseguiu um milagre de retórica: mesmo sem dizer nada, mentiu. As situações análogas às do PT não devem ser buscadas nas sociais-democracias européias, pois nelas não estão nem nunca estiveram as origens de seu partido.
As origens do PT estão nas ideologias que empestaram o século passado, no bolchevismo, maoísmo, trotskismo, polpotismo, no comunismo albanês. Os quadros do partido eram egressos destas doutrinas e sempre condenaram as sociais-democracias, às quais atribuíam a pecha de revisionistas. O que está sendo derrubado, hoje, no Brasil, é o muro de Berlim mental das esquerdas tupiniquins, dezesseis anos após a queda do muro de concreto. A estrela vermelha, hoje cadente no Brasil, que Lula houve por bem trocar por uma medalha de Nossa Senhora Aparecida, nunca foi símbolo de social-democracia alguma, mas insígnia do Exército Soviético. Nos anos 90, foi arrancada de todos os prédios do poder na ex-URSS. Mas permaneceu pregada no peito das esquerdas latino-americanas.

O PT - ou o que dele resta - quer renovar-se. Mas só da boca pra fora. Jamais renunciará ao culto de seus deuses tutelares, Fidel Castro, Che Guevara, Prestes, Lamarca ou Marighella. Tarso Genro considera o assassino Prestes como o mais excelso herói que o Brasil já teve e Lula, sexta-feira passada, ainda citava Che Guevara: "Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas não podem deter a chegada da primavera". O PT quer renovar-se, mas ainda sente saudades das primaveras sangrentas prometidas pelo guerrilheiro argentino.

Em meio a isso, os intelectuais responsáveis pela ascensão do PT ao poder se reúnem em seminário para carpir o passado. O seminário, eufemisticamente, intitula-se O Silêncio dos Intelectuais. Melhor definido seria se se intitulasse o Silêncio dos Vendidos. Pois os intelectuais brasileiros, desde o início do século passado, venderam suas consciências ao socialismo soviético, a tal ponto que a palavra intelectual vinha sempre carimbada com um complemento: "de esquerda". Oswald de Andrade, hoje leitura obrigatória nos vestibulares, começa sua carreira nos anos 20, louvando o comunismo e o fascismo. No que aliás era muito coerente, comunismo e fascismo são as duas faces de uma mesma moeda. Seguiram-lhe os passos Jorge Amado, Graciliano Ramos, Dyonélio Machado, Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade e uma miríade de escritores menores, todos militantes marxistas ou no mínimo compagnons de route, a tal ponto que não existe grande diferença entre a história da literatura brasileira no século passado e a história das idéias comunistas no Brasil. Até mesmo um escritor tido como liberal, como Erico Verissimo, não resistiu ao canto das sereias. Nos anos 60, recomenda a Sérgio Faraco não publicar suas memórias de Moscou, que denunciavam seu internamento forçado numa clínica psiquiátrica.

Nem Machado de Assis foi inocente. Marx morreu em 1883, o último volume de O Capital foi publicado em 1894. Machado, que tinha acesso a línguas estrangeiras e a publicações do Exterior, jamais disse um pio sobre a doutrina que começava a fazer carreira. Ora, o gaúcho Qorpo Santo, tido como louco e morto justamente em 1883 - 15 anos antes de Machado e 24 anos antes da Revolução de 17 - já denunciava o comunismo em sua obra. Que permaneceu por um século inédita, é verdade. Mas a denúncia já estava lá, em sua Ensiqlopédia ou seis mezes de huma enfermidade, como alerta aos pósteros. Machado não viu nada. Melhor para sua fortuna, ou não seria hoje leitura obrigatória nos vestibulares. Qorpo Santo só poderia ser louco, ao denunciar antecipadamente a peste que dominou o século XX.

Quase cem anos se passaram desde então, e a intelligentsia tupiniquim - ou talvez melhor disséssemos burritsia - não aprendeu nada com o século. Marilena Chauí, a filósofa mater do PT, como a qualifica o Estadão, considera que o silêncio da intelectualidade no mundo não se trata de uma recusa, mas de uma impossibilidade de interpretar a realidade presente. E o que resta, neste caso, é o silêncio. "Manifestar-se sobre tudo, mudar de atitude conforme mudem os ventos, abandonar a obra já feita, desdizendo-a e desdizendo-se, é irresponsabilidade, não é liberdade. Muitas vezes o verdadeiro engajamento exige que fiquemos em silêncio, que não cedamos às exigências cegas da sociedade". O chofer de táxi, a faxineira, o barbeiro, o padeiro da esquina já têm elementos suficientes para interpretar a realidade presente. A douta PhDeusa uspiana, especialista em Spinoza, que muito escreveu sobre ética e política, ainda não sabe o que pensar. Se tiver de fazer coro às denúncias de corrupção do PT, terá de jogar no lixo boa parte de sua biografia. Árvore velha não se dobra. Pode até quebrar, mas não cede. A crise hoje vivida pelo governo está demonstrando a senilidade mental de seus defensores.

Luís Fernando Verissimo matou a Velhinha de Taubaté. Seria difícil manter vivo um personagem que sempre acredita no governo. Mas... matá-la é suficiente? Verissimo não vai pedir desculpas a seus leitores pelas décadas em que os induziu a votar no mais corruptor partido do Ocidente? Não vai penintenciar-se por ter sido um dos mais influentes escritores a apoiar Lula e seus asseclas? Quando ruiu o regime comunista na Polônia, velhos militantes crucificaram-se simbolicamente por uma hora, para manifestar em público seu arrependimento. Verissimo não poderia dar-nos o prazer de pelo menos cinco minutinhos de contrição, não digo numa cruz, mas numa tribuna qualquer?

