sábado, 23 de março de 2013

Ainda morro disto

Por Gilrikardo

Contar histórias. Contador de histórias. Proseador, ou sei lá mais quantas denominações existem para alguém que se utiliza de tais recursos no intuito de exibir uma moral vinculada a atos do dia a dia. Pois bem, nunca, nem sequer em sonhos imaginei-me alguém com essa missão ou algo mais leve, alguém com características semelhantes e que levasse adiante essa pragmática forma de aprendizado. Verdadeiro legado de nossos antepassados. Aqui abro um parentese para dizer que agora entendo o porquê da cultura japonesa destacar-se pelo culto às gerações passadas.
É o presente grato pela pavimentação patrocinada pelo passado a se comprometer com o futuro. Atuais dias de hoje. Reconheço que esse é um dos desejos latentes em minhas mal traçadas linhas. Seria uma forma de gratidão ou em palavras mais ousadas, quiçá, minha contribuição ao futuro. Tenho com isso, plena consciência do elo que represento e também do elo que determina minha presença no papel que me cabe dentro da humanidade. Tarefa que surgiu em meio a dúvidas existenciais vinculadas ao prazer. 
Explico. Questionava-me, lá atrás, décadas passadas (ainda em plena adolescência), que levaria eu e o mundo de ocasiões banais entre bebidas e pessoas cujas conversas nada acresciam a minha maneira de interpretar o mundo. Foram pequenas "dúvidas" tais como essa que pouco a pouco levaram-me ao desejo de relatar histórias comprometidas com a condição humana. Somos humanos e humanos temos hábitos que nos tornam o que somos. Ciente de que a escolha determina os meus, me eximi de certas companhias, e a partir de então fiz do ato de ler e escrever meu momento de louvar a vida.