Mostra-nos a história que chegamos onde chegamos graças aos muitos benefícios proporcionados pela atividade mercantil. Desde que surgiu essa troca para satisfação de nossas necessidades o mundo sofre transformações. Tantas e tão profundas que, em muitas ocasiões, apontam-se razões outras para justificar nossos passos - guerra, política, fenômenos naturais, entre outras. No entanto, parece ser a internalização do comercial a mola que nos leva a responder automaticamente aos apelos de adequação. Nessa onda, valores são corrompidos, interesses obscuros defendidos, ganância e egoísmo difundidos. Seria o próprio caos, mas como somos parte inerente, além da falta de alternativas, é imprescindível alimentar essa criatura insaciável.
Em nome dela, somos contabilizados a partir do registro de nossa chegada neste mundo. De imediato inúmeros lançamentos contábeis refletem em orçamentos, verbas e fundos. Sem contar as necessidades de alimentação e vestimenta que o bebê incita. Assim, desde criancinha somos doutrinados a fazer parte da massa para sustentar o sistema. Seremos consumidores a qualquer preço, não importa nosso desejo, o que importa é a necessidade da criatura que a cada dia parece ter um apetite maior.
Para saciá-la, surgem as mirabolantes formas de girar os recursos econômicos e em alguns casos transformar o prejuízo de alguns em lucro para poucos. Como o aparelho anunciado no rádio e na tevê, segundo seus apresentadores / vendedores, é para ser utilizado em dezenas de enfermidades, desde uma simples dor de cabeça até problemas com diabetes. Ouvindo tais apelos pergunto-me para que hospital, médicos ou medicamentos, se uma simples almofada é capaz de operar verdadeiros milagres.
De fato, a almofada tem realizado milagres, mantêm o emprego dos vendedores, contribui com a verba publicitária aos canais de televisão e estações de rádio. Contribui igualmente para as empresas de cartões de crédito, telefonia e correios. Quanto aos compradores?!?!?, creio que apenas respondendo de acordo com aquilo que "aprenderam" desde pequeninos: consumir.
Isso tudo em nome da força mercantilista de um sistema que nos tira da cama. Que nos ensina a somar, multiplicar, dividir e subtrair nossos sonhos. Que nos enche de dúvidas e nos vende as certezas. É o combustível que nos leva adiante, mesmo que seja de arrasto, com ou sem crediário, para onde... ainda não sabemos!
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