Chico Buarque, pobre alminha ferida, declarou-se "triste' com a situação. Quando o país todo está revoltado, o poeta das esquerdas, com seus enternecedores olhos verdes, se declara... triste. E nisso ficamos. Diz ainda esperar que crise não provoque "apenas a alegria raivosa de quem não votou em Lula". Velho tique das esquerdas, muito do agrado de Genoíno e Mercadante: quando se faz qualquer crítica ao PT, a crítica não é crítica. É ódio. Engana-se o vate cubanófilo. A alegria de quem não votou em Lula é a mesma e saudável alegria dos franceses quando se libertaram do jugo alemão, dos alemães quando caiu o muro, dos russos quando Ieltsin deu um canhonaço na Duma, dos povos soviéticos quando viram cair as estrelas vermelhas de seus prédios públicos. Estamos alegres, sim senhor. Principalmente porque nem foi preciso lutar para derrubar o PT. Os petistas se encarregaram disto.

Na 11ª Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo, Frei Betto deplorou que "nem sob os anos da ditadura a direita conseguiu desmoralizar a esquerda como núcleo petista fez em tão pouco tempo (...) esses dirigentes desmoralizaram o partido e respingaram lama por toda a esquerda brasileira". Ocorre que as esquerdas brasileiras têm suas raízes no lamaçal ideológico do século passado.

Nada demais, meu caro Betto: as esquerdas estão voltando às origens.

- Enviado por Janer @
10:09 PM
terça-feira, agosto 30, 2005

Verissimo adere a cartilha do MEC

Por Janer Cristaldo

Já confessei que cultivo um vício perverso, o de ler cronistas medíocres. Eles me divertem. Acabo de ler Luis Fernando Verissimo. Não, não o coloco entre os medíocres. Escreve bem, com elegância. Tem bom texto, como se diz em jornal. Mas uma coisa é redigir bem, outra é escrever algo inteligente. Verissimo, ao longo de sua vida, sempre fechou com as esquerdas e com o que de pior o século produziu, o comunismo. Desta subserviência às tiranias de Moscou e Havana decorre boa parte de seu prestígio. No século passado, foram muito admirados, quando não endeusados, os intelectuais que professavam o marxismo. E, a bem da verdade, ainda são.

Escreve hoje Verissimo no Estadão:

Lembranças vagas.
Vultos sem precisão
no meio da serração.
Uma praça, um possível coreto
e aquilo será um mastim,
ou a tuba do Serafim?

Estará se referindo ao ato de serrar? Neste sentido, a palavra existe. Mas aí não tem mais sentido. Pelo jeito, o cronista perdeu-se na cerração do vernáculo. Outro dia foi a professora Luciana Genro, do PSOL. Em twitter publicado dia 03 deste mês, escreveu assim, ipsis litteris: “Palocci hipocrisia e sinismo em estado de pureza!”

Pelo jeito as esquerdas estão aderindo à cartilha Por uma Vida Melhor, do MEC.


Enviado por Janer @
10:47 AM
quinta-feira, junho 30, 2011

Não somos só nós

sábado, 27 de dezembro de 2014

Adam Smith_Biografia

Com A riqueza das nações, Adam Smith se estabeleceu como a principal fonte do pensamento econômico contemporâneo. Dessa fonte beberam David Ricardo e Karl Marx no século XIX, além de Keynes e Friedman no século XX.

Adam Smith nasceu em um vilarejo em Kirkcaldy, na Escócia. Lá, sua mãe, viúva, o criou até que ingressasse na Universidade de Glasgow, aos quatorze anos, financiado por uma bolsa de estudos, como era a práticacomum na época. Mais tarde, ele freqüentou o Balliol College, em Oxford, se graduando com extenso conhecimento em literatura européia e com um eterno desdém pelas escolas inglesas.

Ele voltou para casa, e, após ministrar uma série de palestras muito bem sucedidas, tornou-se professor. Primeiro, foi professor de lógica (1751) e mais tarde foi professor de filosofia moral (1752) na Glasgow University.

Smith deixou a academia em 1764 para ser tutor do jovem duque de Buccleuch. Por mais de dois anos eles viveram e viajaram juntos pela França e a Suíça, uma experiência que pôs Smith em contato com contemporâneos como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, François Quesnay e Anne-Robert-Jacques Turgot. Com a pensão que recebia por seu trabalho junto ao duque, Smith se retirou àretirou-se em Kirkcaldy, sua cidade natal, para escrever A riqueza das nações. O livro foi publicado em 1776, o mesmo ano em que a Declaração de Independência Americana foi assinada, e que David Hume, seu grande amigo, faleceu. Em 1778, ele foi nomeado diretor da alfândega. Esse trabalho o colocou em uma posição desconfortável, tendo de coibir o contrabando, atividade que foi defendida em A Riqueza das Nações -- a riqueza das nações como sendo legítima diante de uma legislação “não natural”. Adam Smith nunca se casou. Ele morreu em Edimburgo em 19 de julho de 1790.

