domingo, 3 de julho de 2011

Paixão não se explica, se pratica

Final de tarde de um dia qualquer em algum bar da cidade, conversa com um amigo sobre as banalidades da vida e de minhas eternas tentativas literárias.

--Devo escrever sobre o quê? – pergunto.
--Aquilo que seu coração mandar, nada de inventar moda ou tentar mostrar erudição, atenda simplesmente aos chamados de sua inspiração!
--Certo, mas e se minhas idéias não forem tão criativas?
--Ainda assim será você, eis a questão. Todos têm algo a dizer. Aos outros cabe a leitura, concordar é outra história. O ciclo é válido por si só!
--Obrigado pela dica.
--Desculpe, preciso ir. Até outro dia. Tchau!
--Até mais.

Assim que se retirou, ajeitei alguns guardanapos e com uma caneta em mãos dirigi-me à mesa no reservado. O garçom logo apareceu e perguntou que bebida eu desejava. Água mineral com gás, disse-lhe. Com cara de espanto, como se olhasse para um ser de outro mundo, ironicamente perguntou se era brincadeira e se poderia trazer uma cerveja. Como fazia para todos que ali estavam. Agradeci pela sugestão e refiz o pedido, água mineral com gás. Mas o indivíduo não se conteve, insistiu questionando se eu não curtia um embalo ou se era crente e não podia beber.

Para por fim ao impasse, mais uma vez agradeci e disse-lhe que não era questão religiosa eu beber ou não. Sentir o embalo, claro que eu adorava, chapadão, viajandão... mas pelas doses de realidade que nos desafiam a cada instante. Inclusive naquele momento, onde um simples pedido se transformava num embate ideológico.

Após meu silêncio, pediu desculpas e retirou-se. Aí então, atendendo aos apelos da alma, iniciei-me a registrar as impressões daquele dia:

"Final de tarde de um dia qualquer em algum bar da cidade, conversa com um amigo sobre as banalidades da vida e de minhas eternas tentativas literárias.”

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