terça-feira, 18 de outubro de 2011

Teorias e práticas


Hi-yo Silver, away!


Lá pelos meus cinco anos iniciei nas brincadeiras com espada, revólver, faca, lança, metralhadora entre outros artefatos feitos de madeira e alguns por mim mesmo. È fácil de imaginar que tipo eram. Serviram-me por mais de seis anos semelhantes "armas" que compunham tardes, manhãs e até noites de intensas batalhas entre mocinhos e bandidos do meu bairro. Nunca fui só mocinho, havia naturalmente um rodízio de personagens, nada combinado, era para não ficar enjoado de ser o Zorro que vez por outra tornava-me o Tonto! ( E às vezes parece que continuo Tonto até hoje...)

Subíamos escadas... muros... árvores e a gritaria de você morreu... você está ferido... você esta preso... desce daí que eu te acertei... ecoavam pela vizinhança. Nunca fomos incomodados por qualquer tipo de adulto, aliás, eles passavam entre nós, ficavam em nossos fogos cruzados com cara de “não estou vendo nada” ou pelo menos fingiam muito bem. Isso foi há mais de quarenta anos.

Atualmente existem outras modas e outros games. Ao lado de pessoas assustadas ou  aconselhando-nos para não deixar as crianças assistirem ou jogarem no computador com cenas violentas... que isso faz mal, prejudica e blá-blá-blá... Ocasiões em que imagino então que pelo meu histórico de armas e fantasias sobre filmes de lutas, deveria eu ser um baita bandidaço. Ou estar com no mínimo um facão na cintura. No entanto, quem me conhcece sabe, abomino a violência. Sou paz total. Acredito que nunca sofri influência alguma de tais momentos ou dos objetos utilizados.

Parece que os adultos não conseguem alcançar o nível de fantasia experimentado pelas crianças em brincadeiras. Pois, lembro-me muito bem, acabadas as folias, nenhum resquício interferia em nosso comportamento de aluno, de filho, de irmão, de amigo. Por isso, sou cético quanto às teorias de que jogos e filmes transformem crianças em bandidos.

Vi bandidos sim, pessoas dentro de meu círculo que se revelaram autênticos psicopatas cuja maldade era advinda de berço, diretamente ligada à família pela falta de valores morais e não pelas brincadeiras de mocinhos ou bandidos que juntos encenávamos. Aiouuu... Silverrr!

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