Atualmente, a reputação de Smith se baseia em sua explicação de como o interesse próprio racional em uma economia de livre mercado nos leva ao bem estar econômico. Pode vir a ser uma grande surpresa para aqueles que reduziriam Smith ao papel de defensor de um individualismo cruel, saber que o seu primeiro grande trabalho tenha se concentrado na ética e na caridade. Na verdade, de acordo com John Millar, aluno de Smith na época em que ele lecionou na Universidade de Glasgow, os assuntos das palestras de Smith, em ordem de preferência, eram teologia natural, ética, jurisprudência e economia. Em A Teoria dos Sentimentos Morais, Smith escreveu: “Por mais egoísta que se possa admitir que seja um homem, existem evidentemente alguns princípios em sua natureza que o levam a se interessar pela sorte de outros e que tornam a felicidade destes necessária para ele, apesar de não ganhar nada a partir disso,com isso a não ser o prazer de testemunhá-la”.

Ao mesmo tempo, Smith tinha uma visão benigna a respeito do interesse próprio. Ele renegava a visão de que o amor-próprio “era um princípio que nunca poderia ser virtuoso, em sob nenhum a escalaaspecto.” Smith argumentava que viver seria difícil se nossas “afeições que, pela própria natureza de nosso ser, devem com freqüência influenciar nossa conduta, não pudessem em ocasião alguma mostrarem-se virtuosas ou merecerem a estima e a admiração de qualquer pessoa.”

Para Smith, a solidariedade e o interesse próprio não eram incompatíveis, mas complementares. “... o homem, entretanto, tem necessidade quase constante da ajuda dos semelhantes, e é inútil esperar essa ajuda simplesmente da benevolência alheia”, explicou ele em A riqueza das nações.

A caridade, embora seja um ato de virtude, não pode sozinha prover os artigos fundamentais à vida. O interesse próprio era um mecanismo que poderia remediar essa desvantagem. Segundo Smith: "não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos que nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse".

Uma pessoa que obtém sua renda através de seu próprio trabalho beneficia a si própria. Porém, involuntariamente, ela também beneficia a sociedade, pois, para obter renda através de seu trabalho em um mercado competitivo, ela deve produzir algo que outros valorizam. Na eterna imagem de Adam Smith, “e orientando sua atividade de tal maneira que sua produção possa ser de maior valor, [o homem] visa apenas seu próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por uma mão invisível a promover um objetivo que não fazia parte de suas intenções.”

A série de cinco livros de A riqueza das nações tentou revelar a natureza e as causas da prosperidade de uma nação. A principal causa da prosperidade, argumentava Smith, era o aumento da divisão do trabalho, como no famoso exemplo dos alfinetes. Ele afirmou que dez trabalhadores poderiam produzir 48 mil alfinetes por dia, caso cada uma das dezoito tarefas especificas fossem designadas a trabalhadores específicos. Produtividade média: 4.800 alfinetes por trabalhador por dia. Porém, sem a divisão do trabalho, um trabalhador produziria, com sorte, um alfinete por dia.

Como os indivíduos podem aplicar melhor o seu próprio trabalho ou qualquer outro recurso é o tema central no primeiro livro da série. Smith afirmava que um indivíduo investiria um recurso, por exemplo, a terra ou o trabalho, para obter a partir dele o maior retorno possível. Conseqüentemente, todos os usos desse recurso devem trazer uma taxa de retorno igual (ajustada ao risco relativo de cada empreendimento). Caso contrário, o resultado seria a realocação. Essa idéia, escreveu George Stigler, é a afirmação central na teoria econômica. Em consonância com outra afirmação de Stigler, segundo a qual o criador de uma idéia nas ciências econômicas nunca leva o crédito, a idéia de Smith não era original. O economista francês Turgot dissera o mesmo em 1766.

Smith usou essa idéia da igualdade dos dividendos para explicar por que os níveis salariais eram diferentes. Os níveis podem ser mais altos, argumentava, para atividades que requeriam um aprendizado mais longo, porque as pessoas não iriam se dispor a aprendê-las caso não fossem compensadas com um salário mais alto. Desse pensamento se originou a noção moderna de capital humano. Da mesma forma, os níveis salariais seriam mais altos para aqueles que atuassem em profissões sujas e perigosas, como os mineiros, os açougueiros, ou mesmo como os carrascos, que desempenham realizam um trabalho detestável. Em suma, as diferenças dos trabalhos eram compensadas pelas diferenças dos salários. Os economistas modernos chamam essa idéia de Smith de teoria dos diferenciais compensatórios de salário.

Smith utilizou a economia numérica não apenas para explicar a produção de alfinetes ou as diferenças entre os salários dos açougueiros e dos carrascos, mas também para se dirigir às questões políticas mais urgentes daquele momento. No quarto livro de A riqueza das nações publicado, lembre bem, em 1776 – Smith diz à Grã-Bretanha que as suas colônias americanas não valem o preço de sua manutenção. Vale à pena repetirmos o seu raciocínio a respeito do custo excessivamente alto do imperialismo britânico para mostrar Smith em seu melhor momento com os números e também para mostrar que a teoria econômica simples e clara pode levar a conclusões radicais:

Implantou-se um grande império para o único fim de criar uma nação de clientes obrigados a comprar nas lojas dos nossos diversos produtores todas as mercadorias que estes possam fornecer-lhes. Em atenção a esse pequeno aumento de preço que o referido monopólio poderia proporcionar aos nossos produtores, tem-se onerado os consumidores internos com toda a despesa para a manutenção e defesa daquele império. Para esse fim, e somente para ele, nas duas últimas guerras, gastaram-se mais de 200 milhões, contraindo-se uma nova dívida de mais de 170 milhões, além de tudo aquilo que se gastara em guerras anteriores, com a mesma finalidade. Os juros dessa dívida, por si sós, ultrapassam não somente todo o lucro extraordinário que jamais se teria imaginado auferir com o monopólio do comércio colonial, mas também o valor integral desse comércio ou o valor total das mercadorias em média exportadas anualmente às colônias.

