Apesar de tantas obviedades neste assunto, é oportuna a explanação, pois diariamente convivemos com o clima de espanto e desencanto com nossa classe política.
Pensar o quê?... Dizer o quê?...
O sistema nasceu viciado e mostra-se perverso ao tratar das coisas públicas. Abrimos os jornais e lá estão as mais variadas matérias, desde editoriais até cartas de leitores, a condenar as atitudes de nossos representantes.
Lemos e sempre concordamos... E daí?...
Se isso é a simples narração dos fatos já consumados, seria bem melhor que a mídia reservasse maior espaço para desenvolver ou divulgar ações preventivas de esclarecimento ao cidadão, tais como estampar o currículo dos pretensos candidatos, suas condutas de homens públicos, alertar sobre as possíveis maracutaias envolvendo grupos de interesses, entre outras.
Que nos adianta pegar o jornal, ligar a televisão ou o rádio e somente conhecer a bandalheira depois do ato realizado. Isso é cruel, é duplo sofrimento, um pelas conseqüências nefastas das atitudes deles e outro pela nossa incapacidade de reação. Tal situação é como a doença cujo remédio inexiste. Somente chazinhos ou alguns analgésicos não resolvem, todos sabemos o que todos dizem e o que todos consideram bom ou ruim, mas ninguém apresenta um caminho alvissareiro, uma alternativa ou um rumo para enfrentar essas mazelas. Observamos nossos algozes sem produzir resposta que traduza algum efeito curativo. Diante disso é pura utopia imaginar alguma melhora na qualidade da gestão pública vinda de cima para baixo. Impossível acreditar que alguma seja implantada, ainda mais que isso significaria a eliminação de locupletações entre outras práticas mirabolantes.
A nós, resta a esperança nos céus, isto é, o que ouvimos em conversas corriqueiras e através da mídia. Parece que somente o choro e as lágrimas dão o tempero popular a este caldeirão chamado Brasil. Por que a vontade da maioria tão alardeada não produz efeito, já que o tema é comum: a classe política e suas práticas condenáveis.
Acredito que está faltando atitude. .. Mas que atitude?...
São cento e noventa milhões de palpiteiros. Isso não nos levará a lugar algum. Eu acho, tu acha, ele acha, nós achamos, eles acham.... é a teoria do achômetro a comandar a tropa cujo destino já está traçado. Meros contribuintes de uma oligarquia política cuja sobrevivência é mantida pelo sangue e lágrimas de pessoas como eu e você.
Então, dizer o quê?... Pensar o quê?... Fazer o quê?...
Se a caravana passa e o máximo que conseguimos é ladrar como cães que ao menor sinal de reação fogem com o rabo entre as pernas.
Diante disso, em minha santa e justa ignorância, proponho que alteremos o foco das conversas e reflexões, vamos nos ater ao tipo de soluções possíveis. De nada adianta repetir como papagaios as notícias que todos sabem. O que nem todos sabem é como reagir, como nos defender da corja; é isso que devemos procurar com mais intensidade e perseverança. Devemos procurar as respostas, comentar as possibilidades de alterar esse quadro através da vontade e ação, sem esperar o que não vai chegar nunca. Portanto, a hora é agora, lancemos produtivamente nossa indignação na busca de respostas para alcançar a luz no fim do túnel. Fica aqui o meu compromisso. A partir de hoje, não serei um mero repeteco do que a mídia nos dá, queimarei meus neurônios tentando formular alternativas que nos elevem como brasileiros e nos conduzam para a construção de uma nação mais justa e imune aos ataques dos vampiros.
Post scriptum: “Enquanto isso, a caravana passando e eu aqui... au au au”
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