quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nas ondas da rádio

O que seria de minha formação sem o rádio? Impossível imaginar, pois há muito tempo é companheiro insubstituível. Lembro-me de aos domingos, próximo das onze horas da manhã ficar colado ao velho receptor de meu pai (ainda no tempo das válvulas) curtindo as histórias e as brincadeiras do palhaço carequinha. Para mim, que conhecia o mundo somente até onde meus olhos alcançavam, ouvir aquele programa era romper fronteiras e imaginar que o horizonte estava mais além. Dessa forma alimentei meus pensamentos. Eram emissoras como a Cacique de Lagoa Vermelha RS, Fátima e Esmeralda de Vacaria RS, Gaúcha e Farroupilha de Porto Alegre RS e as nacionais Tupi, Record, Nacional entre outras que proporcionavam às primeiras impressões do mundo. Através desse feliz hábito, fomentei em mim o espírito aventureiro que me levou a rodar um bom pedaço do Brasil; vivenciar as mais diversas situações e, sempre que possível, com o radico dando gás aos pensamentos.

(inclusive agora, lá ao fundo, meu velho companheiro continua a "resmungar")

Hoje, passados mais de quarenta anos, vieram a TV, o videocassete, a internet, o DVD, as televisões a cabo e nada disso comprometeu minha paixão pelas transmissões radiofônicas. Se antes, o rádio apontava fronteiras, descrevia com palavras e sons o que a internet ou TV nos dá com imagens; hoje cativa ao nutrir em mim o sentimento comunitário aliado a crença de que as soluções e os principais personagens da nossa história estão muito próximos, às vezes até em nosso bairro. 

Dentre as atrações, citaria aquelas onde a participação do ouvinte é estimulada. Servindo assim, para aguçar a urbanidade, além de lapidar as práticas de cidadania. Pois, em certas ocasiões, acreditamos que nossa opinião é a voz una  da verdade absoluta ou impossível de mudar; quando então, confrontados com os argumentos de nossos semelhantes através das ondas do rádio, não raras vezes, admitimos que precisamos melhor avaliar nossos conceitos sobre determinado tema. Dessa maneira tenho aprendido a respeitar com maior consciência a diversidade, além de avançar como pessoa.

Enfim, através do rádio nos é permitido compartilhar princípios que contribuem para a formação do indivíduo parceiro da comunidade.
                                               

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