Smith se opôs veementemente ao mercantilismo – a prática de se manter a balança comercial artificialmente positiva acreditando que isso produziria riqueza. A vantagem primária do comércio, dizia, é que ele abre novos mercados para os produtos excedentes e também disponibiliza algumas mercadorias estrangeiras a um preço mais baixo do que as domésticas. Com isso, Smith lançou uma série de economistas do livre mercado e pavimentou o caminho para as teorias de vantagem comparativa de David Ricardo e John Stuart Mill, uma geração depois.

Às vezes, Adam Smith é caracterizado como alguém que não via papel algum para o governo na vida econômica. Na verdade, ele acreditava que o governo tinha um papel importante a desempenhar. Como a maioria dos defensores modernos do livre mercado, Smith acreditava que o governo deveria garantir o cumprimento de contratos, proteger as patentes e os direitos autorais e encorajar as invenções e as novas idéias. Ele também acreditava que o governo deveria fornecer serviços públicos, como estradas e pontes, que, presumia, gerariam retorno aos indivíduos que os fornecessem. Apesar disso, curiosamente, interessantemente, ele desejava que os usuários desses serviços públicos pagassem por eles, proporcionalmente ao seu uso. Uma clara diferença entre Smith e a maioria dos defensores modernos do livre mercado é que Smith era a favor das tarifas retaliativas.

A retaliação para abaixar as altas tarifas de outros países, pensava ele, funcionaria. “A recuperação de um grande mercado estrangeiro,”, escreveu, “mais do que compensará a inconveniência transitória de pagarmos caro por alguns tipos de bens por um curto período.”

Algumas das idéias de Smith são um testemunho da amplitude de sua imaginação. Hoje, o uso de vouchers nos programas que possibilitam aos pais escolherem a escola onde seus filhos estudarão são saudados como a maior novidade na reforma da educação pública. Mas foi Adam Smith quem falou sobre essa questão há mais de 200 anos:

Se os alunos dessas fundações de caridade tivessem a liberdade de escolher o colégio que achassem melhor, tal liberdade talvez pudesse contribuir para suscitar certa emulação entre os diversos colégios. Ao contrário, um regulamento que proibisse até mesmo os membros independentes de qualquer colégio específico de o abandonará-lo e ir para algum outro, sem antes solicitar e obter permissão para sair do colégio que pretendem abandonar, tenderia muito a acabar com a referida emulação.

O próprio período de Smith como estudante em Oxford (1740-46), cujos professores, segundo ele, tinham “desistido completamente até mesmo de fingir que ensinavam,” deixou em Smithnele um desdém permanente por universidades como Cambridge e Oxford.

Os escritos de Adam Smith foram tanto uma investigação da ciência econômica, quanto um direcionamento político para a compreensão da riqueza das nações. Smith acreditava que o desenvolvimento econômico era mais bem estimulado em um ambiente de competição livre que operasse de acordo com “leis naturais” universais. Por ter sido o trabalho de Smith o mais sistemático e abrangente estudo da economia até seu lançamento, o seu pensamento econômico se tornou a base da economia clássica. E por suas idéias ainda se manterem em um nível de relevância maior do que a de qualquer outro economista, Adam Smith é verdadeiramente o alfa e o ômega das ciências econômicas.

