sábado, 30 de julho de 2011

Tudo vale a pena

O único direito que ainda não conseguiram burlar, e não por falta de tentativas, é o meu direito de pensar. Enquanto meus neurônios mostrarem disposição em percorrer livremente os vários caminhos e quem sabe chegar à minha Roma, estarei dando gás e alimentando-os nas mais diversas fontes. Pois se existe alguma dádiva, creio ser o pensamento construído através da liberdade e da isenção de preconceitos oriundos da ignorância tão comum em todas as épocas. Hoje tudo é massificado, globalizado, comercializado... reduzindo-nos a presas fáceis de uma ou outra tendência. Para alguns nem é dada a chance de escolher, a outros tal hipótese inexiste. São poucos que se aventuram a enfrentar domínios já consagrados. É luta solitária. Romper paradigmas parece missão para poucos.

Poucos como Galileu Galilei que, ao afirmar ser o Sol o centro de nosso sistema, foi pressionado pelos pais do poder e para não ser condenado por heresia, finalmente assinou uma confissão declarando seu engano. Imagine-se a dor. Ser a única pessoa no mundo a enxergar um palmo mais adiante, e por isso, ser obrigado a curvar-se perante o poder instituído. Tal dádiva lhe custou a condenação. Morreu cego e longe do convívio público, além de ter suas obras incluídas no Index Librorum Prohibitorum -índice de livros proibidos- por longos trezentos e quarenta anos, quando finalmente o sistema que o condenou rendeu-se às evidências.

Assim, muitos conceitos consagrados há séculos, não estão livres de a qualquer momento sofrerem contestação de algum solitário cujo pensamento poderá romper algum padrão. A história tem seu tempo e as evidências apontam que nem tudo é vão.

P.S. "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena."  Fernando Pessoa

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