sexta-feira, 8 de março de 2013

Os gibis e eu

Praça Daltro Filho e o Cinema Guarani 
na época  dos gibis.  
Em minha adolescência, lá nas bandas de Vacaria RS, gibi era moeda de troca utilizada principalmente aos domingos em frente à praça. Quem não tinha dinheiro e queria ir ao mantinê, vendia alguns exemplares e resolvia o problema. Aos demais, existia a troca, a venda e a compra. Comprava-se num domingo e vendia-se no outro ou vice-versa. O cardápio era variado. Tarzan, Zorro, Superman, Superboy, Batman, Homem-aranha, Pato Donald, Tio Patinhas, Zé Carioca, entre outros que me fogem à memória. 

Nesta época, década de setenta, apareceu um pessoal que estudava em Porto Alegre com umas teorias esquisitas a respeito de como se interpretava as histórias dos gibis. Falavam coisas que eu não percebia, não entendia e no fundo também não me interessava. 

Interessante eram as situações em que as revistas nos socorriam (precisávamos de dinheiro, bastava vendê-las), sem contar as instigantes horas de leituras em que preenchíamos o tempo. Em tais publicações que deleitava-me. Ali minha paixão pela área gráfica (escrita e desenho) fortaleceu. Levou-me a colecionar quase três mil unidades até o dia em que me desfiz em uma loja de sebo de Curitiba. Anos oitenta, já estava noutra. Eram os livros. Muitos livros que acalentavam-me e continuam até os dias de hoje.

Dos gibis só ótimas lembranças e aquelas esquisitices vendidas pelos estudantes em Porto Alegre cujas novidades interpretativas nos ofereciam. Felizmente nossa moeda era gibi.
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PS: Com relação a interpretar, leiam Chifre em cabeça de cavalo