O PT que a maioria não vê

MP da Dilma e a bolha imobiliária

O sistema adotado da concentração na matrícula é o mesmo da Espanha, que faliu

Publicado por Raymundo Passos - 3 dias atrás
61
Pode ser até que ainda não tenha estourado a bolha imobiliária, mas, com uma simples pesquisa na internet, nos deparamos com as seguintes situações: construtoras dando descontos de até 45%; imobiliárias incentivando proprietários a dar descontos de até 30% para vender casas mais rápido; aumento do número de pessoas que desistem de comprar na planta; valor de mercado de empreiteiras desabando; após uma ‘década de ouro’, construção civil desacelerando; concessões de crédito imobiliário também em queda; intenção de compra em baixa; vendas de imóveis novos despencando 36,5% em São Paulo. Não parece que tem algo errado?
É nesta conjuntura econômica que o Congresso aprovou a MP 656/2014 - um "jabuti" que trata do procedimento da concentração de todas ações judiciais na matrícula do imóvel. Tal procedimento tende a acelerar o estouro da bolha imobiliária, pois o chamado ‘Renavam dos Imóveis’ trará a reboque a institucionalização do calote nas dívidas civis sem garantia real, já que dificilmente os credores conseguirão levar os imóveis dos devedores à hasta pública ou praça
Ressalte-se que a Espanha foi o único país no mundo que adotou a concentração na matrícula de imóvel. Neste país, a crise social, ocasionada pelo estouro da bolha imobiliária, tem sido desastrosa. Lá, há aproximadamente 5 milhões de moradias vazias. Ao mesmo tempo, cresce a cada dia no país o número de famílias sem-teto. Só as afetadas pelos cruéis desahucios, os despejos por não pagamento da hipoteca,vêm somando mais de 500 por dia. Os suicídios de pessoas que perderam tudo depois de uma vida de batalha estão aos poucos se tornando uma rotina de desespero.
Apontada por todos os especialistas no assunto como um dos pilares da crise espanhola, a chamada “bolha imobiliária” ocasionou estas aberrações sociais e deixou um triste legado físico: conjuntos habitacionais inabitados, condomínios às moscas, aeroportos inúteis.
As semelhanças entre a Espanha e o Brasil são inequívocas:
"O governo espanhol percebendo o “bom momento” tratou de regular o setor, no que considerou correto, creio, e acabou por colocar mais lenha na fogueira: os preços não paravam de subir, assim como a quantidade de novos empreendimentos, o emprego e a renda. Logo concluíram que tudo estava certo e começaram a gabar-se do feito espanhol." - artigo ' Semelhanças inequívocas entre Espanha e Brasil: ESTAMOS VIVENCIANDO O QUE A ESPANHA VIVEU ENTRE 2007/91.' Fonte:Bolha Imobiliária
O governo do Brasil segue o mesmo caminho trilhado pelo o espanhol: nega a existência da formação de uma bolha imobiliária e adota o procedimento da concentração na matrícula, que gera insegurança jurídica e estimula a bolha.
Detalhe bastante curioso a respeito da aprovação da MP 656: a relatoria da referida MP foi transferida do senador Eunício Oliveira (PMDB/CE) para o senador Romero Jucá e este, em menos de 24 horas, elaborou um Parecer de 120 páginas e o aprovou no Senado.
O procedimento da concentração na matrícula já vem sendo amplamente debatido pelos leitores do JusBrasil, onde ficou demonstrado que, além de enriquecer os já milionários donos de cartórios de registros de imóveis, é um procedimento altamente prejudicial aos credores de ações judiciais, inclusive os credores de ações trabalhistas. Ou seja, além de incentivar o estouro de uma bolha imobiliária em nossa economia, a MP 656 prejudica direitos dos trabalhadores brasileiros. Ver o seguinte artigo: Dilma e a Medida Provisória 656: mais uma bomba disfarçada
O mais estranho é que Romero Jucá, ao invés de demonstrar a urgência e a relevância desta matéria, fundamenta a aprovação deste procedimento (arts. 54 a 61 da MP) argumentando que o mesmo modifica o CPC, o que contraria o artigo 62, letra b da nossa Carta Magna.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Instituto Ordem Livre

O Instituto Ordem Livre é uma associação civil sem fins lucrativos que visa a promoção:

> da liberdade individual, 

> da paz e 

> do livre mercado no Brasil.

Buscamos colaborar com a construção de uma ordem social mais livre, justa e próspera promovendo eventos, cursos, estudos e publicações que influenciem o debate de ideias na sociedade brasileira e o processo de formulação de políticas públicas.

Querência de São Pedro do Rio Grande do Sul

NOMES ATRIBUIDOS À TERRA GAÚCHA AO LONGO DA SUA HISTÓRIA


A seguir é apresentada a relação com os 41 nomes já atribuídos à terra do povo gaúcho que, fora de qualquer dúvida, em algum ou muitos documentos, foram atribuídos ao atual Estado do Rio Grande do Sul.


Ano
Designação

 1534
1. SÃO PEDRO 

1580
2. CAPITANIA DEL REI 

1550
3. RIO GRANDE 

~1601
4. PROVÍNCIA DO TAPE 

1637
5. PORTO DE SÃO PEDRO 

1698
6. PROVÍNCIA DEL RÉ ou PROVÍNCIA DEL REY 

~1718
7. RIO GRANDE DE SÃO PEDRO

1736
8. RIO DE SÃO PEDRO

1736
9. COLÔNIA DO RIO DE SÃO PEDRO

1738
10. RIO DE SÃO PEDRO DO SUL

1748
11. TERRA DOS TAPES

~1760
12. GOVERNO DO RIO DE JANEIRO

1760
13. GOVERNO DO RIO GRANDE

1751
14. CONTINENTE DE VIAMÃO ou DEL REI

(não especificado)
15. GOVERNO DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL

1737
16. CONTINENTE DO RIO GRANDE

1769
17. CONTINENTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO

1779
18. CONTINENTE DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL

1778
19. CONTINENTE DO RIO GRANDE DO SUL

1775
20. PROVÍNCIA ou GOVERNO DE BUENOS AIRES

1764
21. CAPITANIA DO RIO GRANDE

1803
22. CAPITANIA DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO

1804
23. CAPITANIA DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL

1807
24. CAPITANIA DE SÃO PEDRO

1807
25. CAPITANIA DO RIO GRANDE DO SUL

1810
26. CAPITANIA DE SÃO PEDRO DO SUL

1812
27. CAPITANIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE

1813
28. CAPITANIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL

1807
29. PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE

1820
30. PROVÍNCIA DEL REI

1820
31. PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL

1821
32. PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO DO SUL

1821
33. PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DE SÃO PEDRO

1830
34. PROVÍNCIA DO RIO GRANDE

1839
35. PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO

1817
36. PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL

1823
37. PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO SUL

1836
38. ESTADO RIO-GRANDENSE

(REPÚBLICA RIO-GRANDENSE)

~1809
39. RIO GRANDE DE SÃO PEDRO DO SUL

(diversas épocas)
40. RIO GRANDE DO SUL

1889
41. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


Querência amada

Para mim, tal música só tem sentido na voz
do grandioso Teixeirinha, o resto é 
imitação oportunista.


