terça-feira, 22 de janeiro de 2013

-Iupiiii, post 700!



Nóia

Por Gilrikardo

Ao ouvir falar de ações governamentais contra as drogas tenho vontade de vomitar... lembro-me que há 35 anos, quando ingênuo garoto do interior fui morar em Curitiba, época em que a gurizada começou a cheirar a tal cola de sapateiro. 
O primeiro que vi devia ter uns onze anos, da janela de meu quarto fiquei chocado com a imagem do nóia em seus delírios deitado na calçada em plena dez horas da manhã. Em minha santa ignorância desci as escadas da pensão num passo só a procurar ajuda para o miserável. 
Santo idiota eu, falei com taxistas, policiais, porteiros e zeladores dos prédios próximos, donos de bares, banca de revista... e nada... ninguém me ajudou a ajudar aquele guri. Eu um baita caipira ainda com os trejeitos de bom moço do interior - tratar a todos de maneira cordial. Por pouco não fui preso, como também não levei uns cascudos dos mais exaltados, imaginem que eu só queria colaborar. 
Primeira lição que aprendi no "mundo novo" (nem todos são iguais, existem sim, os mais iguais, os menos iguais e os outros iguais) desde então fiquei acompanhando a progressão geométrica dessa praga - sei lá se tem outro nome isso. 


Não acredito em cura a curto, médio ou longo prazo, pois com os governos que tivemos nas últimas três décadas o caso só se avolumou. Pelo jeito não serão diferentes os próximos governantes, assim o problema das drogas continuará uma droga. 

Sobretudo porque depende da decisão de alguém que não tem a mínima noção do que seja decidir. Há muito não alimento ilusões, aceito tal flagelo até que consigamos evoluir como nação algumas dezenas de anos.

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Por que a cracolândia resiste?
TV Estadão | 21.01.2013
Os 20 anos de história da cracolândia ajudam a compreender porque o local sempre renasce, apesar de seu fim já ter sido anunciado inúmeras vezes.