segunda-feira, 27 de junho de 2011

JEC 11 x Avaí 0

Após ouvir dezenas de comentários à respeito do desempenho do Joinville Esporte Clube - JEC, não resisti à tentação. Palpitei. E veja no que deu ...

Minutos antes do início da partida, o comentarista Ondini descreve a trajetória deplorável do time cujos resultados medíocres contribuíram para a agonia do torcedor que teima em continuar sofrendo e novamente lota o estádio:

--Boa tarde ouvintes da Rádio Blogo! Há anos que nosso glorioso JEC persegue o rumo das conquistas. No entanto, derrotas e mais derrotas naturalmente têm sido a marca registrada nas últimas temporadas, naturalmente é muito sofrimento para um time, para uma aguerrida torcida, além da angústia instalada em centenas de "palpiteiros" especialistas em apresentar fórmulas mágicas, eis a que ponto chegamos!. Será possível mais sofrimento... diga com as palavras de quem é naturalmente o *prato da casa, Marco Auréliooo!

--"Tô" ouvindo Ondini e concordo com você, mas gostaria de dizer que não devemos entregar os pontos, a hora do JEC vai chegar e quem sabe é hoje. A equipe está com uma nova formação, foi contratado um novo técnico que, para nossa surpresa e de vocês, caros ouvintes, é um segredo guardado a sete chaves. Ninguém sabe quem são os atletas, de onde vieram e muito menos quem é o treinador, dizem os mais chegados que o silêncio faz parte da estratégia para vencer o Avaí... você acredita nisso Ondini?

--Meu caro! Inspirado neste *céu brigadeiro obrigo-me a dar o *voto de crédito à equipe do Joinville que insiste em manter-se calada, ainda ontem à tarde naturalmente tentei contato com o pessoal da diretoria e descobrir quem jogaria hoje, mas em vão... naturalmente todo mundo de bico fechado. *Quixadá estejam mesmo com alguma carta na manga, Marco Aurélio!

--Eu continuo acreditando Ondini.

--JEC... Quem te viu e quem te vê! Dificilmente acreditaria que este dia chegaria, mas devido ao empenho da nova diretoria que aliada naturalmente aos clamores da comunidade formaram uma verdadeira frente: unindo jogadores, torcedores, colaboradores e a imprensa cujo amor pelo time transformou-se no movimento GAL (garra, ação e luta) naturalmente para enfrentar as dificuldades e os adversários. O resultado disso veremos daqui a pouco na Arena Joinville, JEC contra o Avaí, naturalmente parece um sonho Marco Auréliooooo!

--Vai lá Ondini,  tá na hora, hoje é com você a narração, boa sorte!

--Apita o árbitro, naturalmente dada a saída, bola com o JEC, Mateus passa um, dois, três... ao chegar no meio do campo recebe um carrinho de Silva Junior, esse zagueiro é *erradicado em Chapecó e vem cometer falta aquiiiii. Naturalmente Lucas vai para a cobrança, do outro lado do gramado o técnico do JEC gesticula e levanta os braços, sinaliza para que Lucas chute direto, naturalmente está louco! A essa distância, direto? Só vendo, e é goooolllll... É incrivel Marco Aurélioooo, à distância de quase cinqüenta metros, sem barreira e a bola na gaveta... se me contassem não acreditaria, mas como estou vendo naturalmente é gol. JEC um, Avaí  zero.

--Bola no centro e o Avaí com Silva Júnior que manda naturalmente de primeira para Dagoberto, esse é o melhor deles, depois do *recondicionamento físico no CT do Atlético paranaense tá jogando demais, cuidado com o chute de esquerda, naturalmente é um canhão, segue Dagoberto rumo a meta do JEC, olhou para o goleiro, acho que vai chutar dali, da cabeça da área, chutou, nossa uma bomba, espalmaaaaa Tiago, esse é o nosso goleiraço, naturalmente não passa nada Marco Auréliooooooooo..."

Assim prosseguiu Ondini até o final da espetacular vitória do JEC sobre o Avaí por onze a zero. Enquanto a torcida delirava e os foguetes pipocavam, Ondini desce até o gramado para entrevistar os jogadores. Começa falando com o zagueiro Pedro. Cumprimenta Mateus. Dá um abraço no Lucas. Pede a camisa para o João. Até que, ao aproximar-se do goleiro Tiago, fica com a expressão de quem descobriu algo e pergunta se o tal segredo do JEC era colocar o nome dos apóstolos nos jogadores. Parecia uma incrível coincidência, onze jogadores com o mesmo nome dos apóstolos e para completar todos marcaram um gol, inclusive o goleiro, concluiu ele. Tiago com um sorriso maroto responde que para enfrentar certos desafios é necessário uma equipe iluminada. Ondini sem perder a estribeira, e um pouco surpreso, sugere então que o treinador deve ser o homem. Nesse momento entra o roupeiro Judas, dá um tapinha nas costas do Ondini e confirma que o técnico é o Professor JC que se encontra no meio do campo com as mãos voltadas para alto - parecendo falar com alguém. Ondini muito desconfiado, mais sério que guri mijado, encerrou a transmissão e atravessou o campo resmungando:

--E eu que naturalmente duvidava de milagres... e agora José... quixadá nós... naturalmente não... ou naturalmente que evidentemente...

*Máximas de um locutor: prato da casa x prata da casa, céu brigadeiro x céu de brigadeiro, voto de crédito x voto de confiança,  quixadá x quiçá, erradicado x radicado, recondicionamento (automóvel) x condicionamento físico.

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