quinta-feira, 7 de março de 2013

Inclusão na Finlândia

Gilrikardo disse: Quem já não ouvir falar dos nossos alunos de inclusão. Selecionam aqueles que possuem algum distúrbio ou deficiência física, e parece que sem critério algum, simplesmente atiram dentro de uma sala de aula em meio a trinta ou mais alunos cuja professora terá que dar conta. Mesmo que não tenha conhecimento ou treinamento para lidar com tais limitações. Esse é o ensino apregoado pelos companheiros que estão no poder há uma década. Só para melhor avaliar nossa situação, abaixo transcrevo artigo da revista escola onde nos mostra como o país que está entre os três primeiros do mundo lida com a situação. 


Ensinar para todos (no Brasil deram o nome de Inclusão)

"Qualidade para todos e para cada um." Se existe um país que segue esse preceito à risca é a Finlândia. Além de ocuparem os primeiros postos nos exames do Pisa, os finlandeses ostentam o recorde de escolas com menor variação de notas entre as 57 nações avaliadas. Os grandes responsáveis por essa performance notável são os programas de apoio aos alunos com dificuldade de aprendizado. E, claro, professores preparados para a tarefa de ensinar para todos, respeitando a diversidade e o ritmo de cada estudante.

O "milagre" finlandês atende pelo nome de Educação Especial, que se divide em duas modalidades de ensino. 

A primeira, que atende cerca de 8% dos estudantes, é organizada para auxiliar aqueles com deficiências físicas, mentais ou emocionais mais graves. 

A segunda, freqüentada por um em cada três alunos, é um reforço no contraturno para quem tem dificuldades leves de adaptação ou de aprendizado, especialmente em línguas e Matemática. Essa iniciativa é concentrada nos primeiros dois anos da Educação Básica, para garantir que os fundamentos sejam bem aprendidos por todos. Ao longo da vida escolar, cerca de 20% das crianças e dos jovens passam pelas aulas suplementares no contraturno, índice muito acima da média internacional, de 6%.

Professores das duas modalidades de Educação Especial são muitos: há um deles para cada sete educadores regulares. Esses profissionais passam por uma formação diferenciada: freqüentam um curso universitário específico, que dura cinco anos em período integral. Além dos assuntos tradicionais da formação docente, o currículo inclui estudos específicos para a tarefa de ensinar quem tem mais dificuldade: Aspectos Neurocognitivos da Aprendizagem, Desafios da Compreensão e Sociedade, Deficiência e Educação são algumas das disciplinas. Ao todo, cerca de 30% da carga horária é dedicada a esses temas. Na prática, a formação cuidadosa é completada por uma rede de apoio ao professor, que tem à disposição uma equipe de psicólogos, psicopedagogos e consultores para ajudá-lo a resolver os problemas da sala de aula.

Formação completa

Vesa-Pekka Sarmia trabalha numa escola pública da Finlândia onde leciona para grupos de dois a seis estudantes com dificuldades de aprendizado. Para poder ensinar essas turmas, ele cursou uma graduação específica, com duração de cinco anos em período integral. As aulas ocorrem no contraturno e duram uma hora e meia. O grau de dificuldade de cada aluno determina quantos dias ele vai freqüentar as aulas. No início do reforço, a tarefa de Sarmia é identificar o principal problema do estudante: se é de ordem psíquica, familiar ou de aprendizado. "Minha função é auxiliar essas crianças a se manter no mesmo nível que seus colegas do curso regular. É gratificante." 
PS. Parece que aqui no Brasil, os responsáveis pela área, vão lá fora, copiam somente o título do programa e do jeito que der implantam no Brasil, e aí alardeiam que temos o mesmo sistema de tal lugar, esquecem de dizer que falta o principal, a estrutura e os recursos disponibilizados para o desenvolvimento do projeto, e não só o nome "Inclusão", cadê o resto... talvez, imagino, daqui a uns duzentos anos!