domingo, 11 de setembro de 2011

Somos onde estamos

Em décadas de vida, já residi em várias localidades. Algumas por força do trabalho, outras por livre iniciativa, além daquelas cuja escolha dos pais determinaram o destino. Essa experiência levou-me a compreender porque o melhor lugar do mundo é “aqui e agora". Pois além de minha sobrevivência, partilho todos os sonhos, as conquistas, as derrotas e os aprendizados que somados à herança cultural tornam-me um vivente inserido no cotidiano da maior cidade do estado de Santa Catarina.

Por isso quando ouço pronunciamentos bairristas separando as pessoas em dois grupos, entre os que são de fora e os daqui, causa-me perplexidade. Já que sou filho da nação brasileira e como tal livre para circular dentro dos oito milhões e meio de quilômetros quadrados sem ser um forasteiro - (vide Constituição Federal Art. 5º XV). Também surpreende-me determinadas palavras, especialmente de alguns formadores de opinião, que se arvoram privilegiados por nascerem aqui, de certa forma é verdade, pois a terra é maravilhosa. De outro modo não significa que seu amor a Joinville, como insinuam, seja melhor ou maior do que o meu ou de outros de fora. Tais colocações parecem contaminadas pelo ranço da discriminação e passariam despercebidas caso estivessem restritas a conversas ou piadas banais que circulam pelos bares da vida. Entretanto, ocasionalmente surgem na mídia com o imoral propósito de disfarçadamente desqualificar personagens envolvidos publicamente em questões locais.

Ora, somos onde estamos. Portanto, existe aqui gente que joga papel na rua, gente que não respeita o patrimônio público frente a quem luta pelo bem comum, quem contribui para edificar o coletivo. Enfim, constituímos uma população (uns-de-fora-outros-de-dentro) rica em virtudes e defeitos cujas atitudes, elevadas ou não, revelam-se através da educação imbuída de valores vindos desde o berço e não pelo local de nascimento.

P.S. Ref. artigo foi publicado no Jornal ANotícia de Joinville SC em 30/01/2010 

2 comentários:

  1. Concordo com voce Gil, somos aquilo que vivemos e se moramos e estamos em Joinville, somos Joinvilenses por vivência.
    O maior patrimônio de um povo é o seu lar e comentando o seu parágrafo sobre "patromônio público..." Joinville esta muito mal cuidada.

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  2. Imagino que qualificar ou desqualificar alguém com o simples argumento da origem é falta de respeito à inteligência das pessoas. Obrigado pela participação. Volte sempre.

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