 

Coisas do meu rincão



Terras por onde andei

Edu na Espanha

100 observações de um brasileiro na Espanha

Já faz dez anos que estou morando na Espanha, cheguei ao país em maio de 2004. Desde então procurei me integrar aos costumes locais e até mudei um pouco dos meus hábitos trazidos do Brasil. Para comemorar esta data, decidi fazer uma lista com 100 coisas que me chamaram a atenção na Espanha, algumas um pouco exageradas, mas todas verdadeiras e bastante curiosas.

1. Aqui na Espanha, praticamente não tem fila. Quando você entra em um banco, por exemplo, você pergunta quem foi o último a entrar, fica de olho na pessoa, e quando ela for atendida, você já sabe que é a sua vez.

2. Aqui na Espanha, é comum você interromper seu trabalho no meio da manhã para fazer um lanchinho.

3. Aqui na Espanha, alguns pratos, como o camarão, se comem com as mãos, mesmo em um restaurante chique ou em um casamento. As mesas normalmente dispõem de lenços umedecidos.

4. Aqui na Espanha, não existe piada de gay, nem de pobre ou de alguma minoria étnica. Em compensação, tem muita piada de político. 

5. Aqui na Espanha, se você é homem e usa uma camisa rosa choque, ninguém liga. 

6. Aqui na Espanha, o topless é prática comum. Entre as adeptas, tem muita vovózinha. 

7. Aqui na Espanha, vinho e pão são obrigatórios na hora do almoço. Ao contrário das padarias brasileiras, que vendem a maior parte dos pães de manhã cedo, na Espanha o horário de pico da venda do pão é na hora do almoço.

8. Aqui na Espanha, praticamente não se come pão no café da manhã. O espanhol prefere comer “bollerias” (termo genérico para definir doces).

9. Aqui na Espanha, o povo não liga muito para produtos importados, principalmente gêneros alimentícios. A preferencia é consumir produtos nacionais.

10. Aqui na Espanha, a classe média não tem empregada doméstica. Os pais tem que fazer verdadeiros malabarismos (muitas vezes pedindo ajuda aos avos) para conciliar o trabalho com as tarefas domésticas e os filhos. 

11. Aqui na Espanha, os homens frequentam mais a academia que as mulheres. Talvez este fato esteja relacionado com o ponto anterior. 

12. Aqui na Espanha, a babá das crianças geralmente são os avos.

13. Aqui na Espanha, não tem ralo no banheiro nem na cozinha. Você joga a água no chão para lavar e recolhe a água de volta para um balde. 

14. Aqui na Espanha, os prédios não tem lixeira. Você tem que descer com o lixo e jogá-lo em grandes containers que ficam na rua. Cada container tem uma cor diferente para cada tipo de lixo: verde para vidros, azul para papel, laranja para lixo orgânico e cinza para lixo em geral. 

15. Aqui na Espanha, a maioria dos edifícios conta com um “trastero”, que é uma espécie de quartinho trancado a chave que fica na garagem. Lá você guarda os seus “trastes” (daí o nome) como malas, bicicletas, ferramentas, etc.

16. Aqui na Espanha, o prato universal é a tortilha. 

17. Aqui na Espanha, a mulher tem muito caráter e quase nunca são submissas. 

18. Aqui na Espanha, os ricos são bem mais discretos, quase não se nota muita ostentação pública. Eles preferem ostentar suas riquezas entre eles. 

19. Aqui na Espanha, é comum os casais saírem para lugares diferentes. Os maridos saem com os amigos para um lugar e as esposas saem com as amigas para outro. 

20. Aqui na Espanha, é raríssimo você ver um homem de bermuda na rua, a não ser que esteja praticando esporte ou saindo da praia. 

21. Aqui na Espanha, todos os bares oferecem jornais e revistas gratuitas. Você pode pedir um cafezinho e ficar a manhã inteira no bar lendo todos os jornais e revistas, que ninguém te incomoda. 

22. Aqui na Espanha, quando você pede um vinho ou cerveja, normalmente o garçom te traz uma tapa (petiscos) de cortesia. Algumas tapas são bem generosas. 

23. Aqui na Espanha, todo mundo torce pelo seu time de futebol local, como é de se esperar. Mas todo mundo tem um segundo time do coração, que pode ser o Barcelona ou o Real Madrid. 

24. Aqui na Espanha, o futebol é paixão nacional. Durante alguns meses do ano, os principais campeonatos europeus acontecem simultaneamente: Liga Espanhola, UEFA League e Champions League e Copa do Rei. Quando isso ocorre, tem jogo quase todos os dias. Em dia de jogo, as televisões emitem um programa tipo “mesa redonda” duas horas antes do jogo e outro programa similar duas horas depois do jogo. As esposas ficam desesperadas!

25. Aqui na Espanha, quase todos os grandes estádios de futebol tem um museu incorporado.

26. Aqui na Espanha, um candidato a um cargo público pode se reeleger quantas vezes quiser. Tem prefeito que está no poder há mais de 20 anos.

