quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Num dia qualquer

Por Gilrikardo

-Puxa! Tu não acreditas em nada?
-Não entendi. Por que dizes isto?
-Ora, meu caro, és ingênuo? Como não entendestes? Se tu ages contra deus e todo o resto...
-Calma lá! Queres dizer que minhas opiniões devem ser desqualificadas pelo simples fato de não acompanharem a maioria. Tenho manifestado-me de acordo com a lógica de meus pensamentos. Nada de escolher lado. Nada de estar com a maioria ou com a minoria. E sim dentro daquilo que meu discernimento determina.
-Não estás entendendo. É o seguinte, tu tens a mania de duvidar de qualquer assunto que nos leva a dialogar, assim fica difícil.
-Que mal há nisso? Duvidar em minha opinião é o primeiro passo que nos leva a refletir. Em meu caso este duvidar é o sinal de que estou analisando a questão, estou dando tempo ao tempo, para então demonstrar o meu respeito a ti com uma autêntica manifestação do que penso. Sem "achismos" como facilmente se agrada a maioria.
-Nunca vi alguém gastar tantas palavras para justificar a falta de crença. Tu precisas acreditar mais. Se um milhão acredita e tu não, o certo és tu?. Tu precisas praticar mais a fé... é isto que te falta... fé.
-Creio que deves estar equivocado comigo. Não imagino a que tipo de fé me aludes. O que posso te garantir é que essa confiança absoluta às vezes nos torna temerários. Por exemplo, dizer que não vou mudar de opinião, se as opiniões advêm dos fatos que nos cercam e que tais acontecimentos ocorrem numa dinâmica em constante evolução, leva-me fatalmente reavaliar meus conceitos.
-Tá vendo, isso que eu disse agora, estás duvidando de novo.
-Acredito que você nem escuta mais o que digo, simplesmente aguarda eu terminar de falar para novamente atacar minha forma de opinar.
...........
--Toc, toc, toc... paiêeeeeee, abre a porta que estou apurado, rápido...
--Tá bom, hoje tá difícil até fazer a barba em paz!

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