segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Rascunho de uma peça de representação (teatro)

Por Gilrikardo

UMA APRESENTAÇÃO

Peça em quatro atos

Um banner gigante (mínimo 30m2) fixado defronte o palco, para ser lido antes do início do evento, (com o objetivo de já criar o clima) agradecendo a presença e de como a colaboração de todos é fundamental para o desenrolar da apresentação. Assim pede-se para manter o silêncio e procurar ouvir, principalmente com a alma.

“Dizeres do banner:

Agradecemos a sua fundamental presença cuja colaboração é imprescindível no desenrolar da apresentação. Almejamos neste ato, resgatar a gratidão e bom intento adormecidos em nós “humanos” que há milhares de anos trilhamos nesse planeta deixando marcas, entre tantas, a escrita.

(Causadores de barulhos extremos serão convidados a deixar o recinto)


I ato – Carvão e Caverna 15min


A sala toda escura, no palco uma leve penumbra leva-nos ao personagem homem das cavernas em suas primeiras incursões no mundo dos “rabiscos”:

- Som de natureza (volume mínimo – o suficiente para diferenciar os tons)

“Ele esta deitado, dando a entender que está dormindo e à medida que a pequena luz começa a definir sua figura, surgem seus primeiros movimentos, acorda parecendo assustado/impressionado pelos pensamentos ou sonhos e num impulso criativo põe-se a traduzi-los com pedaços de carvão na parede da caverna e quando acaba o carvão continua no solo com dos dedos... são rabiscos sugerindo formas de animais e humanos...após a conclusão ele fica admirando com a cara de quem esta tentando lembrar mais algum detalhe”....

Segunda Luz:

Neste momento, um segundo holofote, com a luz mínima, começa a direcionar-se ao lado oposto do “caverna” e aos poucos vai deixando aparecer a figura de outro caverna, estava com a cara de “bobão”, apontando para o caverna e gesticulando, dando a entender que o caverna era doido ou maluco por estar fazendo aqueles rabiscos...
  
Ironia: E já naquela época ao fundo um semelhante com cara de “bobão” ironizando àquela iniciativa com gestos insinuando que o seu parceiro é meio doido.

Som: noturno (aves, insetos e outros bichos noturnos – grilos, corujas, macaco, tigres, relâmpagos, etc) criando um clima de homem e natureza.

O Narrador: Relata fatos relevante dessa época (por exemplo a data das primeiras escritas), e após pede a platéia que permaneçam em silêncio por dois minutos em total escuridão e ouvindo somente seus pensamentos.

(Aqui é retirado o cenário caverna)
  

II ato – Pena e Tinta 25min


O ambiente deve estar em total escuridão, ao centro do palco uma mesa, uma cadeira, uma vela, um livro e uma pena para escrever e nosso personagem. Ele representará vários escritores clássicos, desde Aristóteles até final do século XVIII

Som: música clássica (volume mínimo)

Personagens: David Hume (entendimento humano – o filósofo), Descartes (penso logo existo) Shopenhauer (a leitura), Nietszche, Pascal, Voltaire, Comte, Montagne

Narrador: Dando ênfase ao “ato de filosofar”, desmitificando em poucas palavras o exercício do livre pensar... livre criar... e de como essas grandiosas criaturas situavam a leitura em suas vidas (prazer, entreterimento, etc)

Narrador: Encerra solicitando os dois minutos de silêncio em total escuridão em companhia exclusiva dos pensamentos.

Ironia: Entre os vários trechos de escritores apresentados, o bobão reaparece novamente para ironizar a iniciativa de pessoas iluminadas. O personagem bobão veste-se de forma semelhante ao personagem, pois são da mesma época, no entanto nesta fase o bobão terá as mãos gigantes para amplificar os gestos acusatórios de loucura de seus contemporâneos.....

(Alteração do Cenário)
  

III ato – Máquina datilográfica 20min


Inicio do século XIX até o fim do século XX, no auge da máquina de escrever, barulhos de máquinas fazem o fundo musical, algumas como uma sinfonia demonstrando o delírio de certos escritores e em outras o ritmo pausado, como se tivessem sendo dedilhadas com um único dedo.

Sartre (que é literatura) - Machado de Assis (crônica como escrever uma) – Lima Barreto (diário íntimo) – Fernando Pessoa (tabacaria)

Ironia: aqui o nosso bobão acrescenta uma máscara onde refletira um enorme sorriso (estilo coringa do batman) que em conjunto com as mãos vão lhe dando uma aparência ironicamente ridícula....


 IV ato  –  Computador e Multimídia 20min

No telão criar um arquivo onde as palavras vão surgindo ao som de teclas, e um convite aos presentes “navegar” em busca de alimento para o espírito. São milhões de informações, decidir quais “formam”, quais “informam” e quais “deformam” é nossa maior aventura e se de fato encontrarmos o bom sustento. Importante, fotos com imagens de pessoas e seus livros em seus locais de leitura prediletos. (sofá, cozinha, área de serviço, na rede, no carro, no trabalho, na cama, na escola, na biblioteca)

Ironia: Início do século XXI, a aventura continua, ao fundo o personagem irônico com cara de “bobão” continua em sua sina; e acrescenta um enorme óculos fundo de garrafa... reforçando a idéia de que o feitiço virou contra a feiticeiro....

Heitor: Ler a história do Heitor o Leitor e dizer que hoje ele era a personagem do dia.

Mar Português: Encerrar a peça com a clássica: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” Fernando Pessoa (verificar a possibilidade de alternar os pensamentos lidos neste ato de encerramento)

Bobão: Na saída entrega aos participantes um pequeno livreto com pequenos trechos das obras dos escritores citados.... e agradecimento aos patrocinadores (não será o mesmo texto da peça)

Cenário:

1 mesa
1 cadeira
1 livro volumoso
1 castiçal e vela
1 máquina de escrever
1 Notebook
1 Projetor
1 Telão
1 Banner (30m2)


Som:

Sons de animais e efeitos naturais (chuva, relâmpagos, etc)
Música clássica

Personagens:

01 Narrador (estudar a possibilidade de utilizar uma gravação)
01 Bobão
01 Escritor/Leitor/Apresentador

Material Auxiliar:

01 Livreto com trechos de textos dos autores apresentados e respectivas biografias; agradecimento aos patrocinadores.


Cuidado: Somente citar trechos de obras com mais de 75 anos de falecimento do autor, tempo para cair em domínio público.