quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ideal prá quê?

No dia-a-dia circulamos entre inúmeros viventes em busca da felicidade cuja propalada receita parece simples: viva sua vocação.

No entanto, quantos conseguem realizar tal intento?
Quantos se perdem no caminho?
Quantos se desviam da rota por motivos banais?

Corrompem-se pelo agora, pelas facilidades e pela nem sempre tranqüilidade de uma função. Ou seja, permutam a feliz realização através de motivos equivocados, deixam-se levar pelo brilho das propostas que o sistema disponibiliza para preservação da carne em detrimento da alma.

Por que devo aceitar o que não me convém?
... para sobreviver! 

Por que devo submeter-me aos caprichos ditados pela sociedade?
... para sobreviver!

Dessa maneira muitos ideais são abatidos, fato que contribui para a descrença no potencial humano de felicidade cuja plenitude vincula-se à sua essência. Tal vínculo encontramos em qualquer origem de vida, assim a semente de morango vai gerar frutos de morango, de rosas vai gerar rosas. Esta é a parte motriz da natureza. Por analogia diria que se eu fosse uma semente de maçã, por força das dificuldades ou facilidades do meio, acabaria gerando bananas, abacaxis ou melões! Que tristeza!

Isso resulta da incompetência do homem em atender aos apelos vitais ao se permitir desviar do curso natural de sua vocação ou sufocá-la em prol de um papel produtivo ditado pelas necessidades de uma sociedade que se transforma em devoradora de almas ao buscar meios para manter-se. Reproduzindo com isso, caminhos onde florescem as mais variadas correntes de compensação. São as correntes de esperança (os templos estão lotados) que esperam o dia de amanhã, as correntes de infelizes a produzirem outros infelizes. Correntes buscando sentido nesta vida sem comprometer-se com o germinar, simplesmente deixando-se levar pelas circunstâncias afetas à sobrevivência.

É... parece que a receita é singela. Entretanto, nosso julgamento míope, quem sabe contaminado pelos anseios da carne, determina que não estamos sujeitos à simplicidade (somos seres superiores?!?) e talvez por isso tantos surtos de melancolia ao existir, embora o chamamento à felicidade seja prazerosamente viver de acordo com a nossa essência (vocação).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se preferir utilize o email: gilrikardo@gmail.com