27. Aqui na Espanha, o voto não é obrigatório e o sistema de eleição é de listas fechadas. 

28. Aqui na Espanha, praticamente 90% da população é católica. Mas quase ninguém vai à missa. 

29. Aqui na Espanha, a hora da siesta não é uma lenda. Por volta das duas da tarde o comércio fecha e só abre as cinco. As cidades ficam vazias durante este período e ainda que seja um dia útil, a sensação é a mesma de uma tarde de domingo.

30. Aqui na Espanha, por causa do intervalo da hora da siesta, o comercio fica aberto até às nove da noite.

31. Aqui na Espanha, alguns sofás vendidos nas lojas estão pensados para acomodar confortavelmente uma pessoa deitada, para que ela possa disfrutar melhor da siesta. 

32. Aqui na Espanha, muitas empresas não trabalham nas sextas-feiras à tarde. 

33. Aqui na Espanha, você só pode ir pagar contas no banco até as dez da manhã. Por esta razão, muita gente prefere o debito automático. 

34. Aqui na Espanha, quase não existem cruzamentos. Estes foram substituídos por rotatórias. 

35. Aqui na Espanha, os carros param para os pedestres cruzarem na faixa. Principalmente quando não há semáforos.

36. Aqui na Espanha, o vendedor não fica atrás de você. Pelo contrário, você que tem ir atrás dele.

37. Aqui na Espanha, não existe cheque e o povo quase não usa dinheiro. A maioria das compras é feita em cartão. 

38. Aqui na Espanha, os caixas eletrônicos ficam no meio da rua, às vezes em lugares exóticos como a saída de um banheiro. 

39. Aqui na Espanha, a minoria que mais sofre com preconceito são os ciganos. Em segundo lugar, os marroquinos. 

40. Aqui na Espanha, o sonho de muitas meninas andaluzas é se tornar cantora de flamenco.

41. Aqui na Espanha, a tourada não é uma unanimidade. Em dia de tourada é normal surgirem concentrações anti-taurinas na porta das arenas. Na Catalunha as touradas são proibidas.

42. Aqui na Espanha, alguns bares exibem uma cabeça de touro empalhada na parede. Um dos pratos mais comuns destes estabelecimentos é o cozido com rabo de touro. Se o rabo em questão pertencer a um touro abatido no dia anterior por um toureiro famoso, o prato é mais caro.

43. Aqui na Espanha, política é polarizada. Ou você é de direita ou é de esquerda. 

44. Aqui na Espanha, o hino não tem letra. Nos estádios a torcida canta a melodia do hino com “lá, lá, lá”.

45. Aqui na Espanha, se você vestir uma camisa ou colocar um adesivo no carro com a bandeira espanhola, você é considerado facista. 

46. Aqui na Espanha, os salários são muito equiparados. Antes da crise de 2008, um pedreiro podia ganhar mais que um engenheiro. Esta diferença hoje em dia é maior. 

47. Aqui na Espanha, é raro um amigo te convidar para visitar sua casa. As reuniões sociais são feitas normalmente nos bares. 

48. Aqui na Espanha, tem vários cabeleireiros por quarteirão. E estão todos cheios (de velhinhas). 

49. Aqui na Espanha, não faltam bares. Em uma recente pesquisa realizada em Valencia, se toda a população da cidade quisesse descer para os bares ao mesmo tempo, não faltaria lugar para ninguém. Os bares são uma parte fundamental da cultura espanhola. 

50. Aqui na Espanha, algumas regiões como a Galícia, Catalunha e País Basco tem dois idiomas. Aliás, o basco é o único idioma do mundo cuja origem é desconhecida.


51. Aqui na Espanha, pouquíssima gente fala inglês fluentemente. E os que falam, tem o sotaque muito carregado.

52. Aqui na Espanha, poucos jovens vão para as Universidades. A maioria prefere fazer cursos técnicos. 

53. Aqui na Espanha, as estações são bem definidas, apesar do verão não ser dos melhores em algumas regiões do norte do país. 

54. Aqui na Espanha, o sol só se põe às onze da noite nos meses de verão. 

55. Aqui na Espanha, os prédios não tem playground. As crianças brincam nos parques públicos.

56. Aqui na Espanha, as lojas são obrigadas a oferecer descontos de até 70% no verão e no inverno. São as famosas “rebajas”. 

57. Aqui na Espanha, o cinema nacional é bom.

58. Aqui na Espanha, as artes plásticas são muito apreciadas. Talvez pela riqueza de referencias nacionais como Picasso, Dali, Velazquez y El Greco. 

59. Aqui na Espanha, os doces não são tão bons como os brasileiros e são carregados de chantilly. 

60. Aqui na Espanha, o doce mais tradicional do natal é o torrone. 

61. Aqui na Espanha, não é comum dar presentes para as crianças no natal. Normalmente, as crianças só recebem presentes do dia de Reis, 6 de janeiro.

62. Aqui na Espanha, a brincadeira do amigo oculto é levada a sério. Você ganha seu presente e fica sem saber quem te sorteou. 

63. Aqui na Espanha, as pessoas costumam te parabenizar no dia do seu santo. 

64. Aqui na Espanha, não se misturam várias comidas em um único prato. Cada comida é servida em pratos diferentes. 

65. Aqui na Espanha não tem comida a quilo. Se tivesse, talvez não desse certo. O povo, tal e como exposto no ponto anterior, gosta de comer em pratos separados.

