domingo, 3 de fevereiro de 2013

A quem interessar possa


Creio que o senhor já percebeu meu encantamento pelo conhecimento, pelo estudo, pela leitura e pelo ensino. Isso me acompanha desde os primeiros momentos que me percebi alguém neste mundo. Lá pelos quatro ou cinco anos de idade, quando por conta própria, surgiu o autodidata que ainda sobrevive... durante quarenta e sete anos alimentei minha curiosidade com aquilo que barato e facilmente me caísse nas mãos, desde as folhas de jornais e rótulos de latas até os últimos movimentos tecnológicos, hoje traduzidos pela internet.

Infelizmente em épocas passadas não havia o fácil comparti-lhamento de idéias e aprendizados, era eu estudando coisas sem ter com quem opinar, pois em meio a pobreza saciar a barriga sempre estará em primeiro lugar, e com razão. Assim continuei minha saga, sem imaginar onde iria parar. E não parou, “hoje mais do que nunca”, dedico diariamente horas em busca de informações, além das linhas redigidas com o intuito de refinar a minha prática de escrever. Em meio a tudo isso, e aos sonhos que a gente alimenta, brotou uma idéia que acredito ter algum valor ou fundamento. 

MANTER E AMPLIAR O VÍNCULO ESCOLAR – Uma das formas de se popularizar o conhecimento seria manter o vínculo com as escolas que frequentamos, além de ser possível aos alunos contribuir para a manutenção, ampliação e crescimento da escola. Através de doações, prestação de serviços e mesmo voluntariamente. Sei que hoje o serviço público proibe que assim se aja. Não entendo os motivos. Mas percebo que esse vinculo é para sempre, é um referencial que pode produzir muito mais se bem dirigido e alimentado. Seria uma força a empurrar o ensino e a escola sem estar atrelada aos governos que continuariam com a mesma responsabilidade. A escola para ser um farol em meio ao mar de ignorância precisa deste suporte isento de influências partidárias, e assim, com liberdade de produzir os avanços que sabemos serem possíveis. Tive essa inspiração ao visitar minha escola, acredito que se eu e outros que por lá passaram, mantivessem o vínculo teríamos contribuído por décadas com o bem estar daqueles alunos, e assim numa progressão geométrica há de se imaginar o tamanho da utopia.

A grosso modo seria este meu pensamento, acredito no potencial, nem tanto na viabilidade, por isso, encaminho-lhe na esperança de ouvir a palavra de alguém competente e comprometido com o ensino. 

Vou continuar pesquisando em busca de viabilizar esse intento.

Atenciosamente,
Gilrikardo / Joinville SC



Meu caro Gilrikardo,

Voce tem inteiramente razão e seria excelente se o Brasil, voluntariamente pela iniciativa de pessoas como você, e oficialmente, pela abertura das instituições públicas de ensino, permitisse esse tipo de interação criativa. 

Creio que o monopólio das pedagogas freireanas, o exclusivismo estatal da maior parte dos dirigentes e as preferências políticas dos sindicatos dificultem esse tipo de iniciativa, mas seria bom que isso ocorresse. 

Minha impressão, sem ser especialista na área, é que o ensino no Brasil (público E privado) é muito pior do que imaginamos, e que a ruindade e a erosão de qualidade vão persistir por muito tempo mais, até que as pessoas tomem conhecimento e tenham consciência de quão ruim é o ensino no Brasil. 

Infelizmente, as mentalidades são ainda mais atrasadas do que os equipamentos e meios materiais. Vão introduzir modernidade superficial (computadores, tablets, etc), mas vão manter a mesma mentalidade atrasada da pedagogia freireana, que é a maior idiotice oferecida pelo Brasil ao mundo. 

O abraço do
Paulo Roberto de Almeida