66. Aqui na Espanha o almoço só é servido nos restaurantes a partir das duas da tarde e o jantar a partir das nove. 

67. Aqui na Espanha, se consome muito vinho. O país é líder mundial na produção desta bebida.

68. Aqui na Espanha, não adianta fazer sinal para o taxi parar na rua. Você tem que ir até o ponto de taxi (ou ligar para ele ir te buscar) 

69. Aqui na Espanha, não dá para pegar ônibus fora do ponto.

70. Aqui na Espanha, as praias são bonitas e não faltam. O país é quente no verão e é um dos destinos preferido dos europeus que buscam um belo bronzeado. A Espanha é o país da Europa com o maior numero de praias com bandeiras azuis. (A bandeira azul é uma distinção atribuída anualmente pela Fundação para a Educação Ambiental (FEE) a todas as praias que cumpram um conjunto de requisitos de qualidade ambiental, segurança, bem-estar, infra-estrutura, sinalização e sensibilização ambiental.

71. Aqui na Espanha, o fluxo de turistas é enorme, principalmente em Madrid, Barcelona e Ilhas Canárias. O país é, atualmente, o terceiro país mais visitado do mundo.

72. Aqui na Espanha, festa de criança normalmente se faz na escola e só os amiguinhos são convidados. 

73. Aqui na Espanha, se fala muito palavrão. Os piores são aqueles que incluem a palavra “Deus”. 

74. Aqui na Espanha, a variedades de nomes é muito limitada. Tem muito Juan, Diego, Manuel e muita Maria, Carmen ou Pilar. 

75. Aqui na Espanha, não se costuma dar tapinha nas costas ou na barriga dos amigos. 

76. Aqui na Espanha, o cinema é dublado. Para ver filme em versão original só comprando o DVD. 

77. Aqui na Espanha, os últimos minutos que antecedem o fim do ano são acompanhados em casa, assistindo TV. Deve-se comer 12 uvas brancas quando faltarem 12 segundos para a meia-noite.

78. Aqui na Espanha, só após a virada do ano que as pessoas saem de casa, normalmente para discotecas. 

79. Aqui na Espanha, quando você cruza com um conhecido na rua você não diz “oi”, você diz “até logo”. 

80. Aqui na Espanha, quando você se despede pelo telefone, você fala “Venha”. 

81. Aqui na Espanha, quase não se toma refrigerante. Em compensação os jovens começam a beber álcool muito cedo. 

82. Aqui na Espanha, praticamente não se come arroz (a não ser que seja uma Paella). O acompanhamento mais comum nos pratos espanhóis é a batata. 

83. Aqui na Espanha, é raríssimo incorporar palavras estrangeiras no vocabulário. Quase todas são adaptadas para o idioma espanhol. Desta forma, “meeting” vira “mitin” “bacon” vira “beicon” e “standard” vira “estándar”, todas elas são oficiais e estão incorporadas no dicionário da língua espanhola.

84. Aqui na Espanha, para comprar um carro usado de um particular, ambas as partes tem que assinar um contrato fornecido pela Receita Federal. 

85. Aqui na Espanha, não tem cartório nem firma reconhecida. Para autentificar um contrato você tem que ir ao notário e ambas as partes tem que assinar o documento na frente dele. 

86. Aqui na Espanha, o box de banheiro é coisa recente. A grande maioria das casas e apartamentos tem banheiras.

87. Aqui na Espanha, um(a) brasileiro(a) tem dois estereótipos: ou exótico ou sensual. 

88. Aqui na Espanha, frutas tropicais tão comuns no Brasil como abacaxi, manga e maracujá são consideradas exóticas e são caríssimas. 

89. Aqui na Espanha, não existem ligações interurbanas. Você pode ligar para qualquer lugar do país pagando tarifa de ligação local. 

90. Aqui na Espanha, se você perguntar para alguém “Tudo bem?” algumas pessoas talvez te respondam que não. 

91. Aqui na Espanha, qualquer dia de sol é considerado um dia ótimo, mesmo que você esteja congelando de frio.

92. Aqui na Espanha, a polícia sempre ocupa os primeiros lugares entre as instituições públicas mais admiradas pelos cidadãos. 

93. Aqui na Espanha, as multas de trânsito têm duas datas de vencimento. Se você pagá-la antes de vencer o primeiro prazo, você tem 50% de desconto.

94. Aqui na Espanha, existem vários grupos separatistas, a maioria pacíficos. O mais violento deles é o ETA, do país Basco. Surgido na década de 50, este grupo terrorista já matou mais de 800 pessoas em todo o país. Atualmente estão praticamente inoperantes. 

95. Na Espanha, a aliança de noivos fica na mão esquerda e a de casados na direita.

96. Na Espanha, sexta-feira 13 não é dia de azar. O dia agourento é a terça-feira 13. 

97. Na Espanha, o dia que mais se compra loteria é no natal, praticamente todos os números disponíveis são vendidos. 

98. Aqui na Espanha, a arquitetura histórica é abundante. Depois da Itália, a Espanha é o país com o maior número de Patrimônios da Humanidade da UNESCO no mundo.

99. Aqui na Espanha, quando o reboque leva seu carro, normalmente deixa um bilhete no local informando o endereço do deposito para onde ele foi levado.

100. Aqui na Espanha, é comum ver pessoas comendo sementes de girassol em praticamente